segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

1º Volume da obra "A UNE o Movimento Estudantil e Política"


Aos visitantes deste blog (http://brasilivre1800.blogspot.com.br/):
Aqui, nesta sequência de textos, encontra-se, aproximadamente, 1/3 de um dos livros da obra "A UNE o Movimento Estudantil e Política". Quem colaborar durante a exposição com R$ 10,00 poderá imprimir parte desse livro e automaticamente estará cadastrado(a) para adquirir o livro, em sua 1ª edição, com desconto de 50%.


Brasil Livre

Eu sou Jorge Miguel, este blog tem como prioridade apresentar as minhas pesquisas sobre a história do movimento estudantil e da UNE, e também a minha vivência nas lutas contra a ditadura militar para defender a soberania do Brasil e os valores do povo brasileiro. Colabore depositando qualquer quantia nessas contas: -Banco do Brasil, CP 77.181-3, agência 2801-0 -Bradesco, CP 101.7854-1, agência 0656-4
segunda-feira, 22 de abril de 2013

Colabore depositando qualquer quantia nessas contas:
-Banco do Brasil, CP 77.181-3, agência 2801-0
-Bradesco, CP 101.7854-1, agência 0656-4
O site http://movebr.wikidot.com e o blog http://brasilivre1800.blogspot.com.br necessitam da sua colaboração – depositem quanto puderem, que será muito importante para os nossos objetivos.
Motivos para a existência do blog e do site:
11- Os responsáveis são pesquisadores e lutadores, de há muito tempo, para que o Brasil possa, de fato, ser um país democrático e soberano.
22- Não temos condições financeiras e estamos há muito tempo fazendo inúmeros sacrifícios para divulgar e manter a história que os inimigos do povo querem esconder.
33- A trilogia “A UNE, O Movimento Estudantil e Política” necessita de verba para contratar uma editora para produzir os livros. Se colaborar com mais de R$20,00, estará garantindo um exemplar logo que for editado.
44- Ajudará o Blog a lutar pela transformação do projeto “Minha Casa, Minha Vida, Meu Direito, e Dever do Estado” em lei (ver este projeto postado no neste blog), pois estaremos lutando para que isso aconteça através de democracia direta.
55- “Restaurantes Populares Federais” é outro projeto que será apresentado ao Executivo Federal para que todas as pessoas possam, de fato, ser iguais perante a lei, e possam, como os estudantes de algumas universidades públicas brasileiras, ter o direito de jantar e almoçar com menos de R$2,00 por refeição, e café da manhã com menos de R$2,00 (vejam os detalhes, justificativas e princípios desse projeto neste blog).
Agradecemos antecipadamente a todos que possam depositar nas contas acima qualquer importância, pois isso fará com que tenhamos meios e armas para continuarmos as nossas lutas contra os inimigos do povo.
BIOGRAFIA: JEOVÁ ASSIS GOMES (SÍNTESE) UM ESTUDANTE DO CRUSP QUE LUTOU CONTRA A DITADURA FASCISTA E QUE DEVE SERVIR DE EXEMPLO A TODOS OS QUE DESEJAM A GRANDEZA DO BRASIL E DO POVO BRASILEIRO

Jeová Assis Gomes nasceu em 24 de agosto de 1943 e foi aluno do curso de física da USP. Chegou no CRUSP em 9 de junho de 1964 e instalou-se no apartamento 106 do bloco E. No segundo semestre de 1967 foi expulso da USP. Jeová era do grupo dos residentes mais antigos do CRUSP; mesmo sendo expulso, ele continuou a morar no mesmo apartamento (106 do bloco E).
Jeová era um militante político do grupo “Dissidência do Partido Comunista”. Entre as acusações contra Jeová, estavam as de subversivo, terrorista; queimou o arquivo do ISSU (futura COSEAS), deu um pontapé no administrador Pérsio de Luca do ISSU, possuía discos com discursos de Fidel Castro em seu apartamento, realizava no seu apartamento reuniões com militantes da “Dissidência do PCB”, lia trechos de citações de Fidel Castro com seus colegas militantes, estudava textos marxistas em reuniões com seus colegas, invadiu a reitoria da USP com outros estudantes, andava armado com arma de fogo no campus da USP/Butantã, era segurança da militância estudantil do CRUSP que, entre outras coisas, fazia e distribuía “coquetéis molotov” no CRUSP para os enfrentamentos contra soldados paramilitares que procuravam destruir os quadros políticos da esquerda; enfim, essas e outras acusações servia para a burocracia da Reitoria de há muito conivente com a DITADURA MILITAR de 1964 expulsasse Jeová Assis Gomes da USP (o jornal “Folha de São Paulo”, em edição de 14/11/1967 transcreve o ato publicado no “Diário Oficial do Estado de São Paulo” que expulsa o estudante Jeová Assis Gomes, baseado no Inquérito administrativo autuado sob o nº 23.315/67). Jeová Assis Gomes foi expulso do CRUSP com base no regulamento do CRUSP por ter (segundo a ISSU) os incisos IV do artigo 1º desse regimento. Jeová arriscou, como muitos brasileiros, universitários ou não, a vida, a família, a juventude, a carreira universitária e todas as coisas de real valor pela causa que defendia. O capítulo 25 do evangelho de São Mateus mostra claramente quais são os critérios de salvação: são as respostas eficazes que damos às necessidades econômicas, sociais e espirituais do próximo. “Jesus se identifica com quem tem fome, sede, vive no abandono ou aprisionado. O que fazemos ao oprimido para libertá-lo é ao próprio Cristo que o fazemos. Portanto, Jeová, o que você fez pela humanidade, pelos homens, é por Ele que você o fez” (texto do livro “Batismo de Sangue” do Frei Beto). Criou-se uma afetuosa cumplicidade entre Padre Marcelo e Jeová Assis Gomes. Seis anos mais tarde, Dom Marcelo me afirmaria (diz Frei Beto) que o testemunho desse jovem combatente fora a mais forte interpelação que recebera em sua vida. Libertado, meses depois, por ocasião do sequestro do embaixador da Alemanha, no Rio de Janeiro, Jeová regressou clandestinamente ao Brasil para continuar as lutas revolucionárias como quadro do MOLIPO e disposto a realizar o antigo projeto de organizar politicamente os camponeses. Delatado (sempre haverá, contra os revolucionários e combatentes do povo, os infiltrados e traidores mercenários – cuidado com eles...) e cercado num campo de futebol, foi fuzilado a sangue-frio no Norte de Na visão dos religiosos cristão (os dominicanos que ajudaram os guerrilheiros e presos políticos durante a ditadura militar no Brasil), “o cristianismo e o socialismo têm pontos que se harmonizam – os cristão vislumbram a restauração da unidade paradisíaca no Reino de Deus, onde “Deus mesmo estará com seu povo” – já os guerrilheiros lutam contra os tiranos fascistas e todas as formas de opressões utilizadas contra o povo – o reino terrestre só será possível com a libertação dos povos oprimidos por ditaduras e algozes mercenários de todos os tipos; isso Jeová Assis Gomes sabia e, para lutar contra os tiranos e ditadores ele teve que passar por torturas e, ao final, perder a vida enfrentando os sádicos defensores dos oligarcas e suas torpes ideologias capitalistas e liberais que eles pensam ser absolutamente naturais. Pela análise dialética, todos os guerrilheiros que lutam contra os opressores e alienadores dos povos souberam que essa sociedade pseudodemocrática e oligarquias só beneficiam os privilegiados de sempre, que se utilizam de golpes fascistas civis e militares para manter os povos escravizados e explorados. São os verdadeiros terroristas e subversivos que, vestidos e mascarados com pseudoliberdades, utilizam o voto domesticado e controlado por assistencialismos para vampirizar o Estado e a todos. Jeová Assis Gomes, e todos os que lutaram contra as Ditaduras Militares e Civis de todos os tempos, apenas defenderam os Direitos Humanos e a essência dos princípios cristãos e, por isso, pagaram o preço de darem a própria vida. Nunca deveremos nos arrepender de havermos lutado pelos direitos das pessoas a uma vida livre, digna e com todos os tipos de garantias que são asseguradas pelas leis. Infelizes os omisso, os mercenários, os picaretas, os fascistas que lutam e defendem os inimigos dos direitos humanos. Esses venderam suas alma como Judas que são – sempre haverá para eles consumismos e hedonismos burgueses para fazer com que esqueçam que são coniventes com os torturadores e os ditadores de todos os tempos. Nós não esperamos deles outras atitudes e comportamentos – são mercenários e obedecem ordens e leis feitas para assassinar e torturar os que não concordam com as ideologias fascistas que são geradas pelo Capitalismo. A luta de Jeová Assis Gomes continuará através de outras pessoas que serão defensores dos mesmo ideais que ele e seus companheiros defenderam. Enquanto houver tiranos, fascistas, mercenários e todas as espécies de criaturas para defender interesses e ideologias de oligarquias e ditaduras, sempre haverá pessoas e forças para combate-las. As pessoas morrem, os ideais não; a nossa ideologia d esquerda é imortal e universal, pois defendemos valores cristãos e humanistas, enquanto os liberais-capitalistas geram tiranos e fascistas que defendem os interesses dos podres poderes oligarcas. As nossas lutas e as lutas do povo pelos seus direitos foram também consagrados pela Encíclica “Populorum Progressio” de Paulo VI, m 1967, que assegura aos oprimidos até mesmo o DIREITO de se defenderem da violência dos opressores. Uma das formas de defesa foi utilizada por Jeová Assis Gomes e todos os que lutaram contra as Ditaduras em todos os períodos da história da humanidade (lembremos os guerrilheiros cubanos e argelinos; lembremos de Espártaco e seus companheiros; lembremos de todos os que lutaram, lutam e lutarão contra os mercenários desalmados que defendem, fardados ou não, os interesses que geraram o Ato Institucional nº 5 (assinado por um ex-reitor da USP, Antônio Gama e Silva) e a Lei de Segurança Nacional – instrumentos utilizados pelos lacaios dos oligarcas nacionais e internacionais que foram utilizados contra Jeová Assis Gomes, Carlos Marighella, Carlos Lamarca, Elenira Souza Rezende Nazaré, Alexandre Vannucci Leme, Fernando Santa Cruz, Luis Carlos Prestes, Olga Benário, etc. – vejam no nosso site http://movebr.wikidot.com os demais nomes dos nossos companheiros que lutaram contra as ditaduras e os mercenários militares e civis que tentam sempre oprimir e controlar tudo e todos para seus sádicos e torpes interesses capitalistas. Outros Jeová Assis Gomes nasceram e continuarão as lutas que le e seus companheiros e companheiras enfrentaram. Enquanto houver tirania, fascismo, direitistas mafiosos em favelas e bairros pobres, nós deveremos enfrenta-los com todas as nossas energias, armas e em qualquer circunstâncias. Disse Carlos Danielle (militante morto sob tortura no DOPS/OBAN): “ESSE SANGUE SERÁ VINGADO” (ele escreveu isso na parede da cela). Jeová Assis Gomes morreu aos 28 anos de idade. Houve um dia que ele passou 14 horas seguidas no “pau-de-arara” (instrumento armado para torturar o preso). Nesse dia (seus colegas de prisão observaram isso) seus olhos reluziam a tranquilidade moral de quem não cedera frente aos torturadores; via-se que, por dentro, ele estava inteiro, sem um arranhão, malgrado seu aspecto exterior tranquilo e confiante. Foi na tarde de uma quarta-feira, 5 de novembro de 1969 que vocês viram, assombrados, silentes, os carcereiros e torturadores passarem carregando um preso com braços e pernas tombados no ar (Jeová teve os dois braços e as duas pernas quebrados durante as torturas desse dia), o corpo coberto de sangue e hematomas. Fecharam Jeová Assis Gomes numa solitária e, na tarde seguinte, ele apareceu todo engessado; mesmo assim continuaram torturando o jovem estudante de física da USP (será que nesses momentos era considerado ainda estudante pelos seus colegas da universidade que jamais se arriscaram a perder o número de matrícula dos seus cursos universitários?), acusado de responsável na Ação Libertadora Nacional (ALN – comandada pelo guerrilheiro Carlo Marighella), pela implantação da guerrilha rural, o que não se pode comprovar, já que ele nada dizia que pudesse interessar ao Chefe dos Torturadores, o delegado do DOPS (Departamento de Ordem para Suicidar...), a criatura de nome Sérgio Paranhos Fleury, que foi também quem comandou as equipes que assassinaram Carlos Marighella o capitão Carlos Lamarca – entre outros perseguidos e presos Assim todos os quadros políticos da luta armada que enfrentaram a Ditadura Militar orquestrada pelos oligarcas nacionais, juntamente com os órgãos militares e paramilitares do CONE SUL e dos Estados Unidos da América (principalmente através da CIA) perseguiram, prenderam, torturaram e fizeram todos os tipos de ações sádicas que se possa imaginar (leiam o livro “Arquipélago Gulag”, do escritor russo Alexandre Soljenítsin) nos diferentes sistemas ditatoriais e tirânicos. Cabe analisar com profundidade as BIOGRAFIA: JEOVÁ ASSIS GOMES (SÍNTESE) UM ESTUDANTE DO CRUSP QUE LUTOU CONTRA A DITADURA FASCISTA E QUE DEVE SERVIR DE EXEMPLO A TODOS OS QUE DESEJAM A GRANDEZA DO BRASIL E DO POVO BRASILEIRO Jeová Assis Gomes nasceu em 24 de agosto de 1943 e foi aluno do curso de física da USP. Chegou no CRUSP em 9 de junho de 1964 e instalou-se no apartamento 106 do bloco E. No segundo semestre de 1967 foi expulso da USP. Jeová era do grupo dos residentes mais antigos do CRUSP; mesmo sendo expulso, ele continuou a morar no mesmo apartamento (106 do bloco E). Jeová era um militante político do grupo “Dissidência do Partido Comunista”. Entre as acusações contra Jeová, estavam as de subversivo, terrorista; queimou o arquivo do ISSU (futura COSEAS), deu um pontapé no administrador Pérsio de Luca do ISSU, possuía discos com discursos de Fidel Castro em seu apartamento, realizava no seu apartamento reuniões com militantes da “Dissidência do PCB”, lia trechos de citações de Fidel Castro com seus colegas militantes, estudava textos marxistas em reuniões com seus colegas, invadiu a reitoria da USP com outros estudantes, andava armado com arma de fogo no campus da USP/Butantã, era segurança da militância estudantil do CRUSP que, entre outras coisas, fazia e distribuía “coquetéis molotov” no CRUSP para os enfrentamentos contra soldados paramilitares que procuravam destruir os quadros políticos da esquerda; enfim, essas e outras acusações servia para a burocracia da Reitoria de há muito conivente com a DITADURA MILITAR de 1964 expulsasse Jeová Assis Gomes da USP (o jornal “Folha de São Paulo”, em edição de 14/11/1967 transcreve o ato publicado no “Diário Oficial do Estado de São Paulo” que expulsa o estudante Jeová Assis Gomes, baseado no Inquérito administrativo autuado sob o nº 23.315/67). Jeová Assis Gomes foi expulso do CRUSP com base no regulamento do CRUSP por ter (segundo a ISSU) os incisos IV do artigo 1º desse regimento. Jeová arriscou, como muitos brasileiros, universitários ou não, a vida, a família, a juventude, a carreira universitária e todas as coisas de real valor pela causa que defendia. O capítulo 25 do evangelho de São Mateus mostra claramente quais são os critérios de salvação: são as respostas eficazes que damos às necessidades econômicas, sociais e espirituais do próximo. “Jesus se identifica com quem tem fome, sede, vive no abandono ou aprisionado. O que fazemos ao oprimido para libertá-lo é ao próprio Cristo que o fazemos. Portanto, Jeová, o que você fez pela humanidade, pelos homens, é por Ele que você o fez” (texto do livro “Batismo de Sangue” do Frei Beto). Criou-se uma afetuosa cumplicidade entre Padre Marcelo e Jeová Assis Gomes. Seis anos mais tarde, Dom Marcelo me afirmaria (diz Frei Beto) que o testemunho desse jovem combatente fora a mais forte interpelação que recebera em sua vida. Libertado, meses depois, por ocasião do sequestro do embaixador da Alemanha, no Rio de Janeiro, Jeová regressou clandestinamente ao Brasil para continuar as lutas revolucionárias como quadro do MOLIPO e disposto a realizar o antigo projeto de organizar politicamente os camponeses. Delatado (sempre haverá, contra os revolucionários e combatentes do povo, os infiltrados e traidores mercenários – cuidado com eles...) e cercado num campo de futebol, foi fuzilado a sangue-frio no Norte de Na visão dos religiosos cristão (os dominicanos que ajudaram os guerrilheiros e presos políticos durante a ditadura militar no Brasil), “o cristianismo e o socialismo têm pontos que se harmonizam – os cristão vislumbram a restauração da unidade paradisíaca no Reino de Deus, onde “Deus mesmo estará com seu povo” – já os guerrilheiros lutam contra os tiranos fascistas e todas as formas de opressões utilizadas contra o povo – o reino terrestre só será possível com a libertação dos povos oprimidos por ditaduras e algozes mercenários de todos os tipos; isso Jeová Assis Gomes sabia e, para lutar contra os tiranos e ditadores ele teve que passar por torturas e, ao final, perder a vida enfrentando os sádicos defensores dos oligarcas e suas torpes ideologias capitalistas e liberais que eles pensam ser absolutamente naturais. Pela análise dialética, todos os guerrilheiros que lutam contra os opressores e alienadores dos povos souberam que essa sociedade pseudodemocrática e oligarquias só beneficiam os privilegiados de sempre, que se utilizam de golpes fascistas civis e militares para manter os povos escravizados e explorados. São os verdadeiros terroristas e subversivos que, vestidos e mascarados com pseudoliberdades, utilizam o voto domesticado e controlado por assistencialismos para vampirizar o Estado e a todos. Jeová Assis Gomes, e todos os que lutaram contra as Ditaduras Militares e Civis de todos os tempos, apenas defenderam os Direitos Humanos e a essência dos princípios cristãos e, por isso, pagaram o preço de darem a própria vida. Nunca deveremos nos arrepender de havermos lutado pelos direitos das pessoas a uma vida livre, digna e com todos os tipos de garantias que são asseguradas pelas leis. Infelizes os omisso, os mercenários, os picaretas, os fascistas que lutam e defendem os inimigos dos direitos humanos. Esses venderam suas alma como Judas que são – sempre haverá para eles consumismos e hedonismos burgueses para fazer com que esqueçam que são coniventes com os torturadores e os ditadores de todos os tempos. Nós não esperamos deles outras atitudes e comportamentos – são mercenários e obedecem ordens e leis feitas para assassinar e torturar os que não concordam com as ideologias fascistas que são geradas pelo Capitalismo. A luta de Jeová Assis Gomes continuará através de outras pessoas que serão defensores dos mesmo ideais que ele e seus companheiros defenderam. Enquanto houver tiranos, fascistas, mercenários e todas as espécies de criaturas para defender interesses e ideologias de oligarquias e ditaduras, sempre haverá pessoas e forças para combate-las. As pessoas morrem, os ideais não; a nossa ideologia d esquerda é imortal e universal, pois defendemos valores cristãos e humanistas, enquanto os liberais-capitalistas geram tiranos e fascistas que defendem os interesses dos podres poderes oligarcas. As nossas lutas e as lutas do povo pelos seus direitos foram também consagrados pela Encíclica “Populorum Progressio” de Paulo VI, m 1967, que assegura aos oprimidos até mesmo o DIREITO de se defenderem da violência dos opressores. Uma das formas de defesa foi utilizada por Jeová Assis Gomes e todos os que lutaram contra as Ditaduras em todos os períodos da história da humanidade (lembremos os guerrilheiros cubanos e argelinos; lembremos de Espártaco e seus companheiros; lembremos de todos os que lutaram, lutam e lutarão contra os mercenários desalmados que defendem, fardados ou não, os interesses que geraram o Ato Institucional nº 5 (assinado por um ex-reitor da USP, Antônio Gama e Silva) e a Lei de Segurança Nacional – instrumentos utilizados pelos lacaios dos oligarcas nacionais e internacionais que foram utilizados contra Jeová Assis Gomes, Carlos Marighella, Carlos Lamarca, Elenira Souza Rezende Nazaré, Alexandre Vannucci Leme, Fernando Santa Cruz, Luis Carlos Prestes, Olga Benário, etc. – vejam no nosso site http://movebr.wikidot.com os demais nomes dos nossos companheiros que lutaram contra as ditaduras e os mercenários militares e civis que tentam sempre oprimir e controlar tudo e todos para seus sádicos e torpes interesses capitalistas. Outros Jeová Assis Gomes nasceram e continuarão as lutas que le e seus companheiros e companheiras enfrentaram. Enquanto houver tirania, fascismo, direitistas mafiosos em favelas e bairros pobres, nós deveremos enfrenta-los com todas as nossas energias, armas e em qualquer circunstâncias. Disse Carlos Danielle (militante morto sob tortura no DOPS/OBAN): “ESSE SANGUE SERÁ VINGADO” (ele escreveu isso na parede da cela). Jeová Assis Gomes morreu aos 28 anos de idade. Houve um dia que ele passou 14 horas seguidas no “pau-de-arara” (instrumento armado para torturar o preso). Nesse dia (seus colegas de prisão observaram isso) seus olhos reluziam a tranquilidade moral de quem não cedera frente aos torturadores; via-se que, por dentro, ele estava inteiro, sem um arranhão, malgrado seu aspecto exterior tranquilo e confiante. Foi na tarde de uma quarta-feira, 5 de novembro de 1969 que vocês viram, assombrados, silentes, os carcereiros e torturadores passarem carregando um preso com braços e pernas tombados no ar (Jeová teve os dois braços e as duas pernas quebrados durante as torturas desse dia), o corpo coberto de sangue e hematomas. Fecharam Jeová Assis Gomes numa solitária e, na tarde seguinte, ele apareceu todo engessado; mesmo assim continuaram torturando o jovem estudante de física da USP (será que nesses momentos era considerado ainda estudante pelos seus colegas da universidade que jamais se arriscaram a perder o número de matrícula dos seus cursos universitários? ), acusado de responsável na Ação Libertadora Nacional (ALN – comandada pelo guerrilheiro Carlo Marighella), pela implantação da guerrilha rural, o que não se pode comprovar, já que ele nada dizia que pudesse interessar ao Chefe dos Torturadores, o delegado do DOPS (Departamento de Ordem para Suicidar...), a criatura de nome Sérgio Paranhos Fleury, que foi também quem comandou as equipes que assassinaram Carlos Marighella o capitão Carlos Lamarca – entre outros perseguidos e presos. Assim todos os quadros políticos da luta armada que enfrentaram a Ditadura Militar orquestrada pelos oligarcas nacionais, juntamente com os órgãos militares e paramilitares do CONE SUL e dos Estados Unidos da América (principalmente através da CIA) perseguiram, prenderam, torturaram e fizeram todos os tipos de ações sádicas que se possa imaginar (leiam o livro “Arquipélago Gulag”, do escritor russo Alexandre Soljenítsin) nos diferentes sistemas ditatoriais e tirânicos. Cabe analisar com profundidade as origens desses totalitários na história da humanidade, é de suma importância compreender que toda essência e estrutura dos princípios ideológicos que geraram os AI-5 e a Lei de Segurança Nacional na Ditadura Militar brasileira sempre estarão presentes nos montes que geram os ricos e famosos que são coniventes e omissos em relação aos fatos traumáticos criminosos que os Sistema Capitalista gera para continuar mantendo os privilégios de podre poderes de elites que venderam sua alma ao Diabo... Com os consumos sofisticados de produtos e serviços suntuosos e caríssimos (ver os produtos de grife), esses seres desalmados recebem os pagamentos pela sua ausência e alienação na vida, recebem por tudo que fizer contra os que não concordam com LEIS TIRÂNICAS e ditadores sádicos e depravados que pagam suas contas nesses mercados onde são colocados na vida criaturas consumidoras, que de humano têm apenas a aparência. Foram essas criaturas, seus generais da Escola Superior de Guerra, seus governadores subservientes aos interesses oligárquicos, seus amigos e amigas que compartilham com elas os mesmos ideais e objetivos que produziram os torturadores que cumpriram as ordens dadas pelos funcionários públicos dos órgãos de repressão do Governo da Ditadura Militar de 1964. A origem dos torturadores e das ações monstruosas que eles fizeram (e muitos ainda continuam fazendo) está no Sistema Capitalista e seus defensores; os ideólogos desse sistema irracional e desumano e seus seguidores de todos os tempos e latitudes são os responsáveis pelas torturas realizadas em Jeová Assis Gomes e em todos os nossos companheiros que morreram enfrentando as criaturas geradas pelas oligarquias e latifundiários nacionais e internacionais que querem que o Estado funcione com limites impostos pelos seus lucros, interesses e sua torpe ideologia pseudodemocrática. Origens desses totalitários na história da humanidade, é de suma importância compreender que toda essência e estrutura dos princípios ideológicos que geraram os AI-5 e a Lei de Segurança Nacional na Ditadura Militar brasileira sempre estarão presentes nos montes que geram os ricos e famosos que são coniventes e omissos em relação aos fatos traumáticos criminosos que os Sistema Capitalista gera para continuar mantendo os privilégios de podre poderes de elites que venderam sua alma ao Diabo... Com os consumos sofisticados de produtos e serviços suntuosos e caríssimos (ver os produtos de grife), esses seres desalmados recebem os pagamentos pela sua ausência e alienação na vida, recebem por tudo que fizer contra os que não concordam com LEIS TIRÂNICAS e ditadores sádicos e depravados que pagam suas contas nesses mercados onde são colocados na vida criaturas consumidoras, que de humano têm apenas a aparência. Foram essas criaturas, seus generais da Escola Superior de Guerra, seus governadores subservientes aos interesses oligárquicos, seus amigos e amigas que compartilham com elas os mesmos ideais e objetivos que produziram os torturadores que cumpriram as ordens dadas pelos funcionários públicos dos órgãos de repressão do Governo da Ditadura Militar de 1964. A origem dos torturadores e das ações monstruosas que eles fizeram (e muitos ainda continuam fazendo) está no Sistema Capitalista e seus defensores; os ideólogos desse sistema irracional e desumano e seus seguidores de todos os tempos e latitudes são os responsáveis pelas torturas realizadas em Jeová Assis Gomes e em todos os nossos companheiros que morreram enfrentando as criaturas geradas pelas oligarquias e latifundiários nacionais e internacionais que querem que o Estado funcione com limites impostos pelos seus lucros, interesses e sua torpe ideologia pseudodemocrática.
Postado por Brasil Livre às 07:08 Nenhum comentário:
quinta-feira, 28 de março de 2013
Lutas que devem continuar contra o capitalismo (parte 2).


"O conjunto da ditadura civil
Como nasceu, são adestrados, se reproduzem, funcionam e vivem seus elementos."
Um sistema social e uma sociedade tem suas estruturas, órgãos, leis e todos os princípios de funcionamento obedecendo motivações, idéias e objetivos dos seus criadores, controladores e os segredos desses processos sociaís e estatais. Vivemos no mundo ocidental sob a visão de mundo da cultura judaica-cristã, grego-romana e do capitalismo com suas várias formas de práticas e condicionamentos pessoais, sociais, materiais e éticos.
Essas premissas serão sempre levadas em conta para que possamos compreender as nossas vidas, a nossa sociedade, as pessoas e tudo que percebemos com as diferentes capacidades de análise, compreenssão, reflexão e´prática que todos temos com diferentes capacidades, formação cultural e científica ou (como é esperável neste sistema capitalista), com o senso comum das pessoas preconceituosas ou sem as necessárias informações para agirem e reagirem aos fatos e coisas da vida. Nada poderemos compreender se partirmos de idéias falaciosas, preconceituosas, alienadas e baseadas em visões de mundo dos que fazem parte do "conjunto da sociedade civil" e dos demais aparelhos ideológicos que defendem seguem e reproduzem os valores, princípios e idéias dos capitalistas burgueses e seu estado antidemocrático da direita capitalista totalitarista. Seríamos ingênuos, incompetentes e irresponsáveis se não observássemos essas premissas e essas superestruturas sob as quais estamos vivendo. Antes de ser um "animal político" ( conforme sentenciava Aristóteles e somente se limitando a ver essa parte a contribuição geral e ontológica do homem) o homem é um animal, como os demais seres das inúmeras e diferentes espécies animais que vivem na terra. Todos os sistemas vivos necessitam de energia para viver, mesmo os vegetais necessitam realizar processos de obtenção de meios para manterem-se vivos e se reproduzirem. Os vírus e bactérias necessitam invadir as células para obter energia e condições necessárias para viverem. O homem (como dizem os profetas judeus e demais teóricos e pensadores de todos os tipos emanados da visão de mundo judaica-cristã e greco-romana) é um animal político que necessita viver em grupo e produzir as coisas e meios necessários para sobreviver e se reproduzir transmitindo seus genes, cultura e todas as formas de conhecimento que a espécie humana acumulou através da história. Os egípicios, chineses, indianos e todos os povos acumulam culturas, saberes, informações, experiências, conquistas e tecnologias de todos os tipos e formatos.
Estudando as obras de Engels, Karl Marx, Proudhon, Rosseau, Kent, Grenisei e todos os pensadores que venho citando na minha obra, voces poderão ter os pré-requisitos necessários para melhor compreender os meus princípios, valores e idéias. Não escrevo para ser entendido e criticado pelos "analfabetos políticos"( leiam o obra de Bertold Brecht, Máximo Gorki, Trotsky, Lenine e os demais pensadores que analizaram os diferentes regimes e sistemas culturais, sociais e econômicos), , pelos adestrados pelos sistemas educacionais capitalista-burguês formador de professores agentes e operadores necessários a manutenção a manutenção dos poderes e privilégios dos donos dos meios de produção e do também capital humano transformado em eleitor-consumidores...
Não serei ingênuo ou utópico para esfera dos que obdecem e seguem os princípios, valores e idéias dos capitalistas-burgueses, compreenssão, aceitação e apoios; jamais isso acontecerá pelo simples fato que eles são meus inimigos e se opõem radicalmente a minha ideologia e visão de mundo. Esperarei sempre da parte dos que fazem parte da "Ditadura civil", Aparelhos ideológicos do estado burguês" e "indústria cultural") apenas o que eles são preparados e necessitam oferecer as pessoas que não aceitam seus valores idéias, princípios e consumos de luxo como coisas absolutamente necessárias para todas as pessoas: esperarei deles torturas, perseguições,´prisões, mal tratos, atos sádicos e todas as forma de ações e coisas que possam impedir-me de obter e alcançar. Não esperarei dos meus inimigos cavalos-de-Tróia ( os troianos foram enganados e perderam a guerra, pois, esperaram submissão, admiração, compreenssão e covardia da parte dos seus inimigos gregos); não sou troiano sou um brasileiro ex-torturado, perseguido e vítima de vários tentativas de assassinato realizadas pelos meus inimigos ( quer acreditem em mim, ou não, essa é a realidade que somente meus inimigos seriam capazes de confessar, assim como todos os que sofreram, ou sofrem, os mesmos processos de ataques e tentativas de destruição realizadas por criaturas torturantes sádicas e defensores dos inimigos das pessoas como eu). Sei que hoje( 2012/Brasil) está em moda a formação de " Comissão da verdade" geralmente infestada de figuras de todos os tipos como a intenção de apurar os fatos e circunstâncias ocorridos durante a ditadura militar ( 1964-1989); muitos de total ou parcial interesse e boa fé em resumo desejam não mais que ocorram fatos como aqueles que xxxxxxxx durante esse período da história do Brasil; de boa-fé o inferno está cheio....Procuram enterrar os corpos dos militantes de esquerda que são enconrados nos valões das periferias ou nos cemitérios clandestinos, onde muitos dos meus companheiros e companheiras de luta foram jogados como se fossem restos mortais para banquetes dos vermes e urubus. Procurem no oceano Atlântico se estão com tanta disposição assim e vejam se encontram os arquivos das ditaduras do "Cone Sul" e da "Operação Condor" lá. Continuem enchendo os livros e os sites da internet para registrar todas as coisas e circunstâncias que nossos inimigos capitalistas-burgueses e seus seguidores de todos os tipos desejam destruir ou reescrever segundo seus xxxxxxx e irracionais interesses capitalistas burgueses. Espero realmente que os que estão nessa busca dos ossos dos meus companheiros e companheiras possam buscar no presente os que como eu conseguimos sobreviver e estamos esperando ser encontrados vivos por todos os brasileiros que estão realmente interessados em preservar e manter a história do nosso país viva e compreendida por todos os que não aceitariam nem aceitam se juntar aos nossos inimigos que fizeram com que aqueles fatos terroristas e criminosos fossem realizados. Que grande preocupação eu venho observando nessas "Comisssões da Verdade" em escrever as histórias, realizar xxxxxxx e debates em ambientes aburguesados onde nossos atuais inimigos desfilam suas figuras arrogantes, prepotentes alienadas e sádicas. Sei muito bem quem de fato é ou quer ser do " Nosso Time"...hoje e sempre; não estudei e estudo todos os dias os temas aqui abordados para ficar sem capacidade de saber "separar o joio do trigo", ou, quem é ou não meus amigos e meus inimigos. Não xxxx sair deste inferno onde meus torturadores e perseguidores controlam e administram todos os tipos de meios e criaturas que fazem com os torturados submetidos aos seus controles sádicos e irracionais "desejam a morte" por não mais resistir aos sofrimentos e dores infinitas criadas e produzidas pelos defensores dos capitalistas-burgueses. Serei o mais claro consenso para que fique bem compreendido nos meus livros o que realmente pensei e fiz, e o que hoje penso e faço. Não necessito de editores, tutores intelectuais, institucionalizadores oficiais de pensamento, idéias e cultura para narrar a minha história e tudo que xxxxx experiencias, pesquisar e compreender desde o primeiro momento que tive contato com os meus inimigos e seus agentes criminosos fantasiados e mascarados de agentes da ditadura militar.Sei que nessas "Comissões da Verdade" esistem parentes dos meus companheiros e companheiras que gostariam que as memórias dos seus entes queridos e a nossa história fossem mantidas para sempre nas mentes das futuras gerações, esse era também um dos nossos desejos quando estávamos lutando e sendo torturados pelos monstros sádicos no DOI-CODI, DOPS, CENIMAR e nos demais centros de terror que os capitalistas-burqueses criaram via seus regimes tirânicos e ditatoriais. Nossos parentes sabem muito bem dos nossos princípios, idéias, valores e objetivos; todos nós sabemos que poderíamos ser presos, torturados e assassinados. Na Argentina foram 30.000 no Chile mais de 3.000 e em todos os países da América do Sul e Central são outros milhares de companheiros que foram perseguidos, presos, torturados e assassinados. Todos nós que lutávamos contra a "Ditadura Militar" estudamos o máximo possível Karl Marx, História do brasil, "História da Revolução Russa de 1917", História da Revolução Francesa, xxxx realizados por Hittler, Stalin e todos os tipos de ditadores e tiranos que a história (hoje a internet é moda como fonte informativa e de conhecimento) registra. Hoje menos historiadores e pesquisadores procuram deixar nos livros, filmes, bibliotecas, salas de aula, seminários, etc, as informações para que no futuro todos possam conhecer as histórias e fatos que acontecem hoje (2012); assim foi feito no passado e será feito sempre para que novos estudantes, os novos lutadores tenham condições de saber da nossa história, esse é um dos motivos que me obrigam a escrever esses livros; sou grato aos autores, pensadores e teóricos que escreveram os livros e textos que nós em plena ditadura militar e em lutas onde sabíamos os pováveis resultados individual e coletivamente das nossas ações. O companheiro Carlos Lamarca morreu se alimentando de rapadura, tendo como calçado "sandálias japonesas" e lendo Guerra e Paz de Leon Tolstoi e aconselhando a todos a ler esse livro. Seus senhores e senhoras parentes ou não dos companheiros e companheiras que lutaram contra as ditaduras do "Cone Sul" e principalmente contra o sistema capitalista burguês que de fato as produziu e manteve o quanto pode essas ditaduras, nós não éramos utópicos ingênuos, nós sabíamos as várias e diferentes probabilidades decorrentes das nossas escolhas de modo de vida e da nossa ideologia. Assim se eu estivesse morto como estão milhares dos meus companheiros e companheiras hoje existem apenas nos livros e nas memórias dos que hoje existem apenas para busca e manter suas histórias registradas. Se eu estivesse morto certamente eu esperaria que pessoas sérias, de boa fé, responsáveis e compromentidas com as nossas lutas procurassem no mínimo manter as nossas biografias e história vivas e em nossas condições de ser profunda e claramente conhecidas por todas as pessoas, principalmente pelos pobres e miseráveis espalhados nas cidades e nos imensos campos sem a mínima qualidade de vida. Eu tenho por hábito em minhas pesquisas estudar biografias de todos os companheiros e companheiras que lutaram e lutam contra os nossos reais inimigos: os capitalistas burgueses e seu Estado Antidemocrático da Direita Facista. Muitas biografias foram lidas, analizadas e refletidas, inclusive as biografias dos diferentes mercenários e agentes das Ditaduras Capitalistas mascarados de várias formas para impor medo e terror defendendo os interesses dos seus chefes e patrões.Esse é um hábito que cultivo e muito tem me ajudado, pena que eu continue me preparando para s lutas e enfrentamentos contra os meus inimigos. Terei muitas observções importantes lendo as histórias contadas sobre essas batalhas realizadas. Os meus companheiros e companheiras morreram para que o mundo e a sociedade pudessem oferercer a todos as condições necessárias para viverem; estive próximo a muitos desses companheiros e convivi com eles ouvindo dos lábios deles as palavras que hoke muitos historiadores e pesquisadores narram colhidas essas palavras em fontes muitas vezes não fidedignas e realistas. Lendo histórias, biografias e muitos outros temas profundamente pesquisados, posso aqui narrar algumas circunstâncias e fatos depois devidamente refletidos.
Todas as pessoas, os pesquisadores e historiadores estejam ou não interessados na nossa história de enfrentamento a Ditadura Militar, estejam essas pessoas dentro ou fora das tais "Comissões da Verdade", oficial ou oficiosas - estão prestando um grande trabalho de ajuda a nossa causa e ao Nosso Time...Isso é muito importante fazer, mas é apenas uma tática que compõe a estratégia geral dos nossos companheiros e companheiras de ontem que foram presos, torturados e assassinados. Eu pergunto se essa é a única tática que vocês conseguiram para continuar as lutas de todos os desaparecidos políticos e as nossas lutas contra o Sistema Capitalista Totalitário que de fato foi o gerador das Ditaduras Militares que nós enfretamos; Bata somente fazer memoriais, "Comissões da Verdade" ficar indignados e xxxxx xxxxx alguns ossos misturados com entulhos para sentirem-se com as suas missões confundidas diante de todos? Perguntas semelhantes para todas as pessoas que estão sabendo até além da conta sobre as ditaduras militares do Cone Sul, sobre os regimes facistas e totalitários registrados nos livros e nas mídias - todos os vivos sabendo muito sobre os companheiros mortos e muitas pessoas sádicas e criminalmente se reunindo em eventos e atos para resgatar as memórias daqueles que quando estavam vivos ninguém desses grupos oportunistas de xxxxxxxx, historiadores e pesquisadores de regimes totálitários se preocupava ao menos em compreender seus motivos, idéias e princípios. Quantos dos parentes que hoje procuram fazer memoriais, xxxxxx as biografias dos meus companheiros e companheiras de lutas concordaram com eles quando vivos estavam? Agora esta em moda e foi constitucionalizado essa caçada aos mortos e desaparecidos políticos por gente de todos os tipos e diferentes formações políticas e ideológicas. Parecem querer transformar esses esses movimentos e essa moda em coisas que possas ser capitalizadas para aumentar alguns podres poderes de criaturas espertas e oportunistas. Lucram com ressureições de mortos, memórias e histórias que nunca desejam particpar, pois para isso teriam xxxxx correr riscos e não apenas ficarem indignados e alienados. Quantos estão vivos dos que foram presos, torturados e persguidos pelos agentes da Ditadura Militar e hoje cheios de seqüelas encontram-se desempregados e aparecem em atos e eventos para melhor formatar o "expetáculo xxxx" que os produtores de xxxxx xxxxx criam e mostram com história das Ditaduras Militares do Cone Sul? Posso muito saber o que os milhares de companheiros e companheiras que foram presos, assassinados e desaparecidos querem , sou do "Time Deles"; eles falavam de todas as formas como pudessem quais eram os nossos objetivos; eles sempre foram claros e concisos ao apresentarem suas propostas e realizarem suas lutas. Não é preciso muitos estudos e informações para nos conhecer e saber dos nossos princípios, idéias e valores; todos nós militantes de esquerda ontem, hoje e sempre somos facilmente compreendidos nas nossas idéias e objetivos - leiam as biobrafias dos companheiros e companheiras que enfrentaram as ditaduras e os regimes totalitários do todos os tipos; hoje com as buscas na internet é muito fácil saber imediatamente o que eu penso ( vejam na internet meu site http://movebr.wikidot.com/ ; meu blog:brasilivre1800.blogspot.com e no youtube: http://www.youtube.com/user/csunearquivo?feature=mhee ,"jorgemiguel anosdechumbo").
Hoje qualquer criança que saiba fazer buscas na internet pode utilizando o Google digitar: "Carlos Lamarca", Carlos Mariguella, Luis Carlos Prestes, Gregório Bezerra, Luiz Travassos, Honestino Monteiro Guimarães, Fernando Sarita Cruz, Helenira Souza Resende Nazaré, Sonia Stuart Angel, Vladimir Herzog, Alexandre Vanucchi Leme, Olga xxx Prestes, Maria Auxiliadora, que se suicidou jogandeo-se sob as rodas do trem do metrô na Alemanha por não agüentar as seqüelas derivadas das torturas quando foi presa pelos órgãos de repressaõ dos capitalistas burgueses e seus mercenários agentes oficiais vestidos de funcionários públicos).
Eis que nesse ponto do livro tenho que aplicar na narrativa alguns princípios dos surrealistas e das formas como se faz uma "Xxxx de assembléia estudantil" para
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Mandado de segurança do presidente da UNE Honestino Guimarães

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Documentos raros - arquivos CSUNE

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terça-feira, 8 de janeiro de 2013
O CAPITALISMO ORIGINA TODOS OS REGIMES TOTALITÁRIOS E DITADURAS

Trançando a linha da história da civilização ocidental desde a Grécia, Roma e o autoproclamado “povo escolhido por Deus” (os hebreus) pode-se comprovar e perceber que sempre minorias se apropriam de tudo e todos os poderes utilizando para isso instrumentos de vários tipos para levar a maioria (geralmente de pessoas ignorantes e pobres) a legitimar e aceitar esses domínios e controles sociais. Reis e rainhas na Antiguidade e no Mundo Feudal, Primeiros Ministros e Presidentes no Mundo Moderno são eleitos de diversas formas por populações que, em sua grande maioria representam as elites, aristocratas e celebridades condicionadas propositalmente para participar de processos eleitorais falhos e muitos deles criminosamente idealizados por intelectuais e agentes oficiais de Estado Burguês Capitalista Totalitário. Desde há muito que as minorias de privilegiados e donos dos podres poderes obtidos com processos políticos ridículos e pseudodemocráticos, essas elites criminosas buscam legitimações e justificativas de todas as suas ações sádicas e alienantes. Esses políticos se fazem passar como legítimos representantes de todas as pessoas, inclusive dos escravos, miseráveis, sem tetos, sem terras e todos que são mantidos pelos donos dos meios de produção e seu sistema capitalista totalitário como seres passivos, ignorantes, despolitizados e coniventes com todos os atos emanados das torpes e sádicas mentes dos seus representantes políticos mascarados de “representantes do povo” nas Assembleias Legislativas, Congressos e Câmaras de Vereadores e Deputados. Eis que o processo vem de há muito se mantendo para que minorias de oligarquias, celebridades, ricos e famosos de todos os tipos e lugares se perpetuem em seus castelos, mansões e condomínios de luxo colecionando produtos de luxo e grifes famosas; tais criaturas acham-se legitimadas por valores e princípios abstratos saídos das mentes dos seus serviçais intelectuais que criam doutrinas e ideologias para justificar os crimes e explorações cometidas contra a maioria da população que mantida na miséria é condicionada criminosa e propositalmente a seguir imitando, invejando e desejando ser burguês e capitalista; eis que os oprimidos são controlados e condicionados para invejarem e seguir os valores e princípios dos opressores no ciclo vicioso que para os controladores e administradores do Estado Capitalista-Burguês parece lógico e sempre necessário que assim sempre ocorra. Eis que muitos desejam ser patrões donos dos meus de produção e esquecer a História e todos que lutaram e lutam contra os que se acham donos de tudo e todos até mesmo das estrelas do universo.
É esse ciclo vicioso que de há muito vem mantendo os criminosos capitalista-burgueses e seu Estado Antidemocrático Capitalista Totalitário garantindo os valores, princípios e ideias de oligarcas, banqueiros, latifundiários e celebridades de todos os tipos que ostentam suas ociosas vidas de exploradores dos povos e mantedores da alienação das massas. É esse Estado Capitalista Totalitário que gerou Hitler, Mussolini e todos os tipos de regimes onde as pessoas foram assassinadas, presas e torturadas; é esse tipo de Estado Burguês Capitalista que gerou as Ditaduras Militares na América Latina a partir dos anos 60 (no Brasil a Ditadura Militar de 1° de Abril de 1964). Cabe aos que ainda lutam contra esses sádicos mascarados de representantes do povo com seus podres poderes instituídos e pensados criminosamente por seus ideológicos e seguidores continuar lutando contra tais ações dos mercenários e comportamentos que os inimigos dos povos introduzem propositalmente a todo instante e em qualquer lugar para continuarem mantendo seus privilégios e ociosas vidinhas de criaturas desespiritualizadas e sádicas. A primeira coisa a ser feita é não aceitar os valores, princípios e idéias dos capitalista-burgueses e seus agentes mercenários de todos os tipos, não aceitando juntar-se a eles.
Como fazer isso? É simples, use o bom senso e a lógica ao separar os amigos e companheiros de luta dos que desfilam suas figuras prepotentes e arrogantes nos diferentes lugares dos países capitalistas. Separe o joio (mato desnecessário e inútil) do trigo e assim fazendo já terá obtido um grande sucesso apontando as redes constituídas de elementos mafiosos, “analfabetos políticos”, “inocentes úteis” e consumistas de todos os tipos de sua vida. Eis que dos mais de 7.000.000.000 de habitantes do planeta continua cientificamente controlados para aceitarem, valorizarem, imitarem e invejarem os capitalista-burgueses como seres necessários e “úteis” para todas as coisas e pessoas. Eis a inversão surrealista criada propositalmente pelos profetas judaicos e todos os ideólogos das elites ricas de todos os tempos. Sempre haverá os ricos e pobres e isso parece ser para os inimigos dos pobres uma lei da Física e um determinismo para ser aceito por todos os miseráveis de diferentes lugares e circunstâncias. São criadores e legisladores que criam leis que servem única e exclusivamente para manter seus podres poderes e privilégios para isso é necessário as justificações dos atos dos constituintes e Constituições Burguesas Capitalistas onde os miseráveis são adestrados e controlados para legitimarem as ações dos opressores do povo. Que fique bem claro e compreendido por todos os exploradores, pelos capitalista-burgueses e seu Estado Totalitário gerador de Ditaduras e Tiranias (defendidos por leis criadas propositalmente para defender privilégios de minorias ricas e famosas)que desejam essa sofisticada inversão saída dos seus gabinetes universitários e dos templos judaicos seja aceita e legitimada por todos os explorados e pobres. Tais criaturas subvertem e desrespeitam a lógica e querem por todos os meios fazer com que suas vítimas os invejem e desejem ser semelhantes a eles. Querem fazer todos seguirem os valores, princípios, hábitos, comportamentos e idéias. Para isso criaram os “Três Conjuntos”, instrumentos máximos de controle social, adestramento e cooptação: o conjunto da “Ditadura Civil”, os Aparelhos Ideológicos do Estado Burguês Capitalista e a Industria Cultural.
São esses macroinstrumentos que permitem e garantem a prepotência, a arrogância e as ações sádicas dos que se acham donos de todos e de tudo no universo. Os Aparelhos Ideológicos (foram estudos constantes de Althusser, filósofo francês) são as famílias que seguem os valores impregnados da tradição e propriedade segundo a ética e o espírito dos protestantes e de todos os capitalista-burgueses. São adestradores e educadores das pessoas durante toda a vida dentro dessa sociedade judaico-cristã e capitalista; os princípios, valores, hábitos, ideias e consumos da classe burguesa que institucionaliza e mantêm as pessoas condicionadas para aceitar acrítica e alienadamente o “Estado Capitalista Totalitário Liberal Burguês”. As crianças das creches aos adultos nas universidades, todos são adestrados e controlados para aceitarem os valores e invejarem os burgueses e suas vidinhas inúteis, mentirosas e opressoras. A “Ditadura Civil” é um conjunto que é constituído de elementos que aceitam ser seguidores e defensores de todos os tipos de valores, ações e ideias dos que criaram os regimes totalitários e tirânicos através da história. Esses elementos utilizam a “lei do vale tudo” para manter seus consumos e valores diante de suas vítimas e de todos que escravizam e controlam. Por fim, a Indústria Cultural infestada de celebridades milionárias dos esportes e das artes que são instrumentalizadas por pseudoagentes culturais e artistas comprometidos com a ideologia dominante para transformar as pessoas em idiotas, fanáticas, alienadas, seguidoras de inúteis criaturas e legitimadoras dessa sociedade onde os capitalistas esperam sempre transformar todos segundo suas imagens sádicas e criminosas comprando as almas de “inocentes úteis” e deslumbrados com produtos e serviços criados pelos ideólogos e administradores desse Estado Capitalista Totalitário.
Motivos para a existência do blog e do site:
11- Os responsáveis são pesquisadores e lutadores, de há muito tempo, para que o Brasil possa, de fato, ser um país democrático e soberano.
22- Não temos condições financeiras e estamos há muito tempo fazendo inúmeros sacrifícios para divulgar e manter a história que os inimigos do povo querem esconder.
33- A trilogia “A UNE, O Movimento Estudantil e Política” necessita de verba para contratar uma editora para produzir os livros. Se colaborar com mais de R$20,00, estará garantindo um exemplar logo que for editado.
44- Ajudará o Blog a lutar pela transformação do projeto “Minha Casa, Minha Vida, Meu Direito, e Dever do Estado” em lei (ver este projeto postado no neste blog), pois estaremos lutando para que isso aconteça através de democracia direta.
55- “Restaurantes Populares Federais” é outro projeto que será apresentado ao Executivo Federal para que todas as pessoas possam, de fato, ser iguais perante a lei, e possam, como os estudantes de algumas universidades públicas brasileiras, ter o direito de jantar e almoçar com menos de R$2,00 por refeição, e café da manhã com menos de R$2,00 (vejam os detalhes, justificativas e princípios desse projeto neste blog).
Agradecemos antecipadamente a todos que possam depositar nas contas acima qualquer importância, pois isso fará com que tenhamos meios e armas para continuarmos as nossas lutas contra os inimigos do povo.
Jorge Miguel
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quarta-feira, 7 de novembro de 2012
Nome do Projeto: “Minha Casa Meu Direito e Dever do Estado”

Democracia Direta – Projeto Lei de iniciativa popular visando a criação da Lei que possibilitaria a todos os brasileiros e brasileiras a partir dos 18 anos de idade ter direito a casa própria.

Esse projeto visa a criação da Lei que vai garantir concretamente que o direito de moradia e a vida sejam de fato obtido pelos brasileiros e brasileiras. Assim, como foi conseguida a “Lei da Ficha Limpa” (vejam o histórico desse processo) esse Projeto quer ver realizado o desejo natural que todas as pessoas buscam obter – a CASA PRÓPRIA. É preciso mais de 1 milhão e duzentas mil assinaturas de eleitores (tendo ao lado delas o respectivo número do título de eleitor) para que esse Projeto possa dar entrada no Congresso Nacional Brasileiro para ser votado e transformado em Lei, assim como foi o trâmite da “Lei da Ficha Limpa”.

JUSTIFICATIVA

Todos os brasileiros e brasileiras, eleitores ou não desde criança são consumidores de produtos e serviços que descontam vários tipos de impostos para os municípios, estados e governo federal. Se calcularmos quanto uma determinada pessoa pagou de impostos desde os primeiros consumos realizados em diferentes pontos de vendas de produtos e serviços até completar os 18 anos de idade, certamente somados todos os valores arrecadados pelos órgãos públicos (Secretaria da Fazenda, Ministério da Fazenda, etc), esse total (calculem os contabilistas e economistas) ultrapassaria o valor necessário para a compra de uma casa popular (dois quartos, sala e banheiro). O governo federal através do Ministério das Cidades deve receber uma verba específica vinculada a garantir aos brasileiros e brasileiras a concretização do direito à moradia sem qualquer tipo de dificuldades e processos burocráticos por parte do Estado. Todos os engenheiros e arquitetos sabem que nas Universidades do mundo todo já existe protótipos e projetos de casas populares, a baixo custo e alta eficiência e viabilidade; os escritórios de arquitetura e engenharia civil do Brasil, simpáticos a esse projeto, poderiam assessorar e contribuir para a realização do mesmo de várias formas, principalmente projetando e oferecendo ao poder público os modelos de CASAS POPULARES.

Aristóteles disse em um de seus livros que o homem é um animal “político” – só que os representantes do povo e os administradores da “coisa pública” desde a Grécia antiga estão esquecendo que antes de ser um eleitor, político e cidadão o homem também é um animal que necessita comer e morar com segurança e conforto – condições que nunca nas democracias burguesas foram concretizadas de fato e saíram dos textos legais para a realidade das pessoas que elegem seus representantes em tais Estados de Direito Democrático. Comer e morar vem antes de ser eleitor ou possuidor de deveres diante deste tipo de Estado.

Todas as pessoas minimamente informadas sobre os processos e condições de obtenção de uma casa própria ou aluguéis de imóveis no Brasil, sabem que as dificuldades são criadas propositalmente pela especulação imobiliária e o descaso irresponsável dos poderes púbilcos do Estado Democrático. No Brasil, o déficit habitacional já alcança em 2012 mais de 20 milhões de famílias sem um teto e imóveis vazios que servem para os especuladores imobiliários de todos os tipos são mais de seis milhões. Só na cidade de São Paulo segundo a campanha do candidato à Prefeitura Fernando Haddad (Eleições de 2012) o déficit habitacional chega a mais de 220 mil famílias sem teto e as poucas famílias que moram em favelas próximas a terrenos valorizados assistem seus barracos serem destruídos por incêndios criminosos ou acidentais...

Quando os eleitores pobres e miseráveis foram consultados sobre onde e como investir o dinheiro dos impostos (os impostos no Brasil estão entre os maiores do mundo)?As obras suntuosas, irresponsáveis, desnecessárias e criminosamente projetadas saem sempre das mentes dos que nunca se preocupam de fato com as reais necessidades das pessoas pobres e se acham representantes do povo e justos administradores do patrimônio público.

Se os eleitores pobres e miseráveis de todos os tipos e circunstâncias tivessem o mínimo de informação e consciência política certamente tais descalabros, irresponsabilidades e improbidades administrativas realizadas pelos funcionários públicos e “representantes do povo” não ocorreria em nosso país. Assim, conclamo e busco apoio de todos que estão sem teto e sem as condições mínimas necessárias de existência (que são garantias e direitos fundamentais escritos na Constituição Federal Brasileira) a unir forças para que o Projeto “Minha Casa Meu Direito e Dever do Estado” seja de fato cumprido e todos os consumidores possam ver de fato os seus direitos sendo respeitados. Quando os pobres e miseráveis votam esperam retornos que possam resolver os imensos e graves problemas que têm e não assistir irracionais concentrações de rendas, corrupções, inseguranças e desrespeitos aos Direitos Humanos que todos podem constatar vendo os fatos e segundo as matérias informativas nas mídias de todos os tipos. Unam-se, assinem esse projeto e deixe de ser enganados com “sonhos da CASA PRÓPRIA”.

Às pessoas que desejarem contribuir e apoiar para o sucesso desse projeto, deixe as suas sugestões e digam como poderão contribuir, me contate pelo e-mail: jorgemiguel2007@gmail.com.

Mais informações sobre o autor do projeto, veja no youtube: http://www.youtube.com/results?search_query=jorgemiguel+anosdechumbo+&oq=jorgemiguel+anosdechumbo+&gs_l=youtube.3...112270.112270.0.113091.1.1.0.0.0.0.0.0..0.0...0.0...1ac.1.

e no site: http://movebr.wikidot.com/ .

Sem mais, até as vitórias!

Autor: Jorge Miguel de Almeida Santos. Ex- estudante de Ciências Sociais (UFBA) e Agronomia (UFRRJ).
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terça-feira, 19 de junho de 2012

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quinta-feira, 5 de abril de 2012
Walk Talk Show (TV USP) - Entrevista Jorge Miguel
Jorge Miguel, pesquisador da UNE, fala nesta entrevista a TV USP sobre seus trabalhos de pesquisador a respeito da UNE e do movimento estudantil, da história do ensino superior no Brasil, das lutas realizadas pelos estudantes brasileiros durante diferentes fases da história do Brasil.
Obra sobre a UNE: "A UNE, movimento estudantil e política".
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sábado, 24 de março de 2012
Análise direta (RIT TV - 2010) - parte 3
O ex-preso político e ex-assessor da UNE, Jorge Miguel, em 2010, no programa Análise Direta da emissora RIT.
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Análise direta (RIT TV - 2010) - parte 2
O ex-preso político e ex-assessor da UNE, Jorge Miguel, em 2010, no programa Análise Direta da emissora RIT.
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Análise direta (RIT TV - 2010) - parte 1
O ex-preso político e ex-assessor da UNE, Jorge Miguel, em 2010, no programa Análise Direta da emissora RIT.
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sábado, 17 de março de 2012
Eleições 2010 - parte 5
Programa Eleições 2010 da emissora RIT, com Jorge Miguel, ex-assessor da UNE, ex-preso político. Atualmente trabalha no levantamento da história da UNE e do movimento estudantil.
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Eleições 2010 - parte 4
Programa Eleições 2010 da emissora RIT, com Jorge Miguel, ex-assessor da UNE, ex-preso político. Atualmente trabalha no levantamento da história da UNE e do movimento estudantil.
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Eleições 2010 - parte 3
Programa Eleições 2010 (RIT). Jorge Miguel, ex-preso político, ex-assessor da UNE e pesquisador da história da UNE e do movimento estudantil.
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Eleições 2010 - parte 2
Programa Eleições 2010 (RIT). Jorge Miguel, ex-preso político, ex-assessor da UNE e pesquisador da história da UNE e do movimento estudantil.
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Eleições 2010
Programa Eleições 2010. Entrevista com Jorge Miguel, pesquisador e ex-quadro político da UNE, sobre política e história desta instituição.
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quinta-feira, 26 de janeiro de 2012
Universidade e Conhecimento
Felicidade passei no Vestibular mas a faculdade é particular — … burgueses são vocês / eu não passo de um pobre assistido socialmente (da graduação, mestrado e doutorados "ditos carentes") que deverei ser também, ao final desse processo assistencialista e behaviorista, um burguês. Quantos crimes, quantas almas vendidas e compradas no mercado das assistências estudantis onde uma ideologia monstruosa criada pelos defensores do Estado-capitalista-burguês oprime, reprime e reprograma ideologicamente estudantes universitários para que todos sejam transformados "à imagem e semelhança dos burgueses das colunas sociais". Felicidade ao passar no Vestibular é o encontro máximo de uma ideologia que busca nos conhecimentos formais os poderes e privilégios — Todos serão felizes nas redomas universitárias, os assistidos e os assistentes — Todos aceitaram o liberalismo e o capitalismo e viveram felizes para sempre com títulos, consumos e comportamentos capitalistas. Eis que esse é o objetivo da TFP Tupiniquim e Tupy. Universidade rima com infelicidade também para aqueles que venderam a alma ao diabo burguês-capitalista em troca de moradia e alimento grátis. Mais vale um desalmado para o capitalismo (esses serão obrigados a aceitarem-se como "capital humano") do que os homens que nasceram livres para buscar os conhecimentos em todos os lugares
Eis que institucionalizam pessoas e aburguesam Tudo e Todos para os interesses dos que produziram o Estado Democrático de Direito.
CSUNE
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Parceria UNE-Rede Globo
Onde a Globo e a Fundação Roberto Marinho estiverem nós ex-presos políticos estaremos lutando contra ela — que representa os interesses dos Estados Unidos desde 1965 quando o Grupo Time Life colocou seus podres poderes nas comunicações brasileiras — vejam os livros: "A história secreta da Rede Globo" de Daniel Herz; "A Fundação Roberto Marinho" de Romero Costa Machado (volumes I e II); e "O Campeão de Audiência" de Walter Clark.
A nossa entidade histórica, a UNE é uma força para defender os interesses do Brasil e dos estudantes universitários brasileiros — a história registra isso e o estatuto da entidade mostra quais os princípios e ideologias que orientam as ações da UNE. Assim os traidores de sempre estarão procurando obter mecanismos e criar circunstâncias para satisfazerem os interesses dos neocolonizadores que através de vários meios buscam desmoralizar e destruir a UNE. Essa podre PARCERIA deve ter surgido das torpes mentes fascistas que infestam a UNE de há muito e tentam de todas as formas travar as ações dessa preciosa Estrutura de luta do povo brasileiro. Nós ex-militantes da UNE, lembrando todos os companheiros assassinados e torturados que lutaram para um Brasil LIVRE e soberano, continuaremos a LUTAR sempre que esses criminosos apareçam e os colocaremos nos devidos lugares. Jamais a UNE deveria se prender a esse Clã carioca entreguista e subserviente aos interesses norte-americanos que é a família Marinho (assim como os Frias e os Mesquitas em São Paulo, os pensadores e ideólogos da direita brasileira).
Essa nossa posição contra essa Parceria UNE Rede Globo não ficará só no registro histórico em nosso portal "movebr"; nós continuaremos a caçar os traidores da UNE e do Brasil que fizeram esse crime contra a história, a luta e as ações de todos os estudantes que se sacrificaram pelo nosso país. Fora da UNE, mercenários traidores — se não sairem formalmente serão, como sempre devem ser os traidores de todos os tempos — justiçados …
P.S. Aguardem Novos Capítulos dessa novela ANTI-GLOBO. Nossa LUTA é LUTA de Todos os que dessejam um Brasil de fato livre dos colonizadores e também para os Brasileiros ("Brasil Um PAÍS de Todos" — é mais um lema dos TRAIDORES da pátria). O Brasil é dos brasileiros e brasileiras e fim de papo, como diria o Raul Seixas.
CSUNE
Novembro de 2007
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Casa e Comida
Com essas simples palavras "casa" e "comida" os criminosos que estruturam os diferentes tipos de serviços sociais assistencialista (derivados do Estado de Bem Estar capitalista burguês) criaram um binômio de opressão, constrangimento, humilhação e controle social mais monstruoso do que aqueles criados pelos ditadores do Cone Sul na época dos governos militares autoritários (Brasil, 1965-1985). Essas "madrastas" das assistências sociais (nas universidades são as assistêntes sociais e seus seguidores) substituiram de forma mais sofisticadas os Torturadores da repressão militar e os facistas que criaram os DOPS (Departamento de Ordem Política e Social) a OBAN (Operação Bandeirante) o CENIMAR e todos os demais órgãos dos aparelhos de repressão defensores dosburgueses capitalistas e de seu Estado anti-povo. A casa e alimento, hoje, constituem esse binômio que serve para controlar, adestrar e manipular os comportamentos, os valores e as ideologias dos assistidos socialmente (os tais "estudantes carentes" das universidades públicas brasileiras) e todos os pobres e sobreviventes vítimas dessa sociedade capitalista-burguesa irracional que quer submeter tudo e todos aos seus monstruosos princípios e valores. Utilizam essa fórmula judaica-materialista de levar todos à fome e à falta de moradia para que suas vítimas (estudantes "carentes") possam sem resistências ou reflexões sobre esses assistencialismos ser modelados para servirem como futuros operadores e funcionários do Estado capitalista burguês e suas empresas públicas e privadas.
Certamente esse binômio de controle social criminoso atinge seus objetivos quando encontram suas vítimas (estudantes pobres que de forma esforçada e quase "milagrosa" entraram nessas redomas que a burguesia criou para formar seus quadros — as universidades) indefesas e deslumbradas com as circunstâncias e valores hedonistas e consumistas que são colocados para alienar e obscurecer as visões críticas que por acaso possam existir. Usam a fórmula "casa-comida" gratuito — entre outras "bolsas de apoio aos estudantes carentes" e facilidades consumistas — para comprar as almas e modelar as consciências dos que se submetem a receber essas tais bolsas de apoio ofertadas pelas assistências sociais burguesas. Muitos estudantes não tendo outra saída se submetem a esses serviços torturantes que no primeiro ano de universidade aparece mascarando o inferno (esse assistencialismo criminoso oferecido pelos neo-repressores do Estado Burguês) com "roupagens" de paraíso burguês. A fome produzirá juntamente com a necessidade de moradia produzirá (o direito à alimentação e a moradia são direitos garantidos pelas constituições liberais-capitalistas que são descumpridos dentro e fora dos campi universitários) escravos que se submetem aos interesses dos capitalistas-burgueses representados por funcionários e funcionários públicos que ocupam os órgãos assistencialistas para adestrar e controlar suas vítimas (os "estudantes carentes") para que sejam sempre obedientes às leis e seguidores da ideologia liberal-burguesa-capitalista.
A FOME PRODUZ ESCRAVOS.
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A SEDE ORIGINAL DA UNE NA RUA PRAIA DO FLAMENGO, 132
Eu Jorge Miguel, ex-preso político que fui militante estudantil quando era estudante de Ciências Sociais na Universidade de Federal da Bahia e tive que fazer os enfrentamentos necessários a Ditadura e por isso fui torturado sadicamente pelos mercenários agentes do Governo Militar autoritário e tirânico; venho deixar registrado o meu protesto em público a respeito da construção da sede da UNE na rua Praia do Flamengo, nº 132 – Rio de Janeiro, capital. Após inúmeras tentativas de retomada do terreno enfim as várias gestões da Une conseguiu agora (ano 2011) finalmente as condições necessárias para construir a sede da UNE no seu local histórico (onde existiu o clube Germânia era freqüentado por muitos alemães, descendentes de nazistas e todos os que na década de 1940 apoiavam o regime nazista de Hitler). Esse prédio foi cedido a gestão da UNE, cujo presidente era Hélio de Almeida pelo governo de Getulio Vargas e passou a sediar as atividades políticas, administrativas e artísticas que a UNE realizava. Foi nesse prédio que surgiu o primeiro restaurante universitário do Brasil – com os preços baratos e que até as pessoas do povo costumavam fazer refeições, até ele ser deslocado para o centro do Rio de Janeiro e com o nome de Calabouço continuar favorecendo aos estudantes e ao povo pobre da cidade do Rio de Janeiro. A iniciativa de criação de restaurantes universitários foi pensado pelos diretores da UNE da década de 1940 e implementada de forma eficiente dentro da sede da Rua Praia do Flamengo, n° 132. Assim, todos os freqüentadores dos restaurantes das universidades públicas deveriam saber desse fato histórico – quanto mais os administradores das universidades que pensavam nos estudantes e no povo pobre – foi a UNE que idealizou e concretizou essa idéia de restaurantes universitários.
Voltando cheio de seqüelas, dores e sofrimentos devido às torturas e os tratamentos dos agentes mercenários da Ditadura Civil-Militar fui morar no Rio de Janeiro e lá tomei conhecimento da história da UNE, quando trabalhei na sede da entidade que o governador Leonel De Moura Brizola ofereceu em regime de co-mandato (a antiga Faculdade de Direito Estado da Guanabara situada na Rua do Catete, 243, próxima ao Palácio do Catete).Foi como funcionário da administração dessa sede que passei novamente a me interessar pelos assuntos políticos- universitário diretamente ligados aos interesses da UNE e do Brasil. Fui coordenador da biblioteca da sede e assessorei muitos diretores da UNE em diferentes e inúmeras ações administrativas e políticas. Foi realizando um desses trabalhos de assessoria que tive contato com o tal terreno onde existiu a sede da UNE na Rua do Flamengo, 132. O então vice-presidente Sudeste II, Anselmo Jund me pediu para eu ir ao terreno da UNE lá na rua histórica e entregar uma convocatória aos microempresários que invadiram o terreno e criaram lá dentro um estacionamento cuja renda ia para pessoas mafiosas e inimigas da UNE. Fui lá e não me receberam, ainda desrespeitaram minha função e ação como representante legal da diretoria da UNE (essa história conto com mais detalhes em outros textos já postados no meu blog: brasilivre1800.blogspot.com . Assim tem início uma novela com muitos capítulos que venho acompanhando desde aquele dia que fui levar o convite para os mafiosos fluminenses que invadiram o terreno da UNE. Hoje posso traçar uma linha desse tempo até os dias atuais quando a UNE já tem a posse da documentação oficial de proprietária legal desse terreno da rua do Flamengo (essa entrega se deu na gestão do então presidente da UNE Fernando Gusmão e do presidente Brasil Itamar Franco no Bar Lamas na capital do Rio de Janeiro. Após essa entrega de documentos de posse desse espaço histórico das lutas dos estudantes brasileiros, essa “novela” prosseguiu tendo ainda alguns capítulos marcantes que devem ser registrados na história da UNE e do movimento estudantil. Passaram várias gestões da diretoria da UNE tentando colocar a turma do “Poderoso Chefão” empresário invasor do terreno da UNE o tal de Jorge Tadeu. Conseguiu-se ao final de muitas lutas que durou alguns anos para expulsar esses mafiosos do terreno da UNE. Vem então a busca pelo reconhecimento que o Estado brasileiro deve assumir pela dívida material e histórica que ele governo tem com a UNE (pois foi o Estado com sua Ditadura Civil – Militar que no dia 1º de abril de 1964 colocou fogo na sede começando assim uma série quase sistemática a todos que eram contrários ao regime militar implementado pelos seguidores e defensores do sistema capitalista). Essa reparação foi realizada oficialmente pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva através de um Projeto que foi aprovado pelo Congresso Nacional no Senado. Assim a UNE foi reperada no seu legítimo direito com a quantia de R$ 40.000.000,00 que deve ser utilizado imediatamente para concretizar o projeto de construção de um prédio de treze andares que foi realizado pelo nosso eterno companheiro Oscar Nyemeyer gratuitamente para a UNE. Soube entretanto, através de um diretor da gestão do Presidente da UNE Daniel Ilesco (soteropolitano como eu) que essa verba de reparação deverá ser aplicada em investimentos usando os princípios do sistema capitalista de geração de novos capitais financeiros em diferentes aplicações (será na bolsa de valores?). Se ocorrer esse desvio de aplicações dessa verba os responsáveis serão autores de sabotagens, traições e prejuízos a UNE, a história do Brasil e principalmente a todos os companheiros e companheiras que foram presos, torturados e mortos pelos inimigos do Brasil que tudo vem fazendo para que esse prédio da nova sede da UNE não seja construído na Rua Praia do Flamengo,132. Para os diretores da UNE e seus defensores que estão apoiando esta proposta de retardar a construção da sede da UNE ou mesmo desviar o dinheiro para aplicações financeiras várias, saibam todos eles que serão automática e historicamente os nossos inimigos eternos e traidores da UNE, dos estudantes e do Brasil. E tendo eles realizado essa sabotagem financeira e histórica sofrerão como todos os traidores as devidas e necessárias punições que certamente ocorrerão.

Link para o nosso site da história da Une e do Movimento Estudantil
O nosso site sobre a história da Une e do movimento estudantil servirá como complemento do blog Brsilivre 1800,para que os pesquisadores e estudiosos possam aprofundar suas buscas e pesquisas sobre vários assuntos relacionados aos temas que nós tratamos tanto no Movimento Estudantil como na história da UNE.
Qualquer dúvida vocês poderão tirá-la entrando em contato através do e-mail jorgemiguel2007@gmail.com ou consultando os vários links sugeridos tanto pelo blog, quanto pelo site (http://movebr.wikidot.com/), e mais ainda consultar no youtube o seguinte endereço jorgemiguel anosdechumbo
Agradecimentos, espero que consigam tirar suas dúvidas e alcançar seus objetivos com sucesso.


terça-feira, 27 de setembro de 2011
O CAPITALISMO GERA AS DITADURAS E REGIMES TOTALITÁRIOS


(Texto do III volume da obra – “A UNE, O ME”)

Quem é o inimigo dos socialistas, da esquerda de todas as épocas e lugares? A resposta curta e objetiva tem que ser dada por todos nós que lutamos e enfrentamos o sistema capitalista- Burguês e seus Aparelhos Ideológicos de todos os tipos e de várias funções. O nosso inimigo é o SISTEMA CAPITALISTA- BURGUÊS. Esse sistema é mantido e justificado por diferentes ideólogos através da história – são “funcionários intelectuais orgânicos” dos donos dos meios de produção que TRABALHAM eficientemente para manter o Estado e o sistema capitalista como ele vem existindo com mais eficiência nas suas ações de exploração dos trabalhadores e das riquezas naturais da Terra. Este inimigo existe porque produz ditaduras e tiranias de todos os tipos; produz fascistas e nazistas, principalmente para compor a sua base de sustentação material e reprodutora de lucros e privilégios dos que se acham “donos de tudo e todos”.
Esse sistema capitalista-burguês produz o que denomino “DITADURA CIVIL”, esta forma um conjunto no qual seus elementos são constituídos de “criaturas” sádicas, alienadas, “analfabetos políticos”, torturadores de todos os tipos e capacidade, junkers: drogados irresponsáveis, perseguidores de seres de boa-fé, fundamentalistas de seitas e religiões de várias origens, beatos, porra-loucas, pseudoesquerda de partidos políticos, movimentos de várias tendências que se dizem defensoras dos animais e da vida na terra, etc, etc. Todas essas “criaturas” compõem essa “Ditadura Civil” que sempre estarão como “inocentes úteis” ou não, dando as estruturas e bases ideológicas para que surjam as ditaduras militares- civis de todos os tipos.
São esses elementos que se fantasiam e mascaram de várias formas e apresentam-se muitas vezes como defensores dos princípios e valores que todos podem perceber quando eles obtêm alguns poucos “podres poderes” ou um poder de compra que possibilite a ”ELES” fazer crediários e participarem de planos de saúde e de diferentes consórcios para obterem seus ganhados e desejados produtos e serviços. Essa “Ditadura Civil” fica muitas vezes do lado dos poderosos que estão de plantão como governo (para “ELES” não importa quem esteja no poder, sempre estarão com os poderosos mesmo que sejam os ditadores, os fascistas, nazistas e todos os tipos de loucos que o sistema capitalista-burguês prepara para fazê-los seus representantes mascarados de democráticos e “representantes do povo”. Desde o “Poder Divino” (no qual reis e rainhas exerciam todo o poder contra o povo e se diziam representantes do Divino na Terra) que uma autoproclamada elite prepotente, arrogante e sádica vem tentando manter todos e tudo sob seus controles sociais e ideológicos, buscando, muitas vezes através de vários tipos de repressões e ações terroristas contra o povo, manter seus paraísos na Terra enquanto tentam de todas as formas através de seitas e religiões convencer seus representados a esperarem para viver em um tipo de “paraíso celeste”, onde terão todas as necessidades humanas consumistas satisfeitas no céu (prometido pelos pastores protestantes, “líderes espirituais“ de todos os tipos e lugares, charlatães que se aproveitam das pessoas miseráveis e ingênuas para venderem promessas a custa de dízimos e dinheiro dos que são propositalmente colocados na pobreza e sem qualidade mínima de vida). Essas pessoas são também adestradas e manipuladas por outras “criaturas capitalistas-burguesas”, serão também forçadas de várias formas a aceitarem “juntarem-se a ELES”. Para todos “renascidos ideológicos” (lavagens cerebrais aplicadas por vários tipos de “aparelhos ideológicos” de Estado-Burguês) viverem na sociedade burguesa consumista e hedonista onde a pós modernidade ( estudam a fundo modernidade e pós modernidade, outra criação dos ideólogos e agentes dos sistema capitalista-burguês) ditará a regra de como viver na Terra e ser eternamente modelos admirados por todos, inclusive os miseráveis das favelas e periferias das grandes cidades. Parece que só existe um único caminho (e uma só ideologia) a seguir – esse caminho para os nossos inimigos, os burgueses - capitalistas deve ser trilhado alienada e acriticamente por todos – esse caminho levará todos a obterem seus “sonhos de consumo” realizados e a exibirem-se com “aqueles que obtiverem sucesso na vida” ( na vida burguesa, com suas atitudes, comportamentos, títulos e valores). Não me juntarei jamais a essa “Ditadura Civil” e seus diferentes tipos de “criaturas” que justificam e dão energia ao sistema capitalista-burguês; posso sim lutar contra “ELES”, pois eles não são fortes o suficiente para vencerem minhas idéias e os que juntarem-se a mim na guerra contra os que querem controlar tudo e todos para que obedeçamos irracional e cegamente seus princípios e desejem possuir seus produtos e valores burgueses.
Posso com “ELES” sim e os vencerei mesmo com seus mercenários torturadores me perseguindo e tentando destruir-me de todas as formas. “Eles não são pessoas“ são criaturas sádicas que de humano só têm a aparência. Os que aceitam de uma ou de outra forma unirem-se a “Eles”, unem-se automaticamente aos tiranos fascistas, nazistas e todas as “espécies de monstros” que um dia nasceram, cresceram e sofreram uma “mutação espiritual-ideológica” provocada propositalmente pelo sistema capitalista-burguês que ao final de um processo de adestramento monstruoso foram obrigados a aceitarem seguir os valores e a ideologia dos capitalistas-burgueses.
Se não pode contra eles junte-se a eles”. Eu não me juntei a esses monstros e os que aceitaram essa união fizeram o pacto com o “diabo capitalista”. Eu sempre lutarei contra “ELES”.






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quinta-feira, 25 de agosto de 2011

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Lutas estudantis no Chile

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domingo, 13 de março de 2011
Projeto Restaurantes Populares Federais
Projeto “Restaurantes Populares Federais” (RPFs)
Autor: Jorge Miguel de Almeida Santos (ex quadro político da UNE).

São Paulo, 12 de março de 2011

Justificativa:
Visando concretizar as promessas da Excelentíssima Presidente Dilma Rousseff, venho propor ao Governo Federal esse projeto “Restaurantes Populares Federais” para atender o povo brasileiro, principalmente aquelas pessoas que estão marginalizadas, sem teto, sem direitos respeitados e tratados como mão-de-obra de reserva do sistema social vigente no Brasil. Todas as promessas feitas pela Exma. Presidenta Dilma Rousseff para acabar com a miséria imposta há séculos aos trabalhadores e todos que são tratados como cidadãos de quarta categoria no país deverão ser concretizados com urgência pois só assim o Brasil poderá de fato chegar a ser um país soberano e desenvolvido distribuindo renda e riquezas de forma concreta satisfatória para todos habitantes do território brasileiro.
Sendo eu um ex-preso político militante do movimento estudantil nacional e ex-quadro político da União Nacional dos Estudantes, venho pedir que a companheira Dilma junte essa minha proposta (RPFs) às demais, que ela e todos os seus ministros e colaboradores têm para concretizar boa parte dos planos e objetivos. Essas promessas feitas constantemente, desde o primeiro governo Lula (2003), que visavam tirar os excluídos sociais de suas míseras condições devem ser concretizadas urgentemente, pois a distribuição das riquezas e rendas no Brasil se faz necessário começar pela população mais pobre que se encontra nas favelas e periferias das cidades brasileiras. Foi refletindo sobre esses fatos e circunstâncias que criei este projeto.
Foi observando, como estudante bolsista das minhas universidades (Universidade Federal da Bahia, onde cursei Ciências Sociais, e Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, onde cursei Agronomia), que refleti sobre as condições de qualidade vida dos universitários brasileiros e demais usuários dos restaurantes mantidos com verba pública que me concentrei em formular e escrever este projeto. Esses restaurantes servirão de modelos para os RPFs.
Nos Restaurantes Universitários da USP concentrei as minhas observações e análises para realizar este projeto; os funcionários do Governo Federal, via seus respectivos ministérios, visando obedecer as promessas da Presidente Dilma (“acabar com a miséria no Brasil”), poderão fazer os estudos necessário para implantação deste modelo de RPFs, que serão administrados primordialmente pelo Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome.
A Exma. Ministra Tereza Curvello terá de mim toda a atenção e energia para colaborar com os esclarecimentos que se façam necessário sobre este projeto. Estarei à disposição e com boa vontade para ajudar os companheiros e companheiras que hoje lutam para atingir muitos dos objetivos pelos quais estamos lutando desde os anos da Ditadura Militar, onde as nossas vidas sempre estavam sobre riscos e perigos, e esses princípios sempre estiveram claros nas mentes dos que, dentro ou fora dos aparelhos de repressão, lutavam pelo povo brasileiro e pela soberania do Brasil.
Esses mesmos ideais mantenho até hoje, mesmo cheio das seqüelas das torturas que sofri, e ainda dando continuidade às lutas contra os eternos inimigos do Brasil, espero que meu projeto seja bem recebido e concretizado urgentemente para o bem do povo brasileiro. Somente os ex-companheiros das lutas travadas contra a ditadura (os guerrilheiros de esquerda) e os agentes mercenários contra os quais lutávamos, estão cientes das reais circunstâncias das nossas histórias de luta.
Concretização do projeto RPFs (local onde serão construídos):
O terreno deverá ser concedido pela prefeitura, ou pelo estado, ou mesmo a União. Deverá estar próximo, ou dentro, das favelas ou comunidades carentes. O modelo a ser seguido na construção e administração desses RPFs será o dos restaurantes das universidades públicas paulistas (USP e Unicamp).
Será também necessário que os técnicos e executores deste projeto estudem os restaurantes populares já existentes, em pleno funcionamento, em algumas cidades brasileiras (Bom Prato, em São Paulo; restaurante popular da Prefeitura de Poços de Caldas – MG; os existentes na cidade do Rio de Janeiro), sendo esses exemplos que concretamente satisfazem a grande necessidade de atender às necessidades nutricionais da população brasileira.
Cabe lembrar que um povo bem nutrido, com saúde e boa moradia estará apto para contribuir de fato com a grandeza e o desenvolvimento do Brasil.
Como manter os RPFs (o corpo de funcionários):
Serão recrutados para mão-de-obra desses RPFs pessoas moradoras das favelas ou bairros próximos a eles. Eles terão seus direitos trabalhistas respeitados e não pagarão nada nos restaurantes onde trabalham.
Fundo de arrecadação para o contínuo financiamento dos RPFs:
A principal fonte de manutenção desse restaurante virá do Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Ministério da Saúde e Ministério da Educação e Cultura, que designarão a verba unicamente para construção, administração e controle dos RPFs.
Preço cobrado nos RPFs:
O preço será o mesmo cobrado nos restaurantes universitários federais – e sempre que possível, preços até menores.
Outros meios de acesso para utilização dos RPFs:
Os comensais poderão também trocar notas fiscais (ICMS, etc) por tickets de alimentação que poderão ser usados nos RPFs.
Esse sistema educará os frequantadores dos RPF a exigirem as notas fiscais, que são culturalmente sonegadas por alguns comerciantes e empresários, e fará também com que os municípios onde estão os RPFs melhorem a cobrança desses impostos e direcionem a verba arrecada para somar aos demais fundos de manutenção dos RPFs.
Conclusão:
Assim encerro meu projeto esperando críticas e colaborações dos companheiros e companheiras do Governo Dilma Rousseff, e principalmente que o mesmo seja concretizado urgentemente para fazermos do Brasil um país onde não existam os atuais privilégios para minorias e as péssimas condições de vida para a maioria do povo brasileiro, que sobrevive nas favelas e periferias enganados, de há muito, por falsas promessas e políticos demagogos.
Sem mais,
Jorge Miguel de Almeida Santos.

Documentos do proponente no youtube: Jorgemiguel anosdechumbo.
Email: jorgemiguel2007@gmail.com
Blog: brasilivre1800.blogspot.com
Ver site histórico das pesquisas do proponente: HTTP://movebr.wikidot.com


terça-feira, 20 de julho de 2010
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Pesquisa sobre movimento estudantil e história da UNE - documentos de apresentação de Jorge Miguel
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terça-feira, 20 de julho de 2010 Pesquisa sobre movimento estudantil e história da UNE - documentos de apresentação de Jorge Miguel - parte 2
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Entrevistas de Jorge Miguel sobre suas pesquisas no Movimento Estudantil e da história da UNE.
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segunda-feira, 12 de julho de 2010
Casa e Comida
Com essas simples palavras "casa" e "comida" os criminosos que estruturam os diferentes tipos de serviços sociais assistencialista (derivados do Estado de Bem Estar capitalista burguês) criaram um binômio de opressão, constrangimento, humilhação e controle social mais monstruoso do que aqueles criados pelos ditadores do Cone Sul na época dos governos militares autoritários (Brasil, 1965-1985). Essas "madrastas" das assistências sociais (nas universidades são as assistêntes sociais e seus seguidores) substituiram de forma mais sofisticadas os torturadores da repressão militar e os facistas que criaram os DOPS (Departamento de Ordem Política e Social) a OBAN (Operação Bandeirantes) o CENIMAR e todos os demais órgãos dos aparelhos de repressão defensores dos burgueses capitalistas e de seu estado anti-povo. A casa e alimento, hoje, constituem esse binômio que serve para controlar , adestrar e manipular os comportamentos, os valores e as ideologias dos assistidos socialmente (os tais "estudantes carentes" das universidades públicas brasileiras) e todos os pobres e sobreviventes vítimas dessa sociedade capitalista-burguesa irracional que quer submeter tudo e todos aos seus monstruosos princípios e valores. Utilizam essa fórmula judaica-materialista de levar todos à fome e à falta de moradia para que suas vítimas ("estudantes carentes") possam sem resistências ou reflexões sobre esses assistencialismos ser modelados para servirem como futuros operadores e funcionários do Estado capitalista burguês e suas empresas públicas e privadas.
Certamente esse binômo de controle social criminoso atinge seus objetivos quando encontram suas vítimas (estudantes pobres que de forma esforçada e quase "milagrosa" entraram nessas redomas que a burguesia e a oligarquia criaram para formar seu quadros dirigentes e seguidores - as universidades) indefesas e deslumbradas com as circunstâncias e valores hedonistas e consumistas que são colocados para alienar e obscurecer as visões críticas que por acaso possam existir. Usam a fórmula "casa-comida" gratuitos, ou, bolsa alimentação chantagistas para manipular corpos e mentes - entre outras "bolsas de apoio aos estudantes carentes" e facilidades consumistas - para comprar as almas e modelar as consciências dos que se submentem as receber essas tais bolsas de apoio ofertadas pelas assistências sociais burguesas e capitalistas. Muitos estudantes não tendo outra saída se submetem a esses serviços sociais torturantes que nos primeiros anos de universidade aparecem mascarando o inferno ( esse assistencialismo criminoso oferecido pelos neorepressores e representantes do Estado Burguês) com "roupagens" de paraíso burguês. A fome produzirá juntamente com a necessidade de moradia ( o direito à alimentação e a moradia são direitos garantidos pelas constituições liberais-capitalistas que são descumpridos dentro e fora dos campi unirsitários) escravos que se submetem aos interesses dos capitalistas- burgueses representados por funcionários públicos que ocupam os órgãos assistencialistas para adestrar e controlar suas vítimas ( os "estudantes carentes") para que sejam sempre obedientes às leis e seguidores da ideologia liberal-burguesa-capitalista.

A FOME PRODUZ ESCRAVOS.

Obs. Esse e muitos escritos poderam ser "baixados" em nosso site http://movebr.wikidot.com/
"O verdadeiro site do movimento estudantil"
Aguardem os próximos textos sobre a assistência estudantil e a ditadura civil que buscam cooptar e controlar os estudantes para os interesses do sistema capitalista.
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quarta-feira, 2 de junho de 2010
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A SEDE DA UNE DA RUA PRAIA DO FLAMENGO 132, RJ
Depois de ter sido aprovado pela comissão de assuntos económicos do Senado, o projeto que autoriza a União a doar até 30 milhões de reais para a construção da nova sede da UNE (na Rua Praia do Flamengo, 132), agora só depende da Comissão de Constituição e Justiça(CCJ) para ser convertida em lei. O movimento estudantil está pedindo que o texto desse projeto seja posto em votação em maio, ou, no máximo em junho de 2010, uma vez que a legislação proíbe este tipo de repasse nos 5 meses que antecedem as eleições. O presidente Lula prometeu agilizar a aprovação, via executivo, de mecanismos que possam reparar o grande prejuízo causado a UNE pelo Estado brasileiro durante o período militar. Essa ajuda de há muito vem sendo prometida pelo governo federal durante o mandato do presidente Lula.

É de fundamental importância que ainda durante o mandato do presidente Lula a gestão 2009-2010 da direção da UNE possa receber a reparação de direito que o governo federal deve a entidade. Esperamos que a nova sede da UNE que foi projetada pelo eterno companheiro Oscar Nyemayer gratuitamente possa por ele ser inaugurada o mais breve possível. Esse prédio de três andares onde funcionará inúmeras atividades culturais e recreativas mostrará para todos os inimigos da UNE que podemos perder algumas batalhas, mas todas as guerras venceremos.

Em 1980 em pleno governo do general João Batista Figueiredo, o prédio mesmo estando tombado pelo patrimônio artístico e cultural do Rio de Janeiro, foi demolido de forma ilegal e autoritária pelo eternos fascistas de plantão que instrumentalizaram o governo federal e a prefeitura municipal do Rio de Janeiro desrespeitaram um juiz que tentou impedir que o mandado da prefeitura fosse cumprido passando por cima de uma instância judicial superior.

É de fundamental importância que todos os estudantes possam saber dessa história para que possamos conquistar os nossos direitos que foram tirados pela ditadura militar.

A documentação do terreno da rua Praia do Flamengo já está de posse da UNE desde a época do presidente Itamar Franco, quando mesmo em reunião com o presidente da UNE Fernando Gusmão passou oficialmente essa documentação reparando assim a dívida que o Estado brasileiro tinha com a UNE em relação a posse legal desse terreno.

Estive desde a primeira hora nas lutas dessa retomada do nosso terreno que de há muito estava invadido pela turma de micro empresários irregulares que ocupavam esse terreno obedecendo apenas "A LEI DO VALE TUDO" (desrespeito a tudo e a todos que não seguiam pelos estatutos das máfias fluminenses. Esperamos que a gestão do presidente da UNE Augusto Chagas(estudante da USP Campus leste) possa imediatamente dar início a construção da nova sede da UNE nesse endereço histórico, essa deverá ser a prioridade número 1 para a gestão 2009-2010.



DIREITO A MORADIA DEVE SER CONCRETIZADO, POIS, É DEVER DO ESTADO CUMPRIR COM O ARTIGO SEXTO DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL BRASILEIRA. ESSA É MAIS UMA LUTA QUE A UNE DEVERÁ TRAVAR DE AGORA EM DIANTE, PARA QUE O POVO BRASILEIRO TENHA SEU DIREITO A HABITAÇÃO RESPEITADO PELOS QUE SE DIZEM REPRESENTANTES DO POVO.

ANTES DE SER UM ANIMAL POLÍTICO COMO DISSE ARISTÓTELES O HOMEM TAMBÉM É UM ANIMAL E POR ISSO PRECISA DE ALIMENTO E MORADIA, POIS, AMBOS ANTECEDEM O SER POLÍTICO.
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quarta-feira, 26 de maio de 2010
SEDE DA UNE DA RUA PRAIA DO FLAMENGO, 132, RIO DE JANEIRO-RJ
Primeiro capítulo

Eu fui a primeira pessoa da administração da UNE (pois, eu era assessor do vice-presidente da regional sudeste 2-RIO DE JANEIRO E ESPÍRITO SANTO- o estudante Anselmo Cardoso Jund), a levar aos ocupantes facistas (a "tal turma do senhor Jorge Tadeu" que colocou em funcionamento o estacionamento do terreno da UNE) uma convocatória diretamente emitida da direção da UNE para eles ocupantes irregulares comparecerem a nossa presença para explicar o que estavam fazendo ali e porque... Fui recebido por um dos capangas que se fazia passar por vigia do "tal estacionamento, e ele se recusou a receber o "convite para as devidas explicações" para a UNE. Eis que voltei ao vice-presidente Anselmo Jund e devolvi a convocatória que o tal jagunço do estacionamento se recusou a receber o Anselmo ficou muito revoltado e procurando meios de chegar ao enfrentamento dos invasores que nos provocavam de a muito com seus comportamentos prepotentes e a concreta invasão do terreno da UNE. O caso estava grave e nos deixando em posições de radicalizarmos, ou, levar para ajustiça a situação de nossa sede da rua Praia do Flamengo, 132. Ficamos a procurar mecanismos e instrumentos para resolvermos esta grave questão; o Anselmo Jund pediu-me alguma proposta que pudesse solucionar essa difícil situação que vivíamos: "propus para resolvermos de uma vez por todas a situação, que ocupássemos o nosso terreno expulsando os mafiosos invasores de lá e mobilizando para isso o movimento estudantil nacionalmente com amparo legal e histórico que a UNE tinha então. Seria como a mobilização convocada pela UNE nacional para que todas as universidades do Rio de Janeiro e principalmente partindo da UFRJ, UNIRIO, UFRRJ e da Universidade Gama Filho (onde o Anselmo Cardoso Jund havia sido diretor do DCE). Esta minha proposta foi considerada pelo Anselmo como sendo imprópria e radical demais para a situação que tínhamos que enfrentar. Ele e sua trupe conciliadora do PC do B ajeitaram as coisas para que tudo ficasse como estava- os mafiosos do terreno continuariam tentando desmoralizar a UNE e obtendo lucros com o estabelecimento irregularmente montado no terreno da Rua Praia do Flamengo, onde funcionava o estacionamento que estava sempre lotado de veículos. A gestão que Anselmo fez parte transferiu as suas responsabidades e deveres para outros diretores de gestões futuras da UNE. Eis que vem a presidensia do pernambucano Fernando Gusmão (1994 a 1995) e houve uma reunião da diretoria da UNE com o Excelentíssimo Sr. Presidente da República Itamar Franco no antigo reduto de reuniões do movimento estudantil fluminense- bar e restaurante LAMAS- em 14 de maio de 1994, onde foi devolvido pelo estado brasileiro a documentação de posse oficial do terreno da rua Praia do Flamengo,132, aos diretores da UNE. Após o chopp que os estudantes da UNE tomaram em companhia do presidente Itamar franco, eis que, "a novela do terreno" continuou por quase 20 anos. e aqui eu mostrai seus vários capítulos esperando que o projeto "da nova sede da UNE" que foi feito pelo arquiteto socialista Oscar Niemeyer e entregue a direção da UNE em 2007 (na gestão da presidente da UNE Lúcia Stumpf) seja finalmente concretizado com, ou, sem a campanha que foi lançada em Brasília no dia 28 de novembro de 2007- "MEU APOIO É CONCRETO"- na presença dos ministros Fernando Haddad (MEC), Orlando Silva Junior (ex-presidente da UNE e Ministro dos Esportes do governo Lula), Aldo Rebelo (ex-presidente da UNE/1980 a 1981, e deputado federal) e outras autoridades que estiveram presentes a este ato.

Em uma reunião com o presidente Luís Inácio da Silva (Lula) a UNE pediu apoio financeiro para construir sua sede na rua Praia do Flamengo, 132, e presidente Lula se sensibilizou com a causa e prometeu fazer o máximo possível para concretizar os desejos dos estudantes e da Une, já que seria uma reparação devida que o estado brasileiro tem a obrigação de fazer que é devolver a sede da UNE que foi criminosamente destruida no dia 01 de abril de 1964 pela ditadura civil-militar. A novela vem seguindo em seus vários capítulos e foi somente durante a gestão da Lúcia Stumpf que começaram a aparecer as condições objetivas para construir a nova sede no antigo espaço onde funcionava sede da UNE conquistada dos nazistas em 1942(antigo clube Germania). A UNE tem agora oficialmente toda a documentação de posse do terreno, o projeto feito por Oscar Niemeyer o prédio de treze andares, onde funcionará a nova sede da UNE com várias atividades culturais e políticas. Enfim, resta agora a direção da UNE da gestão Augusto Chagas (2009-2010) se mobilizar para iniciar a busca dos meios e instrumentos concretos para que a sede seja inaugurada pelo autor do magnífico projeto que hoje a UNE tem a honra de mostrar para todos. Esperamos que o nosso site(http://movebr.wikidot.com) e este blog possam mostrar todos os capítulos desta história que deve ser conhecida por todos os brasileiros, espero que possamos assistir a copa do mundo de 2014 dentro da nova sede da UNE da rua Praia do Flamengo, 132. Que a nossa sede seja construída imediatamente e que o estado brasileiro pague suas grandes dívidas com a UNE e movimento estudantil construindo a sede que foi pelo governo ditatorial de 1964 destruída. Os quadros políticos da UNE de ontem de hoje e do futuro serão sempre gratos a todos que lutarem para ver esta sede construída conforme é o desejo de todos que ajudaram e lutaram contra a ditadura militar. Procurarei informar constantemente através deste blog a todos que se preocuparem com a história da UNE e do movimento estudantil.

Eu como ex-preso político e assessor de várias diretorias da UNE cobrarei constantemente a realização dessa obra que de a muito as várias gestões da UNE vem tentando realizar. que essa novela tenha um final urgente, pois, precisamos inaugurar a nossa sede na rua Praia do Flamengo, 132, pra que os nossos inimigos vejam que renasceremos mesmo vindo das cinzas que os facistas criaram com as chamas que clarearam as vidas dos que pensaram que estariam nos destruindo ao destruir a sede da UNE.

A guerra continua...

"TODOS OS BRASILEIROS TEM DIREITO A MORADIA E ALIMENTAÇÃO E ESSE DIREITO DEVERÁ SER CONQUISTADO IMEDIATAMENTE PELO MOVIMENTO ESTUDANTIL."

Fim do Primeiro capítulo (26 de maio de 2010)
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domingo, 9 de maio de 2010
CSUNE DOCUMENTOS
Eu sou jorge miguel pesquisador da história do movimento estudantil e da UNE, mais informações sobre mim e sobre minhas pesquisas vocês poderão obter acessando meu site:
http://movebr.wikidot.com/
e no youtube o endereço: jorgemiguel anosdechumbo
Durante a evolução dos materiais do blog darei mais informações e conhecimentos a respeito da minha pessoa e das minhas pesquisas. Espero contribuições, críticas e sugestões de todos que desejarem seguir meus trabalhos neste blog. Ultimamente estou escrevendo a trilogia: " A UNE, o movimento estudantil e a política". Com esta obra estarei disponibilizando todas as minhas analises e pesquisas que já antecipam no site http://movebr.wikidot.com/.
Espero contribuir para o conhecimento de todos que desejarem saber sobre a história da UNE e do movimento estudantil. Agradecimento e saudações,
Jorge Miguel. 




Biografia de Adriano Fonseca Filho, estudante da UFRJ e militante do PC do B — desaparecido no Araguaia em 73.
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Ficha Pessoal
Dados Pessoais
Nome Adriano Fonseca Filho
Cidade Ponte Nova
Estado Minas Gerais
Data de nascimento 18/12/1945
Atividade Estudante universitário
Universidade Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ
Dados da Militância
Organização Partido Comunista do Brasil — PC do B
Codinome Chico, Queixada, Alberto, Felipe, Alemão
Desaparecimento 29/11/1973, PA Brasil, região do Araguaia,
grota do Nascimento.
Segundo Relatório Arroyo,
desapareceu entre 28 e 29/11/73, após ter sido
ferido em combate.
Segundo o Relatório do Ministério da Marinha,
teria desaparecido em 3/12/1973.
Biografia

Militante do PARTIDO COMUNISTA DO BRASIL (PC do B).
Nasceu em Ponte Nova, MG, no dia 18 de dezembro de 1945, filho de Adriano Fonseca e de Zely Eustáquio Fonseca.

Desaparecido em 28 ou 29 de novembro de 1973.

Era o segundo de cinco irmãos em uma família presbiteriana.

Fez o curso primário numa escola particular de Ponte Nova e, aos 10 anos, transferiu-se para o Colégio Batista, em Belo Horizonte, MG, para fazer o curso ginasial como aluno interno. Posteriormente, mudou-se para Lavras, no mesmo estado, onde fez o curso científico, no Instituto Gammon, também em regime de internato. Muito ligado à música, Adriano estudava e tocava piano desde os 5 anos. Aos 17 anos terminou o curso científico em Lavras, transferindo-se, então, para o Rio de Janeiro. Aluno brilhante do curso primário ao científico, tirava sempre os primeiros lugares nas escolas por onde passou.

No período em que estudou fora, Adriano só passava em casa durante as férias. Depois que se mudou para o Rio, suas idas ficaram mais escassas. Escrevia raramente para a mãe. Os irmãos acreditavam que ele desenvolvesse alguma ação política pois, apesar de serem mais novos, tinham conhecimento da luta de oposição ao regime. Como gostava muito de ler e de estudar filosofia, quando ia a Ponte Nova levava livros para os irmãos e os orientava.

Pouco depois da morte de Edson Luís de Lima Souto, no Restaurante Calabouço em 1968, no Rio de Janeiro, Adriano foi para Ponte Nova onde ficou por seis meses com a família.
Nos períodos de férias que passava em Ponte Nova, estreitava sua amizade com o compositor e cantor João Bosco. Adriano era também muito ligado às artes plásticas, gostava de pintar e, principalmente, fazer gravuras. Era um homem muito atraente, fino e elegante. Era muito alto, medindo 1,96 m e foi jogador de basquete, em Ponte Nova.
Deve ter ido para o Rio de Janeiro por volta de 1967/1968, indo morar num apartamento em Ipanema, a "república" dos intelectuais, escritores e artistas. Trabalhou no Superior Tribunal Eleitoral (STE) e se dedicou ao teatro, encenando e escrevendo peças teatrais. Uma das peças em que atuou como ator foi encenada no Teatro Tereza Rachel, na Praça Cardeal Arcoverde. Adriano estudou no cursinho pré-vestibular do Centro Acadêmico "Edson Luís" (CAEL) em 1968 e, nesse período, iniciou sua participação no movimento estudantil em luta por aumento de vagas nas universidades. É importante destacar que o Centro Acadêmico "Edson Luís" foi fundado em 1968 e criado por ocasião do desmembramento da Faculdade Nacional de Filosofia (FNFI) e a criação do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS) (que hoje constituem a UFRJ).

Adriano foi aprovado no vestibular no final de 1968, iniciando o curso de Filosofia em 1969. Ainda no primeiro semestre de 1969, começou sua militância política no Partido Comunista do Brasil (PC do B). Participou ativamente do movimento estudantil e, em 1970, após a edição do Ato Institucional n. 5 (AI-5), com a intensificação da repressão foi obrigado a entrar para a clandestinidade. Nesse período, foi morar num sótão, em um prédio antigo no Leblon com Ronald de Oliveira Rocha, seu companheiro de organização. Aí viveu durante um ano e meio. Segundo depoimento de Ronald e Myriam, que foram muito ligados a Adriano, ele era uma pessoa muito meiga, educada e amiga. Pessoa combativa que se dedicava por inteiro ao que acreditava. Adriano era um idealista, um humanista e sua dedicação ao Partido vinha de um vínculo profundo com a luta popular e os ideais revolucionários.

Gostava muito de música popular brasileira, jazz, música erudita e, principalmente, dos Beatles. Jogava xadrez, lia muito, gostando mais de literatura e teatro do que de livros teóricos — mesmo os de filosofia. Como bom mineiro adorava uma goiabada.
No final de 1970, início de 1971, participou da Comissão Organizadora da Juventude Patriótica, movimento de frente única de jovens, criado por iniciativa do PC do B. Já nessa época abandonou o emprego devido a questões de segurança, por já estar vivendo como clandestino. Foi então que se colocou à disposição do PC do B para fazer um trabalho especial no campo. Em função disso, foi destacado para ir para o Araguaia, indo viver na região da Gameleira, incorporando-se ao Destacamento B, cujo comandante era Osvaldo Orlando da Costa — o Osvaldão e usando os codinomes Chico, Queixada, Alberto e Felipe. Tinha, nessa época, 23 anos de idade. Adriano Fonseca Filho foi ferido em combate no dia 28 ou 29 de novembro de 1973, próximo à grota do Nascimento, estando desaparecido desde então.

O Relatório do Ministério da Marinha diz que ele foi "morto na região do Araguaia em 3 de dezembro de 1973".



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Artigos
Título Fonte Data
Biografia Centro de Documentação Heremias Delizoicov
'Cale-se' contextualiza luta estudantil Folha de S.Paulo 22 ago 2003
Dias de indignação Jornal da USP 25 jan 2004
Assassinato de Alexandre Vannucchi Leme Gerou protestos da sociedade Revista da Adusp maio 2005
A história de uma morte sem explicação estadao.com.br 16 mar 2008
The Anatomy of a Death: Repression, Human Rights and the Case of Alexandre Vannucchi Leme in Authoritarian Brazil J. Lat. Amer. Stud. 30, 1-33
1998 Cambridge University Press
Por Kenneth P. Serbin
(Abstract) Employing new archival sources, this article reappraises the role of human rights in the opposition to Brazil's repressive military regime. While most interpretations pinpoint the protest against the 1975 murder of journalist Vladimir Herzog as the opposition's great awakening, this research focuses on a similar outcry against the 1973 killing of University of São Paulo student Alexandre Vannucchi Leme. His death led students and clergymen to defy riot troops and gather 3,000 people for a memorial service that was the first large-scale anti-regime demonstration of the 1970s and a decisive step in the Roman Catholic Church's development as leader of the opposition. 1998
Entrevistas
Título Fonte Entrevistado Data
Morte de estudante despertou a Igreja JC online Kenneth Serbin 07 jun 1998
Livros e partes de livros

Braga, Teodomiro. Meu filho Alexandre Vannucchi
depoimento de Egle Vannucchi Leme e José de Oliveira Leme. São Paulo : Edição S.A., 1978. 24 p. Disponível na FFLCH-USP. : Depoimento de Egle e José Vannucchi, relato da morte e dos fatos decorrentes dela, nota dos estudantes na época e trecho do testemunho dos presos e discurso não publicado que o então Deputado Lysaneas Maciel pronunciou na Câmara dos Deputados, em 04/73.
Costa, Caio Túlio. Cale-se: A saga de Vannucchi Leme / A USP como aldeia gaulesa / O show proibido de Gilberto Gil. A Girafa, 2003. 350p.
Em 1973, Gilberto Gil realizou um show histórico, quase clandestino, na Escola Politécnica da USP. De passagem por São Paulo, recém-chegado do exílio em Londres e pouco depois de compor a música Cálice, com Chico Buarque, o cantor foi convidado para denunciar as 50 prisões de estudantes ocorridas dias antes. Em 2003, passados trinta anos, a fita com a gravação do show foi encontrada. Ao tomar como ponto de partida o célebre show de Gil, Caio Túlio Costa mergulha na movimentação social e política desse período. Num momento em que a organização estudantil estava enfraquecida devido aos sucessivos anos de repressão, a morte do estudante Alexandre Vannucchi Leme em 1973, cuja missa de sétimo dia foi celebrada na Catedral da Sé em São Paulo, impulsionou a reorganização do movimento e resultou no evento com Gilberto Gil. Panorama da época, essa ampla reportagem reconstitui o período entre 17 de março e 26 de maio do mesmo ano. Baseia-se, para isso, em depoimentos de sobreviventes e em fontes, entre outras, como os arquivos conservados pelo OOPS e pelo grêmio da Escola Politécnica da USP. Em Cale-se Caio Túlio Costa realiza com brilhantismo a proeza de juntar documento histórico, investigação jornalística e narrativa romanesca de leitura irresistível.

Antonio Carlos Monteiro Teixeira estudou Geologia na UFBa, tendo grande participação no movimento estudantil dos anos 1967/68. Em 1969, após contrair matrimônio com Dinalva, foi residir no Rio de Janeiro e trabalhar no Ministério das Minas e Energia. Era membro da Sociedade Brasileira pelo Progresso da Ciência (SBPC).

Em maio de 1970, desembarcou no Araguaia. Abriu um mercadinho no povoado de Araguanã, onde ficou conhecido como Antonio da Dina. Quando a guerrilha iniciou já estava separado de Dinalva.

Fez Parte do Destacamento C - Grupo 500. Era o instrutor de orientação na mata aos companheiros que chegavam.

Era reservado e carismático. Conhecia profundamente a área que os militantes do PC do B atuava, junto com Dinalva fez todo o mapeamento da região, até a serra das andorinhas, inclusive as próximas, com o conhecimento de geólogo. Dizem que chegou até Serra Pelada, região do garimpo.

Foi ferido e preso no mesmo combate em que Vítor e Zé Francisco tombaram. Junto com ele foram apreendidos pelos militares vários mapas da região.

Foi barbaramente torturado, conforme relatos de prisioneiros que sobreviveram. Há quem diga que foi decapitado. A morte consta nos documentos oficiais com a data de 29 de setembro de 1972, na primeira campanha do ataque das Forças Armadas à área. Estaria enterrado no cemitério de Xambioá.

O Relatório do Ministério da Marinha diz que "em dezembro de 1972 foi identificado, por fotografia, como sendo o prof. Antônio que lecionava, no período de junho a dezembro de 1971, na Escola dos Padres de São Félix, em Terra Nova no sopé da Serra do Roncador."

"Antônio Carlos Monteiro Teixeira, o Antônio da Dina, José Toledo de Oliveira, Vitor, e Francisco Manoel Chaves, Preto Velho, foram mortos pelo grupo chefiado pelo sargento goiano José Pereira, que contou ao Jornal Opção, em 1997, como ocorreu o chafurdo. J. Pereira recebeu um elogio, por escrito e oficial, do general Bandeira." (Euler de França Belém)

Outro ilheense, Eduardo Monteiro Teixeira, irmão de Antônio Teixeira, foi para o Araguaia integrar a guerrilha, mas acabou sendo preso antes de encontrar o irmão, e conseguiu sobreviver.
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Dinalva Oliveira Teixeira (Dina) e Antonio Carlos M. Teixeira (Antonio da Dina)


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Título Fonte Data
Biografia Centro de Documentação Heremias Delizoicov
Biografia A História da Guerrilha do Araguaia
Helenira, a Guerrilheira de Assis, tombou há 30 anos Fórum Assisense 03 abril 2003
Carta póstuma para Helenira Revista Semana 3 31 jun 2005
Vida de Helenira Resende vira livro (Entrevista) vermelho.org 13 maio 2007
Para ser passado a limpo Blog "Levando Lero" 27 mai 2007
A triste história de Helenira Resende e a memória desalmada Mídia & Poder


fold
Table of Contents
Cronologia
Depoimentos
Artigos
Galeria de imagens
Links
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QUEM FOI ESSE LÍDER ESTUDANTIL

Honestino Monteiro Guimarães foi o primogênito dos quatro filhos de Benedito Monteiro Guimarães e Maria Rosa Leite Monteiro. Nasceu em Itaberaí, no interior de Goiás, no dia 28 de março de 1947. Viveu na cidade até 1960, ano em que ele e a família vieram para a Brasília em busca de um sonho: mudar de vida.

Assim que chegou, Honestino foi matriculado no Colégio Elefante Branco — apelidado na época de Elefante Vermelho, por causa de acusações por parte do governo de comunistas. Ainda secundarista, a luta pelo movimento estudantil se inicia.

Estudioso, aos 18 anos, prestou vestibular para Geologia na Universidade de Brasília (UnB). Foi aprovado em 1o lugar — 257 pontos em uma prova de pontuação máxima de 260.

A vida universitária ampliou horizontes, aguçou ainda mais seu espírito crítico. Com o golpe militar de 1964 veio a luta. Honestino liderou séries de pichações pela capital: “Abaixo a ditadura”.

Maduro na luta, personificou a angústia de muitos brasileiros. Foi presidente da Federação dos Estudantes da Universidade de Brasília (FEUB) e duas vezes da União Nacional dos Estudantes (UNE), uma delas quando estava foragido.

Gui’, como era chamado pelos familiares e amigos mais íntimos, casou-se por procuração com Isaura Botelho em 1968, então namorada e mãe de sua única filha, Juliana Botelho Guimarães (atualmente com 34 anos). Separou-se em 1971 e meses depois se casou com Rosa, nome usado na clandestinidade.

Durante a pior invasão sofrida pela UnB, em agosto de 1968, Honestino foi preso e permaneceu dois meses em poder do Exército. Em setembro, foi expulso da universidade.

Com o Ato Institucional nº 5 (AI-5), instaurado em 13 de dezembro de 1968, Honestino passou a viver nas sombras. Continuou coordenando encontros estudantis e lutando contra o regime militar até ser pego em 10 de outubro de 1973 — data que consta em sua certidão de óbito, conseguida anos mais tarde por sua família. Na época, tinha 26 anos. Depois da prisão, a mãe e os irmãos continuaram a procurar, em vão, em várias prisões pelo Brasil.

No dia 26 de agosto de 1997, o então reitor da UnB João Cláudio Todorov outorgou o título de Mérito Universitário a Honestino.


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Estudante de Ciências Sociais da USP. Com 30 anos, foi presa em 30/1/1972, pelo Exército, no Rio de Janeiro. Em 13/4/1972 estava sob custódia da Marinha, incomunicável, ao que parece na ilha das Flores, não tendo havido mais notícias suas e de outro militante que fora preso com ela.
Relatório Livro Direito à Memória e à Verdade 2007
isis01.jpg Depois de trinta anos, cansada, Felícia desistiu da busca por sua filha Isis. Mas não abandonou a luta sem antes estabelecer um marco. "Batizou" uma praça na Lapa com uma lápide, na qual nos lembra que é impossível apagar a história. "É uma dor e uma perda que nunca se aplacam".
[Fonte: Revista dos Bancários]
Leia mais

Sobre José Luís del Roio
Del Roio foi eleito senador no ano passado e vive no país de onde vieram seus avós desde 1977. Aqui, militou na clandestinidade pela ALN (Ação Libertadora Nacional) e foi casado com Isis Dias de Oliveira, também ligada à ALN e desaparecida desde 1972.




Maria Auxiliadora Lara Barcellos (1945-1976), nascida em Antônio Dias (MG), atirou-se nos trilhos de um trem na estação de metrô Charlottenburg, em Berlim, Alemanha Ocidental, em 1º de junho de 1976, tendo morte instantânea. Membro da VAR-Palmares (Vanguarda Armada Revolucionária Palmares), foi vítima de torturas no Brasil, tendo passado pelos presídios de Bangu, no Rio de Janeiro, e Linhares, em Juiz de Fora. Foi banida e enviada para o Chile com outros 69 presos políticos no dia 13 de janeiro de 1971, no episódio do seqüestro do embaixador suíço no Brasil. Nunca mais conseguiu se recuperar plenamente das profundas marcas psíquicas deixadas pelas sevícias e violências de todo tipo a que foi submetida.


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Ronaldo Mouth Queiroz estudava Geologia na USP e era um dos raros quadros remanescentes das mobilizações de 1968 que se manteve atuando legalmente nas instâncias estudantis do difícil período entre 1969 e 1972. Dirigiu o DCE da USP a partir de 1970, quando o Movimento Estudantil não podia mais realizar grandes mobilizações abertas, por força do terror repressivo. Ainda assim, trabalhou para manter uma articulação básica entre os Diretórios e Centros Acadêmicos, preparando publicações, organizando campanhas unificadas, apresentações artísticas e, principalmente, a recepção conjunta aos calouros de cada ano, trocando o trote tradicional por debates políticos e culturais.

Desde a infância, destacou-se por seu desempenho nos estudos e já aos 13 anos trabalhava em casa, fiscalizando para uma empresa as propagandas de rádio. Residia a 30 km da USP e ainda dava aulas à noite, num curso pré-vestibular. Quando morreu, Ronaldo era o responsável pela estruturação do trabalho da ALN junto ao Movimento Estudantil e movimentos sociais, mantendo vínculos com essa organização clandestina desde 1970. Ex-presos políticos consideram de baixa credibilidade a informação contida no “Livro Negro do Terrorismo no Brasil”, escrito por agentes do CIE durante o mandato ministerial do general Leônidas Pires de Vasconcelos, de que Ronaldo teria participado do Comando Aurora Maria Nascimento Furtado, responsável pela execução, em 21/02/1973, no bairro da Mooca, o dono do restaurante que teria provocado a morte de três militantes da ALN em 1972.

A partir do trabalho do ex-militante e agente policial “Jota”, o médico João Henrique de Carvalho, infiltrado na ALN em 1972, Queiroz passou a ter seus passos vigiados pelo DOI-CODI/SP. Foi morto a tiros no dia 06/04/1973, num ponto de ônibus da avenida Angélica, em São Paulo, por agentes daquele órgão de segurança do regime militar. Com base nas informações coletadas na época, os agentes nem chegaram a dar voz de prisão e atiraram à queima roupa assim que o reconheceram. No entanto, a versão oficial, publicada no dia seguinte, foi de que Ronaldo teria resistido à prisão, sendo morto em tiroteio. Essa versão, que já era questionada pela análise dos documentos oficiais, foi definitivamente derrubada por uma testemunha ocular localizada por Luiz Francisco Carvalho Filho, relator do processo na CEMDP.

O corpo de Queiroz deu entrada no necrotério às 8h do dia 06/04/1973, enquanto a requisição do IML registra o horário do óbito como tendo sido às 7h45, sendo impossível num horário de rush o deslocamento entre os dois pontos em 15 minutos. O laudo de Isaac Abramovitc e Orlando Brandão descreve dois tiros, na face anterior do hemitórax esquerdo e no mento, a um centímetro do lábio inferior, tiro este bastante incomum. Relatório localizado no DOPS/SP, assinado pelo então coronel Flávio Hugo Lima da Rocha, chefe da 2ª seção do II Exército, feito 20 dias depois dos fatos, confirma que Queiroz estava sob vigilância, ao afirmar que teriam conseguido localizar sua casa, um quarto de pensão na rua Sergipe, 303, a partir de investigações nas proximidades. Foram anexadas pelo relator reportagens de 07/04/1973 dos jornais Folha de S. Paulo, Folha da Tarde e O Estado de São Paulo, além do depoimento da testemunha localizada por ele.

Luiz Francisco Carvalho Filho também procurou por telefone o médico João Henrique Ferreira de Carvalho, o “Jota”, que se recusou a depor. No entanto, o ex-agente do DOI-CODI/SP Marival Chaves do Canto, entrevistado para uma reportagem que a Veja publicou na edição de 18/11/1992, afirmou que a delação do médico João Henrique de Carvalho tinha possibilitado a eliminação de pelo menos umas vinte pessoas, atribuindo a ele a morte de todos os dirigentes da ALN a partir de 1973.

Essa reportagem trouxe duas referências diretas à morte de Queiroz:
Em março de 1973, por exemplo, três integrantes da organização foram fuzilados no bairro da Penha em São Paulo. Um deles fora contatado por Jota dias antes, e a partir de então uma equipe do DOI não perdeu seu rastro. O mesmo aconteceu com o estudante Ronaldo Mouth Queiroz, conhecido como ‘Papa’ na ALN, morto a tiros de metralhadora num ponto de ônibus na av. Angélica. Primeiro, investiu junto a um agrupamento da organização na Faculdade de Geologia da USP, onde estudava Alexandre Vannucchi Leme, preso e morto em março de 1973. Na mesma escola estudava Queiroz, que antes de ser assassinado lhe abriu as portas da ALN em outra faculdade, a Medicina da USP. Numa ocasião, sempre disfarçado de militante Jair, o agente Jota, procurou um estudante da Medicina, Jurandir Duarte Godoy, o ’Romeu’: que lhe fora apresentado por Queiroz”.

A testemunha localizada pelo relator declarou, 23 anos depois dos fatos, o que tinha presenciado no ponto de ônibus onde Queiroz foi morto. Seu relato corresponde claramente a uma execução. Viu quando três homens desceram de uma Veraneio C-14 e dispararam contra o rapaz que estava encostado na parede. O primeiro tiro o derrubou e o segundo foi disparado quando já estava caído. Viu ainda que o mesmo homem que atirou colocou uma arma de fogo nas mãos do corpo inerte e outra em sua cintura. E que, ante protestos de populares, um cidadão que reclamava foi preso e levado na viatura.

O relator contestou a versão oficial, afirmando que “sempre existiu o sentimento de que ela é falsa: pelos registros oficiais, o estudante deu entrada no necrotério apenas 15min depois de ser atingido; a requisição do exame foi preenchida com seu nome verdadeiro, embora a imprensa tenha informado que ele usava documento falso com o nome de Ghandi Ferreira da Silva; as declarações da testemunha que disse ter presenciado o assassinato de um homem, no mesmo local e na mesma época, que depois associou a Ronaldo”.

Em seu voto, faz o balanço das evidências contidas nos autos e afirma que prevalece o sentimento de que Ronaldo foi executado. Não há prova do suposto “cerrado tiroteio”. O depoimento da testemunha é convincente e se harmoniza com a versão da requerente. O fato de a morte ter ocorrido em via pública não impede o reconhecimento legal. “O dever dos agentes de segurança é deter o infrator, não executá-lo friamente. Poderiam prendê-lo, mas não o fizeram”, concluiu o relator.

Stephen Bantu Biko (18 de dezembro de 1946 - 12 de setembro de 1977) foi um conhecido ativista do movimento anti-apartheid na África do Sul, durante a década de 1960.

Insatisfeito com a União Nacional de Estudantes Sul-africanos (National Union of South African Students), da qual era membro, participou da fundação, em 1968, da Organização dos Estudantes Sul-africanos (South African Students' Organisation). Em 1972, tornou-se presidente honorário da Convenção dos Negros (Black People's Convention).

Em março de 1973, no ápice do regime de segregação racial (Apartheid), foi "banido", o que significava que Biko estava proibido de comunicar-se com mais de uma pessoa por vez e, portanto, de realizar discursos. Também foi proibida a citação a qualquer de suas declarações anteriores, tivessem sido feitas em discursos ou mesmo em simples conversas pessoais.

Em 6 de setembro de 1977 foi preso em bloqueio rodoviário organizado pela polícia. Levado sob custódia, foi acorrentado às grades de uma janela da penitenciária durante um dia inteiro e sofreu grave traumatismo craniano. Em 11 de setembro, foi embarcado em veículo policial para transporte para outra prisão. Biko morreu durante o trajeto e a polícia alegou que a morte se devera a "prolongada greve de fome empreendida pelo prisioneiro".

Em 7 de outubro de 2003, autoridades do Ministério Público Sul-africano anunciaram que os cinco policiais envolvidos no assassinato de Biko não seriam processados, devido a falta de provas. Alegaram também que a acusação de assassinato não se sustentaria por não haver testemunhas dos atos supostamente cometidos contra Biko. Levou-se em consideração a possibilidade de acusar os envolvidos por Lesão Corporal seguida de morte, mas como os fatos ocorreram em 1977, tal crime teria caducado (não seria mais passível de processo criminal) segundo as leis do país.

[Fonte: wikipedia (adaptado)]
Steve Biko

Biko foi assassinado há 30 anos. A 12 de Setembro de 1977, Bantu Steve Biko morreu em consequência de bárbaras torturas da polícia sul africana, do regime de apartheid. Biko era um jovem activista negro — morreu com 30 anos — lutador contra o apartheid, dirigente estudantil e fundador do Movimento Consciência Negra.
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Biko, que dizia que "a arma mais poderosa nas mãos do opressor é a mente do oprimido", foi um defensor dos negros e da sua independência, face aos liberais brancos, na luta contra o apartheid na África do Sul.

Nelson Mandela em 1997, no elogio a Steve Biko, afirmou: "Um dos grandes legados da luta que Biko travou — e pela qual morreu — foi a explosão do orgulho entre as vítimas do apartheid".

A morte de Biko foi largamente denunciada no mundo, ampliando e elevando o combate ao regime do apartheid na África do Sul. Bantu Steve Biko nasceu na cidade de King William em 18 de Dezembro de 1946. Estudou medicina na Universidade de Natal e tornou-se um activista estudantil. Em 1968, com outros companheiros de luta fundou a SASO ( South African Students' Organisation — Organização dos Estudantes Sul Africanos) rompendo com a NUSAS (National Union of South African Students — União Nacional dos Estudantes Sul Africanos), defendendo uma intervenção mais radical e criticando o predomínio e orientação dos liberais brancos na NUSAS. Biko, que foi o primeiro presidente da SASO, pretendia com esta organização desenvolver a participação dos negros, elevar o seu orgulho e actuar independentemente dos brancos. Para a SASO escreveu diversos documentos com o pseudónimo de Frank Talk.
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Biko foi um dos fundadores do Movimento Consciência Negra, defendendo que o principal na luta contra o apartheid era a luta dos negros, a sua organização e mobilização, combatendo a dependência dos negros em relação aos liberais brancos. Em 1972 fundou a Convenção do Povo Negro (Black People's Convention) e foi eleito seu presidente honorário. Também em 72 foi expulso da Universidade e passou a trabalhar em programas para a comunidade negra (Black Community Programs — BCP), participando na construção de clínicas, creches e no apoio aos trabalhadores negros. Em Março de 1973 foi "banido" e proibido de sair da cidade de King William. "Banido" significava que não podia comunicar com mais de uma pessoa de cada vez, desde que não fosse da sua família, e não podia publicar nada, tal como os seus escritos anteriores não podiam ser divulgados ou citados. Apesar disso, dirigiu uma secção do BCP na sua cidade, mas posteriormente foi também proibido de ter quaisquer ligações com os programas da comunidade negra.

Não obstante a repressão de que era vítima, Biko criou em 1975 um fundo de apoio aos presos políticos e às suas famílias. As organizações que criou e apoiou, nomeadamente as organizações estudantis, tiveram um papel decisivo nos levantamentos do Soweto, em 1976. Biko foi perseguido e preso por diversas vezes.

Em 18 de Agosto de 1977 foi preso juntamente com o seu companheiro Peter Cyril Jones, acusados de desobedecerem às leis do apartheid. Biko foi barbaramente agredido e torturado numa prisão em Port Elizabeth o que lhe provocou uma hemorragia cerebral. A 11 de Setembro foi transportado para a prisão central de Pretória, onde morreu a 12 de Setembro. O governo do apartheid primeiro afirmou que ele tinha morrido devido a uma greve de fome, posteriormente perante a gravidade visível das lesões na cabeça, afirmaram que se tentou suicidar, batendo com a cabeça.

A Comissão de Verdade e Reconciliação criada após o fim do apartheid, não perdoou aos seus assassinos. Mas, em Outubro de 2003, o Ministério Público da África do Sul anunciou que os cinco polícias acusados do crime não seriam processados por falta de provas, alegando que faltavam testemunhas que provassem a acusação e considerando ainda que a possibilidade de acusação pelo crime de lesões corporais já tinha caducado. A morte de Biko foi largamente noticiada internacionalmente pelo grande prestígio que granjeara, o seu funeral foi acompanhado por milhares de pessoas, estando inclusivamente presentes diversos embaixadores estrangeiros.

O assassinato de Biko tornou-se um símbolo da brutalidade do regime do apartheid. A sua vida, luta e morte tornaram-se amplamente conhecidos pelo trabalho desenvolvido por Donald Woods, um seu amigo jornalista branco, que fotografou o seu cadáver com os ferimentos e um ano depois publicou um livro, "Biko", descrevendo a sua vida e morte.

Em 1980, Peter Gabriel editou um álbum que incluía a canção "Biko", que se tornou um hino mundial contra o apartheid e que foi posteriormente cantada por outros artistas, como por exemplo Joan Baez. Em 1987, Richard Attenborough realizou o filme Cry Freedom (Grito de Liberdade) sobre a vida de Biko e no qual a música de Peter Gabriel foi incluída na banda sonora, Em 1997, no vigésimo aniversário da sua morte, Nelson Mandela fez o seu elogio e inaugurou uma estátua em sua memória. Actualmente existe na África do Sul a Fundação Steve Biko (http://www.sbf.org.za/) que é presidida pelo seu filho Nkosinati Biko.

This is the year, which people will talk about
This is the year which people will be silent about.
The old see the young die.
The foolish see the wise die.
The earth no longer produces, it devours.
The sky hurls down no rain, only iron.
Bertolt Brecht

Biografias de Steve Biko:

http://www.sahistory.org.za/pages/people/bios/biko-s.htm
http://zar.co.za/biko.htm

Textos
Black Student Politics: from SASO to SANSCO 1968-1990

Por Saleen Badat. "(…) The purpose of this book is to contribute to rectifying the dearth of analysis of mass democratic anti-apartheid organisations in South Africa by examining two black higher education organisations that span a period of over two decades between 1968 and 1990. One is the South African National Students' Congress (SANSCO), which between 1979 and 1986 went by the name of the Azanian Students' Organisation (AZASO). Established in 1979 and the largest and most influential of the 1980s national organisations representing black higher education students, SANSCO was an important and integral component of the broad mass democratic movement in South Africa. The other is the South African Students' Organisation (SASO), formed in 1968 and popularly associated with the person of Steve Biko. SASO gave birth to the Black Consciousness movement in South Africa, was the leading formation within this movement, and did much to revitalise black opposition politics during the 1970s before it was banned by the apartheid government in 1977. (…)"
Black Viewpoint
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Livro editado em 1972 por Biko com o seguinte conteúdo:

Introduction - de B.S. Biko (1972)
Black development - de Njabulo Ndebele
The new day - de C.M.C. Ndamse
Kwala-Zulu development - de Chief M.G. Buthelezi
The new black - de Bennie A. Khoapa

No46 - Steve Biko

Por Hilda Bernstein. Steve Biko foi o quadragésimo sexto preso político morto na África do Sul pela polícia. Este livro contém detalhes da vida de Biko e sobre a situação na África do Sul de sua época. O livro é composto das seguintes partes:

Introduction
The life of Steve Biko
Black Consciousness
The death of Steve Biko
The Funeral
The Inquest
The Police
The Pathologist
The Doctors
Counsel's Submission on behalf of Biko family
The Verdict
Unanswered Question
The Courts
Postcript

Fear - an important determinant in South African politics

De Steve Biko. (Publicado em Frank Talk, 9 de setembro de 1987). " (…) While those amongst blacks who do bother to open their mouths in feeble protest against what is going on are periodically intimidated with security visits and occasional banning orders and house arrests, the rest of the black community lives in absolute fear of the police, No average black man can ever at any moment be absolutely sure that he is not breaking a law. There are so many laws governing the lives and behaviour of black people that sometimes one feels that the police only need to page at random through their statute book to be able to get a law under which to charge a victim. (…)"
Biko Lives!

Frank Talk, 11 November 1984. "(…)This September marks the tenth anniversary of the brutal murder of Steve Biko by the South African state, Biko was beaten to death by the police while in detention. His so-called crimes were the ideas he espoused and developed, ideas that took root among the Azanian people and were turned into the material reality of the Soweto Uprising.(…)"
Steve Biko Speaks
Black consciousness and the quest for a true humanity

Por Steve Biko. "(…)There is no doubt that the colour Question in South African politics was originally introduced for economic reasons. The leaders of the white community had to create some kind of barrier between blacks and whiles so that the whites could enjoy privileges at the expense of blacks and still be feel free to give a moral justification for the obvious exploitation that pricked even the hardest of white consciences.(…)"
Steve Biko Speaks

Entrevista em que Biko fala da "Consciência Negra".

As edições digitais listada acima são da South African History Online. Essa biblioteca contém outros textos muito bem editados sobre a África do Sul e sobre o regime do Apartheid.

New Introduction to the American edition of Steve Biko’s "I Write What I Like"

CCS Resource Centre — Online library
Por Lewis R. Gordon
Steve Bantu Biko was a courageous man. This is not to say that he was callously neglectful of the value of life, including his own, but rather he was a man for whom life was so valuable that the fear of death could be transcended. The consequence was that he found a way for word and deed to meet and thus to achieve the urgently political and the genuinely liberating. Brutalized to death in the flesh, he left his words to unfold through three decades in a continued challenge to every human being to carry on the fight for our humanity. Dust though his body has become, his ideas live on. (…)
Steve Biko: Martyr of the anti-apartheid movement

**BBC News — Background — Monday, December 8, 1997 Published at 10:19 GMT **
Steve Biko, subject of the film Cry Freedom, is widely seen as the greatest martyr of the anti-apartheid movement. His philosophy that political freedom could only be achieved if blacks stopped feeling inferior to whites attracted enormous international attention, and is considered by many to be the turning point in the demise of apartheid. (…)
Frases de Biko
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Discursos
Discurso de Nelson Mandela na comemoração ao vigésimo aniversário da morte de Steve Biko

(…) Yet what has been said about Steve Biko, what passed through the walls of Robben Island and other prisons along our political grapevine, has stood the test of time. That he was indeed a great man who stood head and shoulders above his peers is borne out not only by the testimony of those who knew him and worked with him, but by the fruits of his endeavours. (…)
Conferências
I Conferência Internacional Steve Biko

CMI, por Dj Branco / CMA HIP-HOP 28/09/2007 às 12:46
(…) Com o intuito de difundir a memória do líder negro sul-africano Steve Biko e promover diálogos entre o movimento negro, o Instituto Steve Biko promoverá no dia 09 de outubro a sua primeira conferência Internacional com o tema: ?Biko! Por que Biko: sua história, seu legado?, Palestrante: Nkhosinati Biko, filho de Steve Biko e presidente da Fundação Steve Biko na África do Sul, dia 9 de outubro - Salão Nobre da Reitoria da UFBA às 19h. (…)
Noticiário
Young Black Leader Dies in Detention in South Africa, Raising Fears of New Unrest

The New York Times, 13 de setembro de 1977
Biko, probably the most influential young black leader in South Africa, died while in police detention last night, allegedly after a hunger striker, and there were fears that his death could increase racial tension. (…)



COSEAS Ocupada!
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As políticas de assistência e permanência estudantil, um direito dos estudantes, não tem sido cumpridas pela COSEAS (Coordenadoria de Assistência Social); ao contrário, este órgão, a serviço da reitoria da USP, tem trabalhado sempre no sentido de dificultar e impedir o acesso dos estudantes aos programas de permanência.

Mediante tal posicionamento por parte da burocracia universitária, a Assembléia de Moradores (moradores, hóspedes, alojados e candidatos que não conseguiram vaga na moradia) do CRUSP realizada em 17 de março de 2010 deliberou por ampla maioria de votos a OCUPAÇÃO imediata do espaço do COSEAS, localizado no térreo do Bloco G do CRUSP. Este espaço originalmente era destinado à moradia dos estudantes, mas foi tomado pelo COSEAS. PORTANTO DECIDIMOS RETOMAR O ESPAÇO QUE É DE DIREITO DOS ESTUDANTES.

Visitar site da Ocupação
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MEMOREX

O livro-revista Elementos para uma História da UNE, publicado pela primeira vez em 1978, através da Edições Guaraná e do DCE Livre Alexandre Vannucchi Leme, da Universidade de São Paulo, ficou mais conhecido pelas sucessivas gerações de estudantes e pesquisadores como Memorex — nome do remédio cuja embalagem compõe a ilustração da capa. A rigor, desde que foi publicado, durante a ditadura militar que infelicitava a nação, o trabalho gerou impaciência em correntes antidemocráticas tendo sido, inclusive, objeto de inquérito militar, instaurado em 20 de setembro de 1978 pela Aeronáutica, que determinou pedido de busca dos seus editores — entre os quais Arnaldo Antunes, do Titãs.
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Carta póstuma para Helenira

Querida Helenira,

Esta carta chegará com 33 anos de atraso. Mas escrevo para lhe agradecer o gesto tão nobre de ter tentado. Dizem que não se deve tentar, porque o mundo é assim mesmo. Mas é um erro achar que o mundo não muda. Se o primeiro negro norte-americano não tivesse se recusado a ceder o lugar para um branco, no ônibus, talvez o apartheid persistisse até hoje, nos Estados Unidos. A história registra inúmeros casos de sacrifícios individuais que geraram mudanças no plano coletivo.

Quando balas da ditadura vararam teu coração de mulata, estavas na flor da idade. Na poética definição de um camponês que lhe conheceu na luta, eras "a flor da subversão na boniteza". Deixastes de ser uma estudante paulista para virar heroína nacional na selva do Araguaia. Os anos passaram, o mato cresceu e a tornou parte do solo brasileiro — este solo que um dia há de ser nosso. (ler texto completo ...)
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A Universidade Ocupada
Novíssimo Movimento Estudantil? Ou Rótulos Novos para Vinhos Velhos?



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Depoimentos
Título Depoente Descrição Fonte e data
1968 por Mouzar Benedito Mouzar Benedito Depoimento de Mouzar Benedito sobre o AI-5, o CCC e a invasão do CRUSP em 1968. Foi publicado originalmente no site da Fundação Perseu Abramo. Fundação Perseu Abramo
11 dez 1998
30 Anos do AI-5: não vamos esquecer -- Depoimento de Wolfgang Leo Maar Wolfgang Leo Maar Depoimento de Wolfgang Leo Maar sobre o AI-5, especialmente sobre suas consequencias no Conjunto Residencial da USP — CRUSP Fundação Perseu Abramo
11 dez 1998
As Bodas de Cobre do AI-5 José Maria Filardo Bassalo Depoimento do professor da UFPA José Maria Filardo Bassalo sobre o AI-5 e sobre a invasão do CRUSP (onde morava) em 17 de dezembro de 1968 pelo Exército Boletim da Adufpa
abril de 1994
USP -- Os tucanos na contramão da história Walter da Silva Depoimento de um ex-morador do CRUSP (1964-68) sobre como era o CRUSP na década de 60 e sobre como está o CRUSP hoje. PT: Assembléia Permanente
12 jun 2007
Artigos
Título Descrição Fonte
Reitoria persegue os estudantes do Crusp Texto sobre a pressão exercida pela COSEAS sobre os moradores do CRUSP — Conjunto Residencial da USP. Jornal Causa Operária
Vinte anos sem expansão de vagas Descreve alguns dos problemas do CRUSP, como a falta de vagas, a superlotação e o regime opressor implantado pela COSEAS Causa Operária
Violação de Direitos Constitucionais e Humanos e Indícios de Corrupção na USP (Coseas) Neste artigo o autor denuncia a corrupção e os abusos na administração do CRUSP pela COSEAS Forum da Ocupação
Histórias de uma vida em Conjunto Artigo do Jornal do Campus sobre o CRUSP — Conjunto Residencial da Universidade de São Paulo Jornal do Campus nº265
30 anos do III ENE, o encontro que a ditadura impediu Relato de Luzia Ferreira sobre o III Encontro Nacional dos Estudantes de Belo Horizonte — este encontro acabou não acontecendo em função da repressão Site da autora
O Crusp entre duas utopias Texto sobre a mudança da gestão neoliberal do CRUSP, moradia estudantil da USP pelas instâncias administrativas (leia-se: COSEAS) da Universidade de São Paulo. CMI — Centro de Mídia Independente


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MEMOREX
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Edição escaneada1

O livro-revista Elementos para uma História da UNE, publicado pela primeira vez em 1978, através da Edições Guaraná e do DCE Livre Alexandre Vannucchi Leme, da Universidade de São Paulo, ficou mais conhecido pelas sucessivas gerações de estudantes e pesquisadores como Memorex — nome do remédio cuja embalagem compõe a ilustração da capa. A rigor, desde que foi publicado, durante a ditadura militar que infelicitava a nação, o trabalho gerou impaciência em correntes antidemocráticas tendo sido, inclusive, objeto de inquérito militar, instaurado em 20 de setembro de 1978 pela Aeronáutica, que determinou pedido de busca dos seus editores — entre os quais Arnaldo Antunes, do Titãs.
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Artigos

REMEMOREX - Uma Rebeldia Necessária
Por Ary Costa Pinto e Marianna Francisca Martins Monteiro
(…) A Edições Guaraná constituía o que hoje chamamos de uma equipe multidisciplinar voltada para o resgate da tradição editorial e gráfica do movimento estudantil. Era a tradição iniciada pelo artista gráfico Rogério Duarte, por Ferreira Gullar e Arnaldo Jabor na revista Movimento da UNE, no início dos anos 60, que nos interessava resgatar. (…)

Footnotes
1. A digitalização da revista/livro MEMOREX foi postada originalmente no Blog "Seja realista: peça o impossível (Movimento Estudantil Brasileiro)", em 09 de outubro de 2007.



Fundação Perseu Abramo — Teoria & Debate
Por Ricardo Azevedo

Para realizar esta reportagem sobre o movimento estudantil da USP nos anos 70, Teoria & Debate entrevistou cinco importantes lideranças daquela época: duas da Refazendo, duas vinculadas à Liberdade e Luta e uma ligada à Caminhando. Todas elas, hoje já na faixa dos quarenta, são figuras mais ou menos conhecidas em distintos campos de atuação.
Tentamos usar critérios para fazer esta seleção. Estes cinco companheiros faziam parte das três tendências mais importantes do movimento estudantil da USP naqueles anos e seguiram depois trajetórias pessoais distintas. Mas todo critério de escolha tem sempre, nesses casos, uma dose de subjetivismo. Muitos outros poderiam ter sido procurados, pois uma das características do M.E. nos anos 70 era inclusive a tentativa de não personalização do movimento. Pelo peso que tinham, dois deles muito provavelmente teriam sido ouvidos por nós se estivessem vivos: Celso Figueiredo, da Caminhando, e Marcelo Garcia, na época conhecido como Bundão, da Refazendo. A eles, dedicamos esta matéria.

MEMÓRIA: MEDO E LIBERDADE

Aloízio Mercadante entrou na Faculdade de Economia da USP em 1973. Filho de um militar identificado com o regime (seu pai chegou a ser comandante da Escola Superior de Guerra), começou sua militância política na própria USP. Foi presidente da associação atlética da faculdade e figura de primeira linha na Refazendo. Hoje, aos 43 anos, depois de ter sido deputado federal e candidato a vice-presidente da República na chapa com Lula em 94, Aloízio é professor de Economia da PUC e da Unicamp e membro da Executiva Nacional do PT.

Alon Feuerwerker começou a militar quando entrou na Faculdade de Medicina da USP, em 1974. Eleito presidente do centro acadêmico em 1978 e vice-presidente da UNE em 79 (na primeira diretoria da UNE reconstruída e por eleição direta), Alon era militante do PCdoB e uma das principais lideranças da Caminhando. Hoje, aos 41 anos, é diretor de desenvolvimento no Universo Online e não tem mais militância político-partidária.

Geraldo Siqueira, o Geraldinho, já militava no movimento secundarista em 68. Em 71, quando entrou na Geografia da USP, tinha um irmão no exílio. Presidente do centro acadêmico de sua escola e membro da primeira diretoria do DCE Livre da USP, eleito pela chapa Refazendo, Geraldinho foi uma das mais importantes lideranças do período. Respaldado em sua atuação no M.E., foi eleito deputado estadual pelo MDB em 78 e reeleito pelo PT em 82. Atualmente, aos 46 anos, é funcionário do Banco do Brasil. Filiado ao PT, como muitos no entanto deixou de ter uma militância ativa nos últimos anos.

Quando Josimar Melo entrou na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP (FAU), em 71, já tinha participado de reuniões de esquerda para discutir O Capital. Diretor do Grêmio da FAU em 72, Josimar era figura de proa da Liberdade e Luta, a Libelu. Quando esta tendência ganhou as eleições para o DCE Livre da USP em 78, ele fez parte de sua diretoria e em 79 foi candidato a presidente da UNE. Aos 43 anos, ele é hoje um bem-sucedido jornalista especializado em gastronomia, que também não tem mais militância político-partidária, embora siga sendo filiado ao PT e admirador de Trotski.

Da mesma forma que Geraldinho, Júlio Turra, o Julinho da Libelu, desde 68 participava do movimento secundarista. Ingressou no curso de Ciências Sociais da USP em 73. Já no segundo semestre deste ano era militante da Organização Comunista Primeiro de Maio. Em 74, foi eleito membro da diretoria do centro acadêmico de sua escola e era também uma das mais importantes lideranças da Liberdade e Luta. Aos 44 anos, Julinho é hoje membro da Executiva Nacional da CUT, militante ativo do PT e da Quarta Internacional, corrente O Trabalho, no Brasil.

Reminiscências
Quando se fala em atuação política, imediatamente vem à tona a questão dos recursos: humanos, materiais, financeiros. Imprescindíveis sem dúvida para uma atuação eficiente. Muitos no entanto têm dificuldade em entender que nem sempre foi assim e que se hoje podemos ter acesso à TV, por exemplo, isso faz parte das conquistas democráticas e por elas muito se lutou no Brasil.

Na década de 70, debaixo do regime militar, eram bem outras as condições de militância. Militar na oposição significava enfrentar o risco de, a qualquer momento, ser preso, torturado, até mesmo assassinado, como aconteceu com tantos. Aloízio Mercadante lembra que "as normas de segurança tinham que ser absolutamente rígidas. Em qualquer reunião tinha um litro de álcool no banheiro e um responsável para botar fogo em todas as anotações. Era só tocar a campainha e essa pessoa ia lá queimar tudo e jogar pela privada." Geraldinho se recorda do clima que envolveu a missa pela morte de Alexandre Vannuchi, celebrada na Catedral da Sé: "Havia metralhadora de tripé no centro da praça apontada para a escadaria da catedral. Dentro da igreja, havia um cameraman da TV Gazeta filmando tudo para a Oban. Ele ia de fila em fila e dava um close nas pessoas. De repente, durante a missa, carros de polícia começaram a dar a volta em torno da catedral com a sirene ligada. Era um verdadeiro clima de pavor!" E Júlio Turra conta que, na invasão da PUC, "quando começou a confusão, com a tropa de choque entrando, bombas de gás lacrimogêneo, eu, o Josimar e uma moça chamada Anne Marie saímos correndo pelos fundos da PUC, entramos numa vilinha, pulamos o muro, subimos em uma casa e entramos na caixa d'água. Já de madrugada descemos e entramos em uma casa. As pessoas foram solidárias, nos tranqüilizaram e até deram cafezinho. No dia seguinte de manhã, soube que todo mundo tinha ido em cana…"

Nas primeiras eleições para o DCE, as chapas não apresentavam os nomes de seus candidatos. Em parte, isso era devido a uma concepção política, de buscar não destacar nomes e sim idéias, mas em grande medida esta atitude era motivada pela necessidade de preservar as lideranças. Os estudantes votavam nas chapas sem saber quem iria fazer parte da diretoria e só depois de eleita a chapa vencedora apresentava seus componentes. Formalmente, não havia presidente. Era um colegiado de diretores.

Mas se a tensão e o medo faziam parte do cotidiano, a USP também era, na imagem do Geraldinho, um pouco "a aldeia gaulesa" do Asterix. Além do encaminhamento das lutas, lá tudo acontecia: palestras, ciclos de cinema, shows de música, grupos de teatro, festas juninas. Josimar explica, com certo tom crítico: "A gente precisava juntar gente, então fazia um show com um cantor que cantava música engajada e juntava as pessoas. Com o tempo, as coisas começaram a ir para o seu devido lugar, ou seja, política é política, cultura é cultura." O fato é que músicos como Gilberto Gil, Gonzaguinha, Milton Nascimento, João Bosco e muitos outros se apresentavam de graça na USP para cantar com uma infra-estrutura absolutamente precária. Mercadante lembra que, quando foram convidar a Mercedes Sosa, que estava dando uma temporada em São Paulo, ela respondeu: "Yo no puedo cantar para los obreros ni para los campesinos; al menos voy a cantar para los estudiantes de São Paulo". Na aldeia gaulesa da USP, os artistas que queriam manifestar seu repúdio à ditadura o faziam, contribuindo dessa forma para a reorganização do movimento estudantil. O simples fato de duas das principais tendências do movimento estudantil se chamarem Refazendo e Caminhando já mostra a importância que a questão cultural tinha na época. Porém, Alon faz um reparo: "A questão cultural teve uma influência. No entanto, a maior influência cultural foi do marxismo".

Ainda que não estivesse presente em nenhuma carta-programa, a questão comportamental também tinha sua importância. Até mesmo pelo clima de repressão cultural e artística do momento, cada tendência se comportava mais ou menos como uma tribo, no dizer de Julinho. Congregando cada uma delas centenas de adeptos, formavam um círculo protetor onde as pessoas podiam "respirar" no meio de tanta tensão. Famosas eram também as festas e, como não poderia deixar de ser, cada tendência tinha as suas. Explica Júlio Turra: "O pessoal da Caminhando era do sambão, do pagode, da cultura popular. Nós, da Liberdade e Luta, éramos mais roqueiros; o pessoal da Refazendo era mais tipo Milton Nascimento. Havia até um certo jeito de se vestir: o pessoal da Caminhando você reconhecia claramente - era o poncho e conga -; a Libelu já era o cara mais cabeludo, meio roqueiro…" Na noite da vigília das urnas, houve até mesmo duas polêmicas: que tipo de música se deveria tocar (rock ou samba?) e se poderia rolar bebida alcoólica ou não.

Nesse aspecto, no entanto, há divergências de apreciação. Para Josimar: "tínhamos um certo visual, um certo comportamento meio rebelde, meio pós-hippie, mas a não ser a questão da maconha, que tinha implicações de segurança, não discutíamos muito questões de comportamento." Mercadante tem outra lembrança: "A gente tinha um pé em Woodstock. Havia uma discussão cultural e comportamental na vanguarda social do movimento. Estas coisas não estavam nas cartas-programa porque o nível de consciência do conjunto dos estudantes não era o mesmo da vanguarda social." Julinho acentua: "Não havia muitos obstáculos; havia uma quase total falta de preconceitos. As questões comportamentais não eram tratadas nas cartas-programa, mas no entanto as transgressões à moral da época eram praticadas."

As divergências
Na USP da década de 70, três tendências políticas tinham maior destaque:

Refazendo
Teve sua origem em militantes oriundos da Ação Popular que, tendo perdido contato com a organização quando das prisões de 71, formam um grupo independente - o Grupão. Em 76, voltam a retomar contato com a AP que, progressivamente, absorve seus principais quadros. A Refazendo tinha maior força na Geologia, Física, Geografia, Psicologia, Politécnica, Ciências Sociais e Economia. É vitoriosa nas duas primeiras eleições para o DCE.
Liberdade e Luta
Era vinculada à Organização Socialista Internacionalista, formada em 76 a partir da fusão de dois grupos trotskistas, a Organização Primeiro de Maio e a Organização Marxista Brasileira. Segundo Júlio Turra, ele e Markus Sokol quando discutiam a fusão, lembraram-se de uma frase de Spinoza que diz que "só há liberdade quando se luta pela liberdade". Aí, Julinho disse "Luta e liberdade pode ser o nome" e Sokol replicou: "Não, Liberdade e Luta soa melhor". A Libelu, como ficou conhecida, tinha maior expressão nos cursos de Arquitetura, Comunicações, Filosofia, Economia e Ciências Sociais. Segunda força do M.E. na USP, em 78 a Liberdade e Luta ganha o DCE. Diz a lenda que em eleições em urna a Refazendo em geral ganhava, mas que nas assembléias normalmente dava Libelu.
Caminhando
Vinculada ao PCdoB, era a terceira força na USP. Tinha maior presença na Medicina, na Politécnica e nas Ciências Sociais. Porém, em nível nacional, dada a maior organização do PCdoB, desponta como principal força, vencendo as primeiras eleições para a diretoria da UNE em 79, em aliança com a Refazendo.

Além destas, e com menor expressão, havia ainda a Organizar a Luta, vinculada ao Movimento pela Emancipação do Proletariado (MEP), e a Alternativa, ligada à Política Operária (Polop). Somente em 76 surge, ainda que com pequena expressão, a Convergência Socialista.

Quais eram afinal as divergências que explicavam a existência de tantas tendências? Nesse ponto, vinte anos depois, as impressões dos entrevistados quase reproduzem os mesmos argumentos da época.

Para Josimar, "havia dois extremos dentro da esquerda: o PC, que tinha um projeto político de alianças com a burguesia progressista e a Liberdade e Luta, que rejeitava toda aliança com qualquer setor da burguesia. No fundo, era isso que se refletia a todo momento. Na USP, a Refazendo era mais forte que o PC, que quase não existia, mas historicamente no Brasil nossa briga era com ele". Na mesma linha, Julinho, para quem a polarização Refazendo/Liberdade e Luta era mais ou menos como o Corinthians e Palmeiras da época, prossegue: "a gente era contra qualquer aliança política com o MDB que não fosse a frente única elementar. O PCdoB tinha uma política mais de frente para combater a ditadura com um programa tipo união dos patriotas. Já a Refazendo tinha uma postura crítica com relação ao MDB mas argumentava que era impossível fazer política fora dele. O próprio Geraldinho começou sua carreira política fora do M.E. como candidato da esquerda do MDB."

Já para o pessoal da Refazendo, o centro das divergências era outro. Mercadante argumenta que "o PCB vinha perdendo espaço na USP. Nós éramos uma alternativa ao reformismo, mas não aceitávamos o trotskismo pelo seu vanguardismo, pela sua total incapacidade de dialogar com a massa. Eles sempre atuavam na vanguarda social e com uma postura vanguardista." E Geraldinho complementa: "A Refazendo estava mais correta. A Libelu foi importante para empurrar o movimento quando a gente segurava um pouco, mas eles tinham uma análise errada. Eles achavam sempre que a ditadura estava para cair, que não tinha mais sustentação social. E a nossa análise era de que o que provavelmente ia acontecer era a abertura do Geisel, lenta, gradual e segura."

Por sua vez, Alon considera que "o centro das divergências era o caráter da luta política em curso. Tinha uma posição de lançar o movimento de massas num embate contra o regime e pelas liberdades democráticas, que era comum à Caminhando e à Liberdade e Luta. A Refazendo e a Organizar a Luta já achavam que ainda havia aspectos importantes de resistência e que as questões democráticas não deveriam ser levantadas de uma maneira mais aberta. A Refazendo, por exemplo, nunca chegou a defender a Constituinte… Por outro lado, na análise de conjuntura, a Liberdade e Luta achava que a ditadura estava prestes a cair e a Caminhando e a Refazendo achavam que ainda havia um longo período de acumulação de forças. Assim, do ponto de vista das bandeiras, a gente convergia com a Libelu, com exceção do "abaixo a ditadura", que achávamos que não devia ser colocado; mas do ponto de vista da condução do movimento, a gente era mais próximo da Refazendo."

Se não fosse pela discussão do "abaixo a ditadura", um leitor mais distraído poderia pensar que estávamos falando das divergências atuais dentro do PT, talvez até com os mesmos atores se repetindo… Mas, passados vinte anos, alguma síntese é possível. Assim, Mercadante considera que "o melhor da luta estudantil era o resultado final. Os companheiros da Caminhando tinham uma dimensão do nacional, do democrático e popular, que nós desprezávamos. Por outro lado, o vanguardismo do trotskismo empurrava o movimento para a frente, questionava a direção. E nós tínhamos uma visão correta do acúmulo de forças, da relação do movimento estudantil com o restante da sociedade. Quer dizer, a síntese era melhor que as partes". E Alon corrobora: "Cada tendência teve um papel fundamental. Sem o ímpeto e o voluntarismo da Liberdade e Luta nada teria acontecido. Sem a capacidade organizativa e o enraizamento na massa em alguns lugares que a Caminhando tinha também nada haveria. E também não aconteceria sem o caráter flexível da Refazendo, que era um instrumento para que as pessoas que não estavam a fim de militar num partido comunista ou trotskista pudessem participar do movimento. Foi uma combinação muito interessante porque cada um cumpriu seu papel."

Consensos
Passados vinte anos, é de uma maneira positiva e com certo tom de saudade que todos se referem ao período. Para Josimar, "foi decisiva a importância política do movimento estudantil. Ele não era vanguarda, mas era a ponta de um iceberg que terminou redundando no fim da ditadura". Julinho considera que "a primeira importância é que foi uma forja de quadros. Em segundo lugar, possibilitou uma renovação do pensamento da esquerda brasileira. E jogou um papel de catalisador do descontentamento que existia". Porém, ele pondera: "Mas o decisivo para cair a ditadura foram as greves do ABC". Para Mercadante, "foi o primeiro grande movimento social da luta democrática no Brasil. Os estudantes saíram na frente, ganharam a opinião pública para a luta democrática e foram uma referência fundamental para outros movimentos que vieram a seguir". Geraldinho comenta: "A gente queria fazer a revolução socialista, comunista, mas na verdade a gente jogou um papel importante na redemocratização do país." E Alon arremata: "Na ideologia oficial da direita, a democracia teria sido fruto da distensão do Geisel e da abertura do Figueiredo. Por outro lado, na ideologia oficial da esquerda criou-se um mito de que a democracia no Brasil começou a nascer com as greves operárias de 78, no ABC. Mas, entre 73 e 79, aconteceu alguma coisa que permitiu ao próprio movimento operário mais oxigênio para poder respirar no final da década de 70. Nós achávamos que éramos uma organização de esquerda que estava preparando o caminho para a Revolução Brasileira. Na verdade, éramos lideranças políticas que estávamos mobilizando a massa para uma luta democrática. Realmente, foi um período incomparável em termos de experiência política, porque a gente discutia teoria, discutia política e fazia movimento de massa."



Blog "Seja realista: peça o impossível (Movimento Estudantil Brasileiro)"

Por
Ary Costa Pinto1
e
Marianna Francisca Martins Monteiro2

Foi com enorme satisfação que atendemos ao convite do professor Otávio Luiz Machado, pesquisador da história do movimento estudantil brasileiro, para reeditar, por meio eletrônico, o trabalho Elementos para uma História da UNE, publicado pela primeira vez em 1978, através da Edições Guaraná e do DCE- Livre Alexandre Vanuchi Leme, da Universidade de São Paulo, trabalho esse que sucessivas gerações de estudantes e pesquisadores denominaram Memorex3.

Decorridos 30 anos daquela experiência, vimos neste convite a oportunidade de rebater algumas imprecisões que observamos em resenhas antigas e recentes sobre esse trabalho. Entre elas, há algumas de viés nitidamente ideológico, recheadas do pior defeito da história social: o anacronismo. Outras, foram elaboradas por mentes indolentes que sequer leram o texto em questão ou o fizeram com pouca atenção e cujo propósito não parece ser esclarecer, mas sim ocultar ou escamotear fatos.

A rigor, desde que foi publicado, durante a ditadura militar que infelicitava a nação, o trabalho gerou impaciência em correntes antidemocráticas tendo sido, inclusive, objeto de inquérito militar, instaurado em 20 de setembro de 1978 pela Aeronáutica, que determinou pedido de busca dos seus editores.

A primeira estultice publicada a respeito apareceu no livro O que é movimento estudantil da coleção Primeiros Passos, da Editora Brasiliense, onde o autor, Antonio Mendes Jr, o saudoso "Paxá", ao fazer indicações bibliográficas, considera o Memorex leitura obrigatória, mas faz a injusta ressalva de que a publicação traz muitos trechos copiados da obra O Poder Jovem de José Arthur Poerner, durante muitos anos a mais respeitada sobre o tema. Contudo, nunca apontou qual trecho foi copiado. A bem da verdade, o grupo que elaborou o trabalho pouco escreveu, pois é uma coletânea de documentos, em sua maior parte da própria UNE, que ali aparecem ordenados cronologicamente, constituindo-se na fase de documentação da pesquisa, sugestivamente intitulada por isso de Elementos para uma História da UNE.

Inspirados numa metodologia historiográfica, a maioria senão a totalidade do grupo formado por adolescentes e recém-adolescentes, realizou um mergulho na metodologia da pesquisa a partir de documentos. Pela primeira vez, esses universitários e secundaristas freqüentaram a Biblioteca Mário de Andrade de São Paulo e, depois, a Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro e compreenderam na prática a diferença entre fontes primárias e fontes secundárias numa pesquisa. Pela primeira vez, o estudo da história foi vivenciado por aqueles estudantes como um processo de descoberta e elaboração de fontes documentais e não apenas digestão de trabalhos interpretativos ou de pesquisa realizados por outros. O lema que fizemos questão de estampar nas páginas da publicação — aprender é produzir — retratava a nossa opção metodológica, nossa forma de fazer, e apontava para um projeto pedagógico, para uma "paidéia", próxima de Paulo Freire.

Esse é o aspecto original da realização do Apesar de Tudo — UNE REVISTA, Elementos para uma História da UNE, o de ter se constituído como processo educacional, como uma experiência pilôto realizada por um grupo de estudantes, em 1978, passível de ser multiplicada em numerosos outros âmbitos. Por traz de uma pedagogia, como se sabe, há sempre uma visão de mundo, uma política, por isso o Memorex também foi militância estudantil, definição de posição ideológica e colaboração com a reconstrução dos órgãos nacionais e locais de representação estudantil.

Ligações familiares, escolares, antigos relacionamentos que se reencontraram na USP, todo tipo de circunstância corrobora para o encontro entre essas pessoas numa convivência cheia de inquietações. Longe de terem se conhecido no movimento estudantil, os componentes desse grupo se encontravam num apartamento em São Paulo, onde moravam três dos editores de Memorex. Tinham, eventualmente, alguma experiência no movimento secundarista e no movimento estudantil universitário, mas jamais haviam militado juntos. A equipe de Memorex revelava maiores afinidades com as fileiras da contra-cultura, do Rock and Roll que, às vezes unia mais que o movimento estudantil. Havia também um claro posicionamento desses jovens contra a ditadura militar. A consciência política do grupo era bem elaborada e definia-se com clareza pela luta contra a ditadura, percebendo o movimento estudantil como uma vanguarda cultural, artística, filosófica e científica. Atribuía, além disso, ao conhecimento da historia a potencialidade de lançar as bases de um entendimento político a partir do qual as forcas sociais poderiam construir sólidas e representativas organizações.

Pensávamos nesse âmbito alargado dos grandes rumos políticos, mas constituíamos apenas um grupo de amigos, conhecidos, cidadãos pensantes, reunidos num apartamento. Se analisarmos as origens familiares desse grupo vamos encontrar uma presença significativa de filhos de ex-militantes comunistas. Não era por acaso! A originalidade e especificidade de Memorex se dá nessa tensão entre a militância política tradicional e a militância contra-cultural. Dentro da contra-cultura, convém ressaltar que os elementos mais velhos do grupo tinham um envolvimento significativo com a imprensa alternativa: Bondinho, EX, Revista Versus, Jornal Nós Mulheres; com a militância feminista e com a ala mais contra-cultural do Teatro Oficina. Entre os secundaristas do grupo, Arnaldo editava uma publicação de poesias e textos, A Mais, que circulava no Colégio Equipe. Essas foram referências importantes na definição e escolha da linguagem do Memorex.
A Edições Guaraná constituía o que hoje chamamos de uma equipe multidisciplinar voltada para o resgate da tradição editorial e gráfica do movimento estudantil. Era a tradição iniciada pelo artista gráfico Rogério Duarte, por Ferreira Gullar e Arnaldo Jabor na revista Movimento da UNE, no início dos anos 60, que nos interessava resgatar. Em grande parte porque avaliávamos como muito tímida a imprensa estudantil que se praticava e procurávamos romper com essa timidez, como pode ser observado nos "slogans" ou palavras de ordem que adotamos e que podem ser vistas na publicação: "Edições Guaraná, contra o mofo e a timidez"; "Experimentar não esclerosar", entre outras.

A não apreensão do caráter experimental da publicação Apesar de Tudo — UNE REVISTA, leva alguns pesquisadores a escrever sandices, como foi o caso de Angélica Muller, em comunicação científica apresentada no XXIV Simpósio Nacional de História ANPUH4, que contém as reflexões de um capítulo de sua tese integralmente dedicado à análise de Memorex. Nessa comunicação, a historiadora afirma que grande parte dos textos do Memorex não trazem referências de origem, ou autoria, reclama da falta de informação sobre os editores de Memorex.

A autora parece estar bem preocupada com os usos políticos da história e até mesmo surpresa com o impulso dos conhecimentos teóricos, mas pouco se pergunta a respeito do "mistério" do expediente de Memorex e parece não se dar conta das inúmeras referências que acompanham a maior parte da documentação publicada.

Um pesquisador atento não deixaria de visualizar o expediente da publicação, na página referente aos anos 61/62, gestão Aldo Arantes, onde se lê: "EXPEDIENTE: Apesar de Tudo — UNE REVISTA, uma realização conjunta de Edições Guaraná e DCE-Livre Alexandre Vanuchi Leme", listando em seguida, por ordem alfabética, seus treze editores sem estabelecer qualquer hierarquia entre eles. Revela, assim, que assumíamos a autoria da publicação, mas tínhamos prudência frente aos rigores com que o regime militar tratava os estudantes, jornalistas, artistas e intelectuais.

Esse mesmo pesquisador, se estivesse interessado em esclarecer quem era o grupo que assinava o trabalho, por meio da internet, logo teria em mãos o telefone de alguém e, rapidamente, chegaria aos sobreviventes, que poderiam explicar muita coisa e talvez responder algumas de suas perguntas. Ficaria sabendo que o Arnaldo que aparece sem sobrenome é o Antunes, nosso querido poeta. Talvez o pesquisador também se comprazesse em saber que o artista que tanto admiramos, Nuno Ramos, também se matava no "past up", além de digitar e revisar textos.

O interessante é que nenhum deles se tornou político ou mesmo aprofundou sua relação com o movimento estudantil. O caráter progressista e político da produção artística e intelectual de muitos dos elementos do grupo em fase posterior só confirma, no entanto, o ponto inicial do grupo que nos anos 70 se reuniu em torno de uma militância fora dos parâmetros da esquerda tradicional, interessado na renovação das linguagens artísticas, sem jamais abandonar o viés político. Esse viés político, ao ser alimentado, expressava a recusa em separar a grande política, do partido, do Estado, dos órgãos nacionais, da pequena política contra-cultural do quarteirão, dos comitês, dos cine-clubes, dos teatros de periferia, da imprensa nanica, da literatura de mimeógrafo.

Depois de concebido e diagramado o Memorex, passamos a buscar apoio para sua impressão. Acreditávamos, que o nosso caráter de grupo independente e o sentido de coletânea de documentos que conferimos humildemente a nossa obra, haveria de facilitar a obtenção desse apoio e de algum recurso financeiro. Como a publicação estava pronta circulávamos a fotocópia de um "boneco" já paginado e tentávamos convencer a diretoria do DCE, dos centros acadêmicos a apoiar a edição de Memorex.

Definitivamente, o Memorex não foi gestado no interior do DCE- Alexandre Vanuchi Leme. Na capa da publicação, credita-se com clareza o DCE e a Edições Guaraná, no meio da publicação aparece o crédito horizontal da Edição Guaraná. A análise desses dois dados deveria no mínimo suscitar algumas questões: Quem é o sujeito da enunciação? O que seria Edições Guaraná. Por que haveria o DCE de trabalhar com a Edições Guaraná?

Aspecto importante em qualquer análise de discurso é a definição do sujeito da enunciação. E nesse item Angélica Müller cochila. Para ela esse sujeito é o DCE da USP, ignora solenemente a Edições Guaraná, os autores do trabalho. Talvez, seja hoje difícil acreditar que o Brasil já tenha sido governado por forças que não hesitavam em recorrer à truculência para impedir que a juventude brasileira pudesse investigar, descrever e analisar seu passado. E, no entanto, essas forças existem e hoje se apresentam com novos simulacros e astúcias, mas com o mesmo objetivo: impedir que a nossa juventude tenha acesso ao seu passado e possa escolher livremente o que lembrar e preservar.

Nos anos 70, na Universidade São Paulo, ao lado das intensas atividades políticas, existiam muitas articulações com propósitos artísticos e culturais como os grupos de teatro da Politécnica, da Faculdade de História, da Ciências Sociais, como o jornal mural A Ponte, a revista Balão e ainda grupos que se reuniam por interesse em fotografia, música, cinema. Nem sempre seus membros estavam diretamente envolvidos com as atividades políticas. Tal era o caso da Edições Guaraná que reuniu estudantes de História, das Comunicações, das Ciências Sociais, além de secundaristas e vestibulandos.

Cabe ainda reafirmar que não tínhamos o perfil do estudante militante. Éramos jovens democratas interessados no fim do regime militar, cuja intolerância nos impedia de exercer os mais banais direitos civis. É importante lembrar que naquele momento os movimentos culturais juvenis mostravam grande vitalidade com um grande número de iniciativas, como as da poesia de mimeógrafo, entre outras do chamado movimento undergroud. É no contexto desta rebeldia juvenil, coletiva e universitária que a Edições Guaraná precisa ser entendida. Nesse sentido, o fato de eventualmente algum de seus membros ter ou não copiado trechos de O Poder Jovem não tem qualquer relevância. O mais importante foi que conseguimos reunir um grupo de jovens de diferentes faixas etárias para analisar um tema espinhoso e realizar um produto que um vasto grupo social estava desejando.

Com "grande perspicácia", a mesma historiadora observa que as páginas da publicação não são numeradas. De fato, não há numeração de página no Memorex. Tivemos, na ocasião, um entendimento que os anos da cronologia seriam suficiente para estabelecer seqüência e localização, até porque, se não nos falha a memória, não havia mais números em nosso estoque de "letra set", e muito menos fôlego financeiro para adquirí-las. De fato, a ignorância a respeito das condições e o contexto em que foi produzido o Memorex, acarreta uma serie de avaliações equivocadas.

Angélica Muller, em sua comunicação, também afirma que a publicação é de 1979 quando é, de fato, de 1978. Essa imprecisão na datação faz grande diferença na apreensão da conjuntura em que o trabalho veio à luz. Em 1978, a ditadura ainda agia com muita truculência, sem falar que a Edições Guaraná se adiantara em relação aos dirigentes estudantis na iniciativa de elaborar uma historia da UNE. Para completar, Müller reivindica para si o estabelecimento da data da criação da UNE em 1938, parecendo não perceber que o Memorex estampa em letras garrafais: "1938 — O Segundo Congresso. A separação da CEB dos estudantes ou a formação da verdadeira UNE."

A elaboração da revista Apesar de Tudo — UNE REVISTA (Memorex) acolhia e incentivava a colaboração de todos e isto trouxe como conseqüência uma variação de aprofundamento em cada período pesquisado.

Entretanto, é preciso registrar que a maior dificuldade estava em encontrar a documentação e, sobretudo, mexer com um tema tabu, já que não é possível ignorar que a UNE colocava-se, desde as primeiras horas, como uma das principais adversárias do regime. Nosso desafio era olhar para o passado e construir formas participativas de resgate e interpretação. Só nos interessava produzir pesquisa que refletisse aquele momento de interesse coletivo pela UNE.

Já havíamos dado grandes passos na obtenção de documentos e depoimentos quando foi criada a Comissão Pró UNE, que entre outras resoluções decidiu que era necessário elaborar um histórico da entidade que se pretendia reorganizar. Nós da Edições Guaraná acreditávamos poder contribuir para a UNE e para o movimento estudantil divulgando uma sistemática de trabalho, uma metodologia que em si propiciava a mobilização, a conscientização e a organização dos estudantes: propúnhamos que o Memorex se tornasse brinde de recepção de calouros, acompanhado de eventos, discussões palestras… tratava-se de criar com a publicação um instrumento de mobilização.

O que se concretizou foi uma fecunda parceria entre a Edições Guaraná e o DCE que fez a compra antecipada de parte da tiragem, viabilizando o custeio da impressão e dos fotolitos da publicação. Até então havíamos trabalhado por conta própria, financiando os gastos com a pesquisa, a composição de textos, o material da arte final etc. A diretoria do DCE da USP que tinha conhecimento de que estávamos trabalhando nessa pesquisa procurou-nos com o propósito de fazermos essa parceria. Quando apresentamos as artes finais eles aprovaram e prontamente foram enviadas para a gráfica. Em poucos dias a revista entrou em circulação e em menos de dois meses sua tiragem de 10 000 exemplares havia se esgotado. Os estudantes exibiam grande carinho e orgulho por aquela realização. Entretanto, os órgãos de segurança entraram em ação para impedir sua circulação. Felizmente, a rapidez de sua distribuição frustrou qualquer efeito neste sentido.

O período compreendido entre o Congresso de Ibiúna e 1978 não foi objeto de nossa pesquisa, em parte porque não nos encontrávamos muito afastados dele. E também porque a ação dos dirigentes da UNE na dura condição de clandestinidade impedia que se produzissem muitos documentos oficiais escritos e no momento em que realizamos nosso trabalho seria quase impossível tentar resgatá-los.

A contribuição que buscávamos dar era: 1) revelar a institucionalidade da UNE que o regime militar destruiu e isto significava apontar para a existência de um legado documental da entidade; 2) destacar a significativa contribuição cultural que emergiu no interior da entidade ao longo de sua história; 3) mostrar a UNE como ambiente de reflexão dos problemas nacionais; 4) mostrar a entidade como geradora de mobilizações em defesa de projetos de interesse nacional; 5) mostrar a entidade como propulsora de renovações estéticas.

Hoje, depois de constatar que passados tantos anos os estudantes brasileiros continuam a demonstrar grande carinho pelo Memorex, Apesar de Tudo — UNE REVISTA, não temos dúvida em afirmar, lembrando o grande poeta Paulo Leminski: … "Valeu ter encharcado a cara de suor. Valeu!"
Footnotes
1. Ary Costa Pinto é Jornalista. Foi pesquisador da Divisão de Iconografia e Museus do Departamento de Patrimônio Histórico da Prefeitura Municipal de São Paulo, também integrou a equipe do Centro Ecumênico de Documentação e Informação atuando no Programa História do Movimento Operário no ABC. Desenvolveu pesquisa sobre edição de livros didáticos para cursos de requalificação profissional na equipe do Programa Integrar coordenado pela professora Maria Nilde Mascelani na PUC. Foi um dos editores de Apesar de Tudo — UNE REVISTA, quando cursava História na FFLCH-USP.
2. Marianna Francisca Martins Monteiro é professora do Instituto de Artes da Unesp, Autora de Noverre: Cartas sobre a Dança — Natureza e Artifício no Balé de Ação, publicado pela Edusp, em 1998. Dedica-se à pesquisa na área de dança, teatro e antropologia da performance. Foi uma das editoras de Memorex: Apesar de Tudo — UNE REVISTA, quando cursava Ciências Sociais na USP.
3. A publicação tem um título múltiplo: Apesar de Tudo — UNE REVISTA, Elementos para uma Historia da UNE e, finalmente, Memorex, nome do remédio cuja embalagem compõe a ilustração da capa.
4. Angélica Müller. "Os Usos Políticos do Passado: A Construção da História da União Nacional dos Estudantes na sua Reconstrução (1976-1979)" In Anais do XXIV Simpósio Nacional de História- 2007, Associação Nacional de História — ANPUH.

Artigo do MEMOREX sobre história da fundação da UNE
MEMOREX: Elementos para uma História da UNE
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m 1910, realizou-se, em São Paulo, o primeiro Congresso Nacional dos Estudantes, do qual se tem publicado uma "Polyanthea Comemorativa", mas só em 1937, às vésperas do Estado Novo, foi fundada a União Nacional dos Estudantes.

A idéia de se organizar uma entidade nacional de representação estudantil era antiga. Faltava, contudo, condições materiais e políticas para sua concretização.

Em 1932, após a visita de dois estudantes poloneses, que impressionados com a atuação da Casa do Estudante do Brasil (CEB), convidaram-na a participar dos congressos da "Confederation Internationale des Etudiant", sediada em Bruxelas. Atendendo também a uma exigência estatutária a CEB resolveu convocar e eleger uma diretoria para o seu "Conselho Nacional de Estudantes", com o qual pretendia fazer-se representar internacionalmente como a União Nacional dos Estudantes.

A UNE, seria, assim, um órgão da CEB e a presidência da UNE seria exercida pela presidente da CEB, cargo vitalício ocupado pela Sra. Ana Amélia Carneiro de Mendonça, juntamente como o presidente do Conselho Nacional de Estudantes.

Evento cultural interinstitucional, organizado pelo Thesis - Núcleo de Estudos de Cultura, Memória e Mídia da PUC/SP e pela Escola Superior do Ministério Público de São Paulo, que acontece ao longo do dia 04 de outubro [de 2007] e traz palestras, homenagens, sarau, exposição multimídia e um júri simulado sobre os acontecimentos que marcaram a invasão da PUC/SP por tropas militares. O evento tem como palco o TUCARENA, no campus de Perdizes, e inicia suas atividades a partir das 09 da manhã.
Apresentação

Há trinta anos houve uma repressão que não pode ser esquecida…

Celebrar os trinta anos da invasão policial tem como significado maior pensar a responsabilidade dos gestores e da comunidade universitária na definição de projetos acadêmicos, que tenham ressonância na dinâmica social contemporânea.

É o momento de refletir sobre a importância do acontecimento que envolveu mortes, prisões, perseguições, torturas dentro do papel expressivo da Universidade e quais as justificativas para tão bárbara forma de repressão liberdade de expressão e organização num momento tido como de abertura política.

Discutir o que estava em jogo no âmbito da vivência universitária e da dinâmica da sociedade brasileira da época, as forças sociais, os substratos ideológicos, o projeto de universidade e as suas relações com as lutas sociais. Mas, sobretudo revelar qual foi o papel desempenhado pela instituição (PUC) e pela comunidade universitária na luta pela democratização.
PUC: cidadela da resistência…

As particularidades da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo encontram lastros no perfil de seus projetos filosófico e educacional, na sua organização institucional e na composição social dos três segmentos que englobava professores, alunos e funcionários.

A real dimensão da instituição enquanto centro de produção de conhecimento pela sua divulgação, encontrou lastro na interação ensino-pesquisa, que despontou como uma de suas características e como necessidade no decurso dos anos sessenta. Eram os anos da Reforma educacional.

Os anos 70 foram marcados pela criação do Pós, por estimular a pesquisa, pela consolidação da carreira, por uma ação clara na assimilação dos cassados, na proposição de novos horizontes para a instituição e na presença significativa juntos aos movimentos sociais e científicos do país.

A PUC SP foi um palco privilegiado para a expressão, estudo e ciência dos diversos níveis de contradições, que pontuavam a sociedade brasileira nos anos setenta. Laboratórios para discussões, debates, encontros, formulações de propostas, projetos e lócus de um exercício e vivência universitários, que não encontravam guarita institucional em outros ambientes acadêmicos.

O discurso e a práxis que estavam em sintonia, dialogavam com o perfil de seguimentos expressivos do clero, principalmente representado na figura do Grão Chanceler, o Arcebispo da Arquidiocese de São Paulo, Dom Paulo Evaristo Arns. Assim, a PUC se conformava como um diapasão que fazia eco aos anseios da sociedade civil em construção e de uma facção da igreja, engajados na luta contra a Ditadura.

O ano de 1977 foi marcante no que se refere ao movimento estudantil. Ocorreram inúmeras passeatas, atos públicos, ocupação de espaços na cidade, na Universidade e nos noticiários da Imprensa.

Os estudantes saíram às ruas com o pretexto de lutar contra a implantação dos Estudos Sociais, como desdobramento do acordo MEC/USAID. Gradualmente foram ampliando suas bandeiras de luta e assumindo as perspectivas políticas mais amplas, desfraldando bandeiras pelos Direitos Humanos, pela “ANISTIA, AMPLA GERAL E IRRESTRITA” e contra a opressão militar a palavra de ordem era “ABAIXO A DITATURA”.

A possibilidade de uma invasão policial se aproximava da militância estudantil e da comunidade, na medida em que se apresentavam como expoentes em diversas frentes de lutas e iniciativas.

A investida policial foi o coroamento de um percurso repressivo à universidade e ao movimento estudantil que se rearticulava e se associava aos interesses dos setores oprimidos da sociedade, as chamadas “classes perigosas”.

O pretexto da investida policial dirigida pelo Secretário da Segurança Pública foi a realização do III Encontro Nacional dos Estudantes, promovido pela UNE, considerada uma entidade espúria pelos militares. Há muito, os estudantes ensaiavam realizar o encontro com vistas à reorganização institucional da entidade estudantil, e foram inúmeras as formas de repressão e controle. Ao ser realizado, pretendeu-se torná-lo público e comemorar seu êxito. A PUCSP seria o local privilegiado para tal manifestação histórica.

A vigilância foi burlada e se comemorou o III Encontro Nacional dos Estudantes com ato público em frente ao TUCA em 22 de setembro. A Universidade foi cercada e invadida pelas tropas da “ordem”. As ocorrências da violência em suas diversas formas de expressão foram veementes.

As atividades na universidade foram retomadas com mais garra. Aulas foram substituídas por debates. A invasão e a própria ditadura passaram a ser tema de debates, aulas e seminários, não se perdendo no afã político o específico da Academia. A realidade objetiva do país era o cerne do exercício da práxis acadêmica. Este cenário foi propicio para a ampliação dos embates de projetos universitários e deu maior impulso ao dinamismo da instituição.
A programação

09:00h
Abertura do Evento: Prof. Dr. Adilson José Gonçalves — Núcleo Thesis; Dr. Arthur Pinto Filho — Escola Superior do Ministério Público de São Paulo.
09:15h
Palestra: Luta e resistência em tempos de Ditadura, Profa. Dra. Maria Aparecida de Aquino — FFLCH/ USP
11:00h
Cerimônia de homenagem à personagens de relevância acadêmica e política na resistência à ditadura, e que estiveram presentes na reconstrução da universidade democrática: Antônio Cândido, Edênio Reis Valle, Hermínio Alberto Marques Porto, Helio Bicudo
17:30h
Sarau — música, poesia, literatura e performances: CUCA — Coral da PUC/SP; Marco Prado (integrante do Thesis) e convidados
19:00h
Júri Simulado: “Invasão da PUC- o julgamento 30 anos depois”. Coordenação: Profa. Eloisa de Sousa Arruda e Prof. Christiano Jorge Santos.

Local: Tucarena
Exposição

Universidade e Resistência – Memórias, percepções e projeções”

Durante todo o dia, apresenta cartazes, fotos, entrevistas e projeção de vídeo com imagens históricas.
Curadoria: Adilson José Gonçalves, Eloísa de Sousa Arruda e Tânia Laky
Produção e layout: Paula Skromov
Auxiliares de pesquisa: Fátima Cristina e Steban Saavedra
Organização

Thesis — Núcleo de Cultura, Memória e Mídia
ESMP

Apoio

Reitoria da PUC-SP

Contatos

Prof. Dr. Adilson José Gonçalves
Email: adilson.joseg@terra.com.br
Telefone: (11) 8131-4516

Profa. Eloísa de Sousa Arruda
e-mail: eloarruda@uol.com.br
telefone: (11) 9933-8706

PUC-SP relembra os 30 anos da invasão policial

A noite de 22 de setembro de 1977 ficou marcada na história da PUC-SP. Naquela data, forças policiais invadiram o campus Monte Alegre (sob o pretexto de dispersar uma reunião estudantil, que era proibida, na porta do Tuca) e deixaram um rastro de depredação e truculência – tanto nas paredes da Universidade quanto em seus professores, funcionários e alunos.

Para lembrar o episódio, discutir a relação entre a Universidade e a sociedade e a cobertura jornalística da invasão, o Núcleo de Estudos de História Social da Cidade (NEHSC) e a Assessoria de Comunicação Institucional (ACI) promovem o evento 30 anos da invasão da PUC-SP, dias 19 e 21/9. Além das palestras, haverá uma exposição de fotos no hall do Tucarena.

Também para lembrar a operação, o jornal-laboratório do curso de Jornalismo, Contraponto, preparou uma edição especial sobre a invasão — com entrevistas de personagens que viveram aquele dia e fotos da operação. A publicação pode ser encontrada nas entradas dos Prédios Novo, Velho e no corredor da Cardoso.
Programação

Dia 19/9, às 19h30
Local: Tucarena

Exposição fotográfica (hall Tucarena)
Abertura: Profa. Maura Véras (reitora PUC-SP)

Mesa-redonda: Universidade, Memória e Sociedade
Prof. Edson Passetti
Prof. Paulo Edgar de Almeida Resende
Prof. João Edênio dos Reis Valle
Prof. Hamilton Octávio de Souza (Apropuc)
Francisco Cristóvão (Afapuc)
Mediação: Professora Yvone Dias Avelino

Dia 21/9, às 19h30
Local: sala P-65 (1º andar, Prédio Velho)

Mesa-redonda: A imprensa e os 30 anos da invasão da PUC-SP
Helio Campos Mello — editor da revista Brasileiros e ex-diretor de redação da Revista IstoÉ
Fausto Macedo — repórter especial do jornal O Estado de S.Paulo
Carlos Alberto Furtado de Melo — pesquisador do Núcleo de Estudos em Mídia e Política (Neamp), do Pós em Ciências Sociais
Mediação: Eveline Denardi (ACI)
Informações

Núcleo de Estudos de História Social da Cidade (NEHSC): nehsc_cordis@pucsp.br
Assessoria de Comunicação Institucional (ACI): Telefone: (11) 3670-8227 ou pelo e-mail imprensa@pucsp.br
Apoio

Núcleo de Sociabilidade Libertária do Pós em Ciências Sociais (Nu-Sol)
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Artigos
TÍTULO FONTE DATA
Noite de violência: A invasão da PUC-SP em 1977 Fundação Perseu Abramo 2006
Um réquiem para os ditadores e seus filhotes Contraponto set-2007
A invasão da PUC O Estado de S. Paulo 26-set-2007
30 anos da invasão à PUC-SP CMI 21/09/2007
Memória: há 30 anos, polícia invadia a PUC-SP e espancava estudantes Portal do PSTU 21/9/2007
PUC-SP: invasão da Polícia em 1977 às Carteirinhas em 2007 MNN — Brasília 17 12-dez-2007
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Ato relembra Encontro de Estudantes de 1977

UFMG — Cedecom — 2 de junho de 2006

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Table of Contents
Ato relembra Encontro de Estudantes de 1977
Exposição rememora movimento estudantil nos “anos de chumbo”
Exposição sobre III ENE reúne líderanças estudantis dos anos 1970

No próximo domingo, 4 de junho, às 18h30, ex-alunos da UFMG realizam ato relembrando o dia em que a Ditadura Militar impediu a realização de um encontro nacional de estudantes. Exatamente 29 anos depois do episódio, eles se reencontram no local onde tudo aconteceu, o Diretório Acadêmico (DA) da Faculdade de Medicina, para ressaltar a importância do movimento estudantil e da União Nacional dos Estudantes (UNE).

O ato recorda o impedimento, pela ditadura militar, da realização do III Encontro Nacional dos Estudantes (ENE), no dia 4 de junho de 1977. No período, Ato Institucional do Governo Militar impedia a organização da UNE. Os ENEs anteriores buscavam reestruturar a entidade. Em 1977, os estudantes convocaram o III ENE, em Belo Horizonte, no DA da Escola de Medicina.

Naquela data, policiais impediram o acesso aos ônibus de caravanas de todo o país, na saída das outras cidades e na entrada de Belo Horizonte. O exército cercou o local do evento e as pessoas que se dirigiam ao Encontro eram presas. Os estudantes que se encontravam no DA Medicina não podiam sair. Após negociações entre representantes dos estudantes, do DCE, da Reitoria da UFMG, de Governos e da Polícia, foi decidida a liberação dos alunos. Contudo, eles não foram liberados. O exército prendeu cerca de 400, enquadrados na Lei de Segurança Nacional, vigente à época.

Comemoração de 30 anos
No evento, será apresentada proposta de preparação das comemorações de 30 anos do III ENE, para 2007. Sob coordenação da pesquisa do Projeto República, do departamento de História da UFMG, será organizada campanha por doações de documentos sobre o movimento estudantil, que integrarão arquivo especial situado na Biblioteca Universitária (BU) da Instituição.

O Projeto vai sugerir a realização de encontro mensal para analisar cinco períodos do movimento estudantil: de 1960 a 1964; de 1964 a 1968; de 1968 a 1972; de 1973 a 1977 e de 1978 a 1984. Os encontros serão gravados e os debates e momentos relembrados irão compor arquivo sobre o movimento estudantil da UFMG.

Calendário dos encontros:
Datas: 5 de agosto, 9 de setembro, 6 de outubro, 3 de novembro e 8 de dezembro.
Horário: 17 horas
Local: 4º andar da Biblioteca Central — Projeto República — Campus Pampulha UFMG
Exposição rememora movimento estudantil nos “anos de chumbo”

UFMG —Cedecom — 4 de junho de 2007

Será aberta nesta segunda-feira, 4, na Faculdade de Medicina da UFMG, a exposição Memória do Movimento Estudantil — 30 anos do III ENE. A abertura acontece às 19h, no saguão da Faculdade (avenida Alfredo Balena, 190, campus Saúde) e faz parte das comemorações dos 80 anos da Universidade.

O evento rememora a realização, em 1977, do 3º Encontro Nacional dos Estudantes (ENE), na Faculdade de Medicina, abortada pela invasão da Polícia Militar, na qual foram presos cerca de 400 alunos. A iniciativa tem apoio do Projeto República, do departamento de História da Fafich, e da Diretoria de Assuntos Estudantis (DAE).

Programação
A exposição Memória do Movimento Estudantil — 30 anos do III ENE, com fotos da época e textos esclarecedores sobre o episódio, será aberta solenemente nesta segunda feira, às 19h, no saguão da Faculdade de Medicina. A partir de 20h, no Diretório Acadêmico, ao lado do prédio da Faculdade, acontece uma festa de confraternização entre os estudantes da UFMG que participaram do movimento.

A mostra foi organizada pelo Projeto República, que desenvolve pesquisa sobre o movimento estudantil e está reunindo o acervo dessa memória, que inclui a criação de um site para disponibilização dos documentos à consulta pública. Doações de materiais sobre movimento estudantil podem ser feitas através do telefone 3409-5513, com Wilkie.
Exposição sobre III ENE reúne líderanças estudantis dos anos 1970

UFMG — Cedecom — 5 de junho de 2007

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Como parte das comemorações dos 80 anos da UFMG, foi aberta ontem, 4 de junho, no saguão da Faculdade de Medicina, a exposição Memória do Movimento Estudantil — 30 anos do III ENE, organizada pelo Projeto República e pela Diretoria Para Assuntos Estudantis (DAE) da Universidade.

A mostra é composta de fotografias e reproduções de jornais da época, que estão montadas em painéis e expostas no local onde aconteceu aquele episódio histórico. São 38 peças, entre fotos, recortes de jornais e outros documentos.

Na abertura estiveram presentes cerca de 150 líderes estudantis, de várias épocas da história do movimento em Belo Horizonte, além de familiares de estudantes, autoridades acadêmicas e demais membros da comunidade universitária.

Segundo a vice-reitora da UFMG, professora Heloísa Starling, coordenadora geral do Projeto República, "A UFMG é uma das poucas universidades do Brasil que desenvolve um trabalho contínuo de preservação e divulgação da história de seus estudantes". Ela cita o monumento aos estudantes mortos pela ditadura, no campus Pampulha, e a exposição Liberdade-Essa Palavra, realizada em setembro de 2004.

Para Starling, o grande desafio que se coloca nesse resgate é, a partir da recuperação da memória do movimento estudantil, organizar esse conhecimento de forma a permitir uma reflexão sobre o passado e o futuro e promover a elevação do sentimento de cidadania.

Repressão
A exposição, que continua no saguão da Unidade até o próximo domingo, 10, mostra a tentativa de realizar a terceira versão do Encontro Nacional dos Estudantes, no dia 4 de junho de 1977, no Diretório Acadêmico Alfredo Balena Medicina (DAAB) da Faculdade de Medicina, durante o governo do general Ernesto Geisel. À época, o objetivo dos participantes era reconstruir a União Nacional dos Estudantes (UNE), que havia sido posta na clandestinidade em 1964 e deixado de funcionar em 1971.

Naquele dia, a Polícia Militar cercou Belo Horizonte e prendeu, ainda nos ônibus que chegavam à cidade, todos os estudantes que se dirigiam ao encontro. Além disso, os policiais, que agiram com violência, cercaram o campus Saúde e o Diretório Acadêmico, prendendo cerca de 400 estudantes presentes.

"O fato de o encontro não haver acontecido não pode ser lembrado, em hipótese alguma, como fracasso, mas como bravura", observa Wilkie Buzzati Antunes, coordenador da Linha de Pesquisa Memória do Movimento Estudantil da UFMG, do Projeto República, e um dos organizadores da exposição. Ele destaca que tentar fazer e encontro, naquele contexto, já foi muito importante.

Foi de fato um marco. O ato repressivo em cima do III ENE, em Belo Horizonte, acabou por incentivar a indignação de outros setores da sociedade e da própria Universidade, o que acabou catalizando a resistência contra o regime militar.

Conquistas
Contudo, na análise da historiadora Lígia Beatriz de Paula Germano, coordenadora da linha Acervos do Projeto República, o grande resultado do evento "foi a reconstituição da UNE, em 1979". Observando que o movimento histórico não é linear, ela conta que o cenário da época era de revolta e que vários setores já se movimentavam no sentido de recuperar as liberdades democráticas.

"Por isso, a tentativa de realizar o III ENE aqui foi fortemente reprimida. O retorno da UNE, que significava a volta de uma coordenação de mobilização nacional, aos olhos do regime militar não poderia acontecer", resume Lígia Germano.

Na opinião de José Afonso Assis Cabral, ex-presidente do DA Medicina e organizador do encontro de 1977, ao lado de Eduardo Albuquerque, presidente na gestão que começou em junho do mesmo ano, a repressão ao III ENE foi marcante não apenas na trajetória dos estudantes, como também de professores e funcionários.

"A reformulação do ensino médico mais voltado para questões sociais, por exemplo, se deve muito à movimentação que vinha ocorrendo naquela época. O Brasil hoje mudou muito. Mas mudou demais. Apesar de haver muito o que fazer", observa José Afonso, destacando a existência de liberdades democráticas impensáveis em 1977. "Nós mudamos o Brasil!", comemora. Cabral informa que atualmente tentam junto às autoridades a recuperação dos arquivos do Diretório Acadêmico confiscados pela Polícia Militar.

Confraternização
Após a abertura da exposição os participantes se confraternizaram no Diretório Acadêmico, ao som de músicas Geraldo Vandré — compositor de canções de protesto que marcaram aquela época — e da apresentação dos grupos Mambembe e O Grande Ah!, das décadas de 1970 e 1980. Os participantes entoaram ainda palavras de ordem da época, e inauguraram placa comemorativa, na entrada do DAAB.
Apenas uma ditadura militar retrógrada, violenta, anacrônica e obscurantista poderia ter ordenado a invasão da universidade por soldados armados, como aconteceu na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, em setembro de 1977. Unicamente generais arrogantes, habituados a tratar como criminosos aqueles que manifestam opiniões divergentes, autorizariam a mobilização da tropa de choque e o uso de bombas contra estudantes armados unicamente de consciência crítica.

Certo?

Errado.

O governo democrático de José Serra, presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) em 1964, ordenou a invasão militar da USP — mais precisamente, da Faculdade de Direito São Francisco —, três décadas depois que os macacos amestrados e fardados do coronel Erasmo Dias promoveram a barbárie nas dependências da PUC. E — justiça seja feita — a USP não foi a primeira a sofrer os efeitos da repressão democrática de José Serra. Antes dela, também o campus da Unesp em Araraquara foi agredido pela PM.

A invasão da universidade por tropas tem muito a revelar sobre a natureza do Estado brasileiro. Trata-se de um Estado autoritário, cujas instituições são incompatíveis com a existência de uma sociedade civil dinâmica, complexa, contestadora. Basta, para demonstrá-lo, uma constatação óbvia: fosse o Estado brasileiro tão ágil para responder ao quadro de catástrofe social diariamente sentido pela população pobre como é para reprimir os movimentos sociais, incluindo o estudantil, viveríamos todos num bucólico paraíso social.

Iludem-se os que acreditam ser o Estado brasileiro uma democracia. Não poderia, de fato, haver maior piada. Democracia que condena os miseráveis a morrer em filas intermináveis diante de hospitais públicos quebrados, mas que arma e mobiliza imediatamente os milicos contra aqueles que querem mudar o país. Democracia que preserva a desigualdade extrema e garante impunidade aos corruptos, mas condena a anos de prisão uma senhora que "rouba" um litro de leite para dar ao filho faminto.

A invasão da universidade por tropas tem muito a revelar sobre a natureza dos governantes brasileiros. Salvo raras — raríssimas! — e honrosas exceções, são grupos que, para se manter no poder, fazem todo tipo de acordo e aceitam quaisquer compromissos, vendem a alma a Belzebu e a quem mais der trinta moedas. Rifam os próprios princípios, se algum dia os tiveram, imolam a consciência no altar da ambição.

E nem é de hoje, sabemos, que isso acontece na história do país: "De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantar os poderes nas mãos dos maus…", denunciava, a propósito, o tribuno baiano Rui Barbosa.

Mas há diferenças entre os atuais governos democráticos e a antiga ditadura militar. Enquanto os generais diziam que tudo era proibido, os atuais governantes afirmam tudo ser permitido… exceto a luta pela real democratização do Brasil. Enquanto uns são, ao menos, explícitos e transparentes, outros se fantasiam daquilo que estão longe de ser.

O jogo de fantasias produz seus efeitos: enquanto os militares eram criticados por todos os que se afirmavam democráticos, os seus sucessores travestidos de democráticos recebem apoio da mídia e até de reitores, contra os estudantes. E ambos, no fim, utilizam as mesmas bombas e os mesmos tanques contra o mesmo inimigo — o povo brasileiro.

Arrogante e pretensioso, o governador José Serra, aparentemente, desconsidera algo que o ex-presidente da UNE José Serra tinha obrigação de saber: nunca, na história universal, as demonstrações de força bruta prevaleceram sobre os argumentos da razão. O governador parece ter levado a sério a recomendação do guru de seu partido quanto à conveniência de cultivar a amnésia para quem quiser galgar degraus na carreira política.

Mas nós cultivamos a memória — esse implacável tribunal dos tiranos. Fazemos da memória o alimento de nossa luta, que não esmoreceu há três décadas e que tampouco se deterá frente aos milicos de hoje. A luta vai continuar, precisamente porque democracia não há. Ela vai manter todo o vigor, ao passo que José Serra, em pouco tempo, não passará de um episódio tragicômico da vida pública nacional, como já hoje é o caso de um certo coronel Erasmo Dias.

A ambos, obscuras criaturas do Estado Frankenstein brasileiro, dedicamos, por misericórdia, o nosso mais profundo e sentido epitáfio: que descansem em paz.



Brasília 17 — 12-dez-2007

Ao final do ano passado o CECOM (conselho comunitário), órgão responsável pelas normas de convivência interna da PUC-SP, decidiu por unanimidade a implementação de uma “política de identificação nos campi” da universidade, o que em linguagem mais vulgar quer dizer a implementação de carteirinhas e possivelmente também das catracas. A medida agora só precisa ser aprovada na estância do conselho universitário (CONSUN).

À revelia de todo restante da comunidade puquiana, e contra seu próprio discurso na época das eleições para reitores, a reitora Maura Véras, agora parece achar razoável a aplicação de medidas repressoras. Em um dos debates para reitores a atual gestão chegou a ser questionada por um estudante quanto ao seu posicionamento sobre as catracas e câmeras de segurança, e a resposta foi clara, Maura se posicionou contrária a qualquer medida de segurança que vigiasse a comunidade.

As carteirinhas estão em pauta e serão mais uma forma de coerção, que juntamente com as câmeras já instaladas e a segurança terceirizada, passam a fazer a vigília da entrada, saída e permanência do estudante dentro da universidade. Semana passada foi retirado o direito dos inadimplentes de assistir às aulas — chegando até a ameaçar os professores e funcionários que permitissem que isso acontecesse —, há muito tempo foi proibido aos estudantes a realização de qualquer tipo de festa, colagem de cartazes e panfletagens dentro do campus; ao passo que os bancos panfletam livremente suas propagandas, seus banners também são vistos em todo e qualquer lugar, e as comemorações, incluindo bebidas alcoólicas (sempre usadas como desculpa para a proibição de festas estudantis) da reitoria são sempre muito bem vindas.

As carteirinhas vêm na contramão do modelo de universidade que queremos. A livre manifestação estudantil, as idas e vindas e a livre produção universitária sempre foram princípios que a PUC tentou preservar em toda sua história.

As invasões à PUC

Em setembro de 1977 a reitoria da PUC chegou a autorizar a realização em suas dependências de um Encontro Nacional dos Estudantes proibido pelo governo militar, que foi um momento fundamental no processo de refundação da UNE. E foi no ato de comemoração da realização desse encontro que aconteceu a invasão da polícia ao campus da Monte Alegre. Segundo relatos do DCE da PUC na época, a polícia adentrou o campus por todas as entradas espancando estudantes, professores e funcionários, além de arrombar e destruir os centros acadêmicos. Naquele dia foram presos e levados ao DOPS quase mil estudantes.

Ao que consta, a invasão havia sido premeditada pelo Cel. Erasmo Dias, e o ato público fora somente um pretexto para justificar a invasão. O real motivo da represália estava na realização do III ENE — que marcava o confronto direto com o regime militar através da reorganização estudantil —, além da represália contra a própria reitoria da PUC-SP, que se caracterizava pela independência frente às pressões do regime militar e que já havia enfrentado o regime ao abrigar a proibida 29a reunião anual da SBPC (sociedade brasileira para o progresso da ciência), que defendia a autonomia universitária.

Concluindo um documento redigido um dia após a invasão, o DCE-LIVRE da PUC declarava que nenhuma intimidação policial os faria deixar de lutar pelas liberdades democráticas. E foi assim, com essa tradição de embate diante do regime militar, que a PUC foi se consolidando como uma universidade de grande importância na esquerda brasileira. E foi assim também que se consolidou a proibição da entrada da polícia civil nos campi da universidade.

Mas em 1977 não foi definitivamente a última entrada da polícia no campus da monte alegre. Recentemente, em setembro de 2005, através de uma violência velada e afirmando estar ajudando a estabelecer a ordem, a polícia adentrou o campus para prender um estudante que, supostamente, estaria fazendo tráfico de drogas dentro da universidade. E desta vez, a tradição de sempre estar ao lado dos estudantes e de suas mínimas liberdades democráticas caiu de vez por terra. A reitoria imediatamente após o ocorrido lançou mão da política das carteirinhas de identificação, que sabemos, são as primeiras formas de coibir a livre circulação dentro do campus.

É preciso ir contra, é preciso se manifestar

Contrariando todo histórico de luta que a PUC um dia travou, vemos hoje uma reitoria que a cada dia reprime mais e mais os estudantes, professores e funcionários.

As carteirinhas juntamente com todas as últimas medidas para cercear os estudantes estão levando a PUC a ser mais uma das universidades-shopping que vemos por todo o país. Se hoje os estudantes estão proibidos de panfletar, colar cartazes e até de fazer atividades culturais, amanhã estaremos proibidos de entrar na universidade. E, assim, sempre com a desculpa de que somente pretendem garantir um bom funcionamento da universidade, vão pouco a pouco castrando toda livre criação que já foi um grande mérito da PUC-SP.
Para combater a repressão que nos é imposta lançamos um comitê local que discute e tira ações para organizar os estudantes. Nossa última atividade, no ano passado, foi uma cervejada com pixações. As pixações “é proibido. a gente faz.” e “pela livre manifestação”, tiradas numa reunião do comitê, tinham como objetivo protestar contra a retirada e proibição de colagem de cartazes, proibição de panfletagens e proibição de qualquer atividade cultural dentro do campus. A retirada de 50 cartazes produzidos pelo comitê, que foram arrancados de um dia para o outro, foi o estopim.

Para combater toda a repressão que se anuncia a cada dia é preciso se organizar, e o comitê da PUC se reunirá semana que vem para iniciar as discussões e atividades de 2007.



Portal do PSTU, 21/9/2007 23:55:00
Por Luciana Candido

No dia 22 de setembro de 1977 — há exatos 30 anos — cenas grotescas de repressão passaram diante dos olhos de uma sociedade que acreditava viver o início de uma abertura política. Cerca de 900 homens da polícia política do general Ernesto Geisel, presidente da República, e da Polícia Militar de São Paulo invadiam o campus da PUC de São Paulo para reprimir uma manifestação estudantil, comandados pelo então secretário estadual de Segurança Pública, coronel Erasmo Dias.

Na tarde do dia 22, uma reunião clandestina dentro da PUC havia dado o pontapé inicial para a reorganização da União Nacional dos Estudantes (UNE), fundando a Comissão Pró-UNE. Um ato foi marcado para a noite. Dentre os relatos, alguns dizem que era para comemorar a reorganização da UNE. Outros afirmam que era em repúdio a prisões ocorridas no dia anterior. Na verdade, era uma combinação de tudo isso. O motivo central, sejam quais tenham sido as motivações, era enfrentar a ditadura militar. Para isso, mais de duas mil pessoas se juntaram em frente ao Tuca, o Teatro da PUC-SP.

Era um ato pela liberdade de algumas pessoas que estavam presas na época, na rua, em frente ao Tuca”, conta Cristina Salay, estudante de Física da PUC e militante da Liga Operária na época. “Invadiram com a Tropa de choque pelos dois lados forçando os estudantes a entrarem para a faculdade. Eles jogaram bombas, invadiram completamente a faculdade, entraram em salas de aula, nos diretórios acadêmicos, destruíram vários diretórios acadêmicos. Muita gente saiu ferida, inclusive uma amiga minha, Cristina também, ficou gravemente ferida por causa de uma bomba que estourou perto dela”, relata.

A outra Cristina — Maria Cristina Raduan — era também militante da Liga Operária e estudante de Ciências Sociais. Em entrevista ao jornal laboratório da PUC-SP, o Contraponto, ela contou que a bomba caíra ao lado de seu rosto. “Eu não conseguia levantar, desmaiei e quando acordei estava queimada, com a blusa e a calça pegando fogo”, disse Cristina. Além dela, outras três estudantes ficaram gravemente feridas: Graziela Eugenio Augusto, Iria Visona e Maria Virgínia Finzetto.

Erasmo Dias, em entrevista ao Contraponto em abril de 2007, falou, cinicamente, que só usava gás lacrimogêneo. Ele justificou os graves ferimentos das meninas: “ali a rua é muito pequena, a Monte Alegre é muito estreita e mulher não sabe fugir. E mulher usava calcinha e sutiã de nylon, a fumaça do gás lacrimogêneo é quente pra burro. Resultado: queimou lá umas sete, oito meninas”.

Os militantes acreditaram que a polícia não invadiria uma universidade. No caso da PUC, havia um motivo a mais para criar esta ilusão: era uma instituição da Igreja Católica. O episódio provou que as forças repressivas do Estado não reconhecem este “respeito” quando não lhes interessa. A polícia entrou na universidade, espancando alunos, professores e funcionários com cacetetes (alguns elétricos) e jogando bombas de fósforo, uma arma de guerra. O patrimônio da instituição foi destruído pelas forças repressivas que entraram quebrando tudo o que viam pela frente.

Luís Carlos Prates, o “Mancha”, estudava Engenharia na Universidade Federal de São Carlos (Ufscar) e era membro do DCE e do Comitê Pró-UNE. Ele estava representando a Liga Operária na reunião clandestina. “Ao chegar a polícia, os estudantes se refugiaram dentro do campus, e eles invadiram o campus arbitrariamente, fizeram um corredor polonês e levaram todos presos. Todos os estudantes indiscriminadamente foram presos. Eles alegavam que era a época do regime militar e que a gente estava fazendo um ato subversivo”, conta.

O saldo foram quase mil estudantes detidos, considerando toda a ação, desde o dia anterior. As pessoas foram levadas em cerca de vinte ônibus da PM para o batalhão Tobias de Aguiar. Após uma seleção, aproximadamente 80 estudantes foram encaminhados ao Dops e indiciados pela Lei de Segurança Nacional (LSN).

O sociólogo José Welmovick estudava na Unicamp e, como milhares de outros estudantes, estava em São Paulo para o Encontro Nacional de Estudantes que refundaria a UNE. Ele não estava presente no momento da invasão da PUC, pois havia sido preso um dia antes.

Ele conta: “Foi chamado um encontro para reorganizar a UNE e a repressão sabia. Como estava marcado para o campus do Butantã [USP], fecharam todas as entradas do Butantã. Então, o comando das entidades que estavam organizando, incluindo as forças de esquerda, primeiro deu a linha de reunir no Caoc [Centro Acadêmico Osvaldo Cruz] da Medicina da USP, ali na Dr. Arnaldo. A gente foi para lá. Só que eles resolveram também cercar o Caoc. Havia uma discussão polêmica interna do movimento se fazia ou não fazia [o encontro] apesar de não estarem todas as forças lá. E a qualquer momento, entraria a repressão. Houve uma polêmica, mas se resolveu ficar. Houve uma divisão, inclusive, no final, e os setores que estavam contra fundar a UNE ali articularam uma nova reunião, aí já clandestina, dentro da PUC. Todo mundo que estava na Medicina foi preso e ficou preso. Só foi solto no dia seguinte, quando já estava rolando o outro encontro.”

A ação descabida e desproporcional da repressão levou a indignação às ruas. A sociedade clamava o fim da ditadura e não se omitiu diante da selvageria na PUC. No dia seguinte, houve uma reação grande nas universidades e passeatas. Os presos que foram enquadrados na LSN acabaram sendo soltos no dia 23 diante das inúmeras manifestações que pipocaram pelo país inteiro.

Luzia Ferreira1

Neste 4 de junho de 2007 estamos completando 30 anos da tentativa de realização, em Belo Horizonte, do III Encontro Nacional dos Estudantes (III ENE), impedido de acontecer pelas forças repressoras da ditadura militar.

Para reafirmar o valor da democracia e da plena liberdade de opinião, expressão e organização dos cidadãos é que lembramos aquele dia atípico da capital mineira, que se viu, de uma hora para outra, transformada em uma verdadeira praça de guerra.

O objetivo do encontro era reorganizar a União Nacional dos Estudantes. Jovens de todo o país estavam mobilizados. O Exército impediu a saída de caravanas dos estados e barrou o acesso de estudantes em trânsito à capital do encontro.

O que se viu nas ruas da cidade foi a ostensividade do aparato policial, com direito a tropas de choque de elite, polícia montada, cães, vai e vem de camburões com sirenes disparadas e cenas públicas de intimidação que só fizeram aumentar a repulsa da população pela brutalidade do regime.

Desafiadores, 400 universitários mineiros guardaram vigília na noite do dia 3 na Faculdade de Medicina da UFMG, onde aconteceria o encontro. O local foi cercado as cinco da manhã. A partir daí, em vários pontos da cidade, prisões, invasões de igrejas e universidades desembocaram, ao final do dia, num saldo de mais de 4 mil pessoas presas.

A repressão culminou com a invasão da Faculdade de Medicina e a condução dos confinados para o Parque da Gameleira, onde passaram a noite, assistidos, do lado de fora, pela indignação de familiares e amigos.

Rememorar este episódio é contar às atuais gerações que a resistência dos estudantes de 30 anos atrás, aliada às manifestações de solidariedade da sociedade de Belo Horizonte e de todo o país, foi um ato que contribuiu para o isolamento da ditadura.

É também registrar que a luta pelas liberdades democráticas no país teve nos estudantes uma força articulada e ativa. No caso específico do III ENE, o episódio representou um passo adiante na busca de reorganização da UNE, conquistada dois anos depois.

Como liderança estudantil dos anos 70, eu participei de todos aqueles acontecimentos, estando entre os 400 da vigília da Faculdade de Medicina. São acontecimentos, por tudo que já foi dito, importantes de serem lembrados.

A data está sendo marcada pela abertura, dia 4, às 19 h, da exposição Memória do Movimento Estudantil — 30 anos do III ENE, que seguirá em cartaz até o dia 10 de junho, na sala 2003 da Faculdade de Medicina. A exposição é organizada pelo Projeto República, com apoio da Diretoria de Assuntos Estudantis e faz parte das comemorações dos 80 anos da UFMG. A abertura será seguida de confraternização organizada por ex-participantes do III ENE”.
01.jpg Estudantes deixam o Campus da Saúde, após a tentativa de realização do III ENE, acompanhados do Reitor da UFMG, Eduardo Osório Cisalpino, do Secretário de Educação, José Fernandes Filho, e do Diretor do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG, Marcello de Vasconcellos Coelho. Local: Belo Horizonte. Data: junho de 1977. Acervo Projeto UFMG: Memória & História.
02.jpg Ato de repressão policial nas imediações da Faculdade de Medicina/UFMG durante o cerco ao III ENE. Local: Belo Horizonte. Data: junho de 1977. Coleção Eduardo Osório Cisalpino/Acervo Projeto República/UFMG.
03.jpg Estudantes fogem da repressão policial durante a tentativa de realização do III ENE. Local: Belo Horizonte. Data: junho de 1977. Coleção Eduardo Osório Cisalpino/Acervo Projeto República/UFMG.
04.jpg Manifestação estudantil nas imediações da Faculdade de Medicina/UFMG, durante tentativa de realização do III ENE. Local: Belo Horizonte. Data: junho/1977. Acervo Projeto UFMG: Memória & História.
05.jpg Faixa empunhada por estudantes no pátio da Faculdade de Medicina/UFMG durante a tentativa de realização do III ENE. Local: Belo Horizonte. Data: junho de 1977. Coleção Eduardo Osório Cisalpino/Acervo Projeto República/UFMG.
06.jpg Estudantes sendo liberados da Faculdade de Medicina/UFMG, ainda cercada por policiais, durante a tentativa de realização do III ENE. Local: Belo Horizonte. Data: junho de 1977. Coleção Eduardo Osório Cisalpino/Acervo Projeto República/UFMG.
07.jpg DA da Faculdade de Medicina/UFMG durante a tentativa de realização do III ENE. Data: junho de 1977. Acervo Projeto UFMG: Memória & História.
08.jpg Estudantes reunidos no DA da Faculdade de Medicina/UFMG, durante tentativa de realização do III ENE. Local: Belo Horizonte. Data: junho de 1977. Acervo Projeto UFMG: Memória & História.
09.jpg Faculdade de Medicina/UFMG, durante tentativa de realização do III ENE. Local: Belo Horizonte. Data: junho de 1977. Acervo Projeto UFMG: Memória & História.
10.jpg Manifestação estudantil nas imediações da Faculdade de Medicina/UFMG, durante tentativa de realização do III ENE. Local: Belo Horizonte. Data: junho/1977. Acervo Projeto UFMG: Memória & História.
11.jpg Estudantes sendo detidos em frente à Igreja da Boa Viagem, durante tentativa de realização do III ENE. Local: Belo Horizonte. Data: junho de 1977. Acervo Projeto UFMG: Memória & História.
12.jpg Estudantes sendo detidos nas imediações da Faculdade de Medicina/UFMG, durante tentativa de realização do III ENE. Local: Belo Horizonte. Data: junho de 1977. Acervo Projeto UFMG: Memória & História.
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III ENE
Antônio Alberto Miranda (guest) 16 Oct 2009, 08:32

Participei do esforço de reconstrução da UNE e gostaria de saber se há regis
tros sobre as pessoas que como eu foram presas dentro dos ônibus que che
gavam a BH? No meu caso, fui encaminhado para o DOPS da Av. Afonso Pe
na e lá fui fichado e permaneci preso por 2 dias.
A luta continua!
Um abraço.
PS: na época estudava Eng. Geológica na UFOP.


Para não esquecer: "Massacre da Praia Vermelha"

UNE, 23 de setembro de 2007
Por Tatiana Matos Rezende
(…) O episódio ficou conhecido como "massacre da Praia Vermelha", dada a crueldade empregada contra 600 estudantes que se encontravam em vigília na Faculdade Nacional de Medicina da Universidade do Brasil (atual UFRJ) no campus da Praia Vermelha, no Rio de Janeiro. Os estudantes manifestavam-se contra as medidas governamentais antidemocráticas que feriam a autonomia universitária e o encrudescimento do regime militar, que respondeu com brutalidade à oposição dos estudantes. (…)
UFRJ homenageia estudantes que resistiram à ditadura militar

Agência UFRJ de Notícias/CSS, 25/09/2006
Por Geralda Alves e Isabela Bonisolo
Quarenta anos depois, Conselho Universitário da UFRJ rememora episódio que ficou conhecido como o Massacre da Praia Vermelha. Exposição fotográfica, sessão solene, depoimentos emocionados e descerramento de placa em homenagem aos jovens estudantes – os Rebeldes da Praia Vermelha - que se insurgiram contra a ditadura militar, foram o ponto alto da solenidade. (…)
O massacre da Praia Vermelha

Jornal da UFRJ, edição nº 19 • Agosto de 2006
Por Bruno Franco com colaboração de Nathalia Oliveira
(…) A agenda da comunidade universitária pautava diversas reivindicações como a ampliação da representação discente nos colegiados, a própria autonomia universitária, o fim da cobrança de anuidades, estabelecida pela Lei 4.464/64, conhecida como Lei Suplicy de Lacerda, que também proibia as atividades políticas nas organizações estudantis, regulamentando suas entidades representativas. Esse cenário motivou a escalada de ações de parte a parte – avalia Paes de Carvalho – e “a repressão apertou em desproporção com qualquer possível ameaça da ordem pública representada pelo meio estudantil”. (…)
A mudança físico-espacial da Escola da Praia Vermelha

"(…) Bom, aí um tempão, aí eles fecharam, começou o cerco da polícia. Chegava polícia de tudo que era lado. Foi chegando, e a noite estava gelada, estava um frio bárbaro. Começaram a fazer comissão para ir comprar comida, comprar sanduíche. (…) Eu não fui preso, não. Na hora da invasão fui espancadíssimo. Tinha professores? Não me recordo (…)"

São Paulo, 9 de setembro de 1964


Senhor Tenente-Coronel1:

Há quase 20 anos venho dando o melhor do meu esforço para ajudar a construir em São Paulo um núcleo de estudos universitários digno desse nome. Por grandes que sejam minhas falhas e por pequena que tenha sido minha contribuição individual, esse objetivo constitui o principal alvo de minha vida, dando sentido às minhas atividades como professor, como pesquisador e como cientista. Por isso, foi com indisfarçável desencanto e com indignação que vi as escolas e os institutos da Universidade de São Paulo serem incluídos na rede de investigação sumária, de caráter "policial-militar", que visa a apurar os antros de corrupção e os centros de agitação subversiva no seio dos serviços públicos mantidos pelo Governo Estadual.

Não somos um bando de malfeitores. Nem a ética universitária nos permitiria converter o ensino em fonte de pregação político-partidária. Os que exploram meios ilícitos de enriquecimento e de aumento de poder afastam-se cuidadosa e sabidamente da área do ensino (especialmente do ensino superior). Em nosso país o ensino só fornece ônus e pesados encargos, oferecendo escassos atrativos mesmo para os honestos, quanto mais para os que manipulam a corrupção como um estilo de vida. Doutro lado, quem pretendesse devotar-se à agitação político-partidária seria desavisado se se cingisse às limitações insanáveis que as relações pedagógicas impõem ao intercâmbio das gerações.

Vendo as coisas desse ângulo (e não me parece que exista outro diverso), recebi a convocação para ser inquerido "policial-militarmente" como uma injúria, que afronta a um tempo o espírito de trabalho universitário e a mentalidade científica, afetando-se, portanto, tanto pessoalmente, quanto na minha condição de membro do corpo de docentes e investigadores da Universidade de São Paulo.

Foi com melancólica surpresa que vislumbrei a indiferença da alta administração universitária diante dessa investigação que estabelece uma nova tutela sobre a nossa atividade intelectual. Possuímos critérios próprios para a seleção e a promoção de pessoal docente e de pesquisa.

Atente Vossa Senhoria para as seguintes indicações que extraio da minha experiência pessoal e que ilustram um caso entre muitos. Formado entre 1943-1944, obtive meu grau de mestre em Ciência Sociais em 1947, com um trabalho de 328 pp. (em composição tipográfica) / o grau de doutor, em 1951 com um estudo de 419 pp. (também em composição tipográfica) / o título de livre-docente, em 1953, com um ensaio de 145 pp. (idem) / e, somente agora, acho-me em condições de me aventurar ao passo decisivo, o concurso de cátedra com uma monografia de 743 pp. (idem). Nesse ínterim, trabalhei como assistente depois de 1955. Outros colegas, que militam em setores onde a competição costuma ser mais árdua, enfrentam crivos ainda mais duros para a realização de suas carreiras. Isso evidencia, por si só, que dispomos de padrões próprios - a um tempo: adequados, altamente seletivos e exigentes, para forjar mecanismos auto-suficientes de organização e supervisão.

Não obstante, acato as determinações, que não estão a meu alcance modificar. Por quê? Por uma razão muito simples. Nada tenho a ocultar ou a temer; entendo que seria improdutivo enfrentar de outra forma tal vicissitude. A nossa Escola, por ser inovadora e por ter contribuído de maneira poderosa para a renovação dos hábitos intelectuais e mentais imperantes no Brasil, foi vítima de um processo de estigmatização que muito nos tem prejudicado, direta e indiretamente.

Não podendo destruir-nos, os agentes da estagnação cultural optaram pela difamação gratuita e pela detratação sistemática. Ambas não impediram que a nossa Escola avançasse, até atingir sua situação atual, ímpar no cenário cultural latino-americano. Conseguimos sobreviver e vencer, apesar dessa resistência tortuosa e dos seus efeitos nocivos. Cada professor que desse, nas atuais circunstâncias, vazão aos seus sentimentos e convicções pessoais, recusando-se a submeter-se ao inquérito policial militar estaria favorecendo, iniludivelmente, esse terrível jogo, para o desdouro final da nossa Escola.

Ao aceitar, pois, a posição a que me vi reduzido, faço-o sob plena consciência de deveres intelectuais maiores, a que não posso fugir ou desmerecer. Todavia, esse procedimento não envolve transigência ou omissão. Como no passado, continuo e continuarei fiel às mesmas normas que sempre orientaram o meu labor intelectual, como professor, como pesquisador e como cientista.

Não existem dois caminhos na vida universitária e na investigação científica. A liberdade intelectual, a objetividade e o amor à verdade resumem os apanágios do universitário e do homem de ciência autênticos. Estamos permanentemente empenhados numa luta sem fim pelo aperfeiçoamento incessante da natureza humana, da civilização e da sociedade, o que nos leva a perquirir as formas mais eficientes para aumentar a capacidade de conhecimento do homem e para elevar sua faculdade de agir com crescente autonomia moral. Não desertei e nem desertarei dessa luta, a única que confere à Universidade de São Paulo, grandeza real, como agente de um processo histórico que tende a incluir o Brasil entre as nações democráticas de nossa era.

Aproveito o ensejo para subscrever-me, atenciosamente,
Dr. Florestan Fernandes
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